Alegria de um lado, consternação do outro: noite não será esquecida tão cedo (Cesar Greco/Palmeiras)
por Rafael Emiliano
Qual o futuro do São Paulo após a vexatória goleada sofrida por 5 a 0 para o rival Palmeiras, na noite desta quarta-feira (25)? É o que o técnico Dorival Júnior vai tentar responder a partir de agora. Das glórias de um título inédito ao incômodo jejum de não conseguir vencer fora de casa no Campeonato Brasileiro, vendo agora o arquinimigo verde igualar a maior goleada do derby a seu favor após 68 anos, o comandante são-paulino mostrou em sua entrevista o óbvio: o clube do Morumbi não poder perder o chão após o histórico resultado. O problema é como fazer para isso...
"Foi comportamental de todos nós, isso incluo todos que fazem parte do nosso grupo de trabalho. Acho que é uma responsabilidade que tem que ser dividida. Consequências têm que ter, mas temos que ter equilíbrio", disse.
Ok, primeiro passo dado: avaliar as consequências que um resultado como esse geram. E agora? Vejamos... Talvez elogiar a postura do adversário...
"Até esse desastre de hoje tínhamos feito três vitórias, um empate e uma derrota. Então, consegui motivar naqueles momentos e de repente hoje foi totalmente diferente? A grande verdade é que o Palmeiras entrou para decidir, e o São Paulo entrou para jogar. Não podemos tirar os adjetivos de uma vitória como essa que o Palmeiras construiu por méritos. Realmente nós tivemos muitos problemas. Não tivemos um destaque sequer dentro da partida. Quando isso acontece, alguma coisa está errada. E o treinador é o responsável", destacou.
Tudo bem, já entramos no terceiro terreno pantanoso que uma goleada deixa: a culpa. É inevitável, e o experiente treinador sabe, que haja impunidade. Gabriel Neves talvez, tão criticado nas redes sociais? Não mesmo... Dorival tratou de citar o seu famigerado conceito de meritocracia, onde quem está no banco habitualmente é escalado. Mas então?
"Quando as coisas acontecem e não dão certo, você acaba perdendo seu equilíbrio de jogo. Nós não vínhamos conseguindo construir nada, trocar passes, coisa que fizemos o campeonato todo. A regra é o que fizemos contra o Grêmio, envolvendo o adversário e criando muitas situações, raros foram os momentos que não fizemos isso. O que aconteceu aqui hoje é difícil de explicar", disse.
"Qual foi a equipe que jogou contra o Grêmio? Só o Pablo Maia a mais. A única escolha que eu fiz foi o Gabriel. Eu seria extremamente injusto se não o colocasse para jogar. Aqui mesmo há 40 dias ele fez uma partida fantástica, sustentando nosso meio-campo e dando iniciação de jogadas. Qual seria a outra opção? Méndez tem mais ou menos as mesmas características do Gabriel. Dentro daquilo que é necessário quando se perde um jogador como o Pablo, você tem algumas opções e tem que escolher. Se um erro ou a escolha de um nome desequilibra toda uma equipe, aí algo está errado. Aí eu te pergunto: qual atleta se destacou no São Paulo hoje? Nenhum. É difícil porque você espera desempenho próximo daquilo que já foi feito.", completou Dorival.
E agora? Dorival busca as palavras, mas a pergunta que fica é sobre o futuro com a queda de rendimento.Juntando os cacos após o vexame, o São Paulo segue mais uma partida fora de casa sem saber o que é vencer. Agora são oito derrotas e seis empates. Por enquanto o time se segura na décima posição, com 38 pontos. Mas a combinação de resultados pode fazer diminuir os oito que tem de vantagem para a zona de rebaixamento. Domingo (29) mais um compromisso como visitante, de novo em gramado sintético: encara o Athlético, no Paraná, às 16h (de Brasília).
"Se eu soubesse o caminho, pode ter certeza que isso não estaria acontecendo. É muito difícil de entender o que acontece com uma equipe que três dias antes tem uma ótima atuação (contra o Grêmio) e três dias depois sofre uma goleada como essa. Se oscilássemos dentro da partida, seria algo explicável. Mas, desde o primeiro minuto nós merecemos o resultado que acabou acontecendo. Essa é a verdade. Tenho que reconhecer que não foi uma noite positiva de nenhum de nós dentro de campo", concluiu.
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