por Rafael Emiliano
Se o São Paulo anunciou com toda a pompa e destaque a renovação de contrato de Rafinha, também acertou nesta terça-feira (17), de forma silenciosa, a prorrogação do vínculo do agora volante Alisson.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, jogador e diretoria acertaram um novo contrato com duração até 2026. O anúncio deverá ser feito nos próximos dias.
O vínculo anterior de Alisson ia até o final do próximo ano e a diretoria resolveu antecipar as negociações até como forma de 'premiar' o jogador pela boa temporada desempenhada até aqui.
Alisson é o jogador do atual elenco são-paulino com a história mais dramática de todas.
O agora camisa 25 ficou quase quatro meses afastado do São Paulo entre o final do ano passado e início deste. Primeiro, por conta de dores crônicas no joelho.
Depois, contudo, viveu um drama pessoal. Alisson chegou a se reapresentar normalmente na pré-temporada, participou de um jogo-treino do Tricolor e caminhava com vaga garantida pelo menos como peça de segundo tempo. Até que veio a estreia no ano ante o Ituano, já pelo Paulistão.
Primeiro, o clube informou que o jogador teve uma indisposição. Mas já no jogo seguinte foi informado o problema pessoal grave pelo qual o então camisa 7 passava. E seu afastamento dos trabalhos por tempo indeterminado.
A volta aos trabalhos aconteceu apenas no dia 11 de fevereiro, após conversa do jogador com o então técnico são-paulino, Rogério Ceni. A volta de vez aos gramados aconteceu somente no dia 21 daquele mês, em vitória sobre o São Bento, em Sorocaba (SP), pelo Campeonato Paulista.
Com Dorival Júnior, Alisson encontrou de vez o caminho da superação. Topou o desafio, acabou recuado deponta para a função de segundo volante e hoje é titular absoluto do Tricolor.
"Já pensava em pegar o carro, bater o carro. E daí teve um episódio que aconteceu comigo depois de um tempo... que eu liguei para um companheiro do clube pedindo ajuda... que eu queria me suicidar. E três companheiros me ajudaram aqui, que foi o Rafinha, o Luan e o Luciano", disse Alisson.
A situação do meia era tão grave que comoveu até mesmo rivais. No seu depoimento, Alisson conta que recebeu até o apoio de jogadores do Palmeiras.
"Luciano foi até o lugar que eu estava junto com meu empresário e junto com Mayke, do Palmeiras, eles foram até o lugar e não me deixaram fazer o que estava pensando. Acaba que o Mayke, que é meu amigo desde o Cruzeiro, não deixa eu dirigir de volta para casa. E aí está o Luciano na porta lá de casa com a esposa dele. Aí está o Mayke com a esposa dele, a minha esposa... todos sentados assim na porta de casa, porque eles estavam com medo que eu pegasse o carro. E tinha vez que eu ia para o treino sozinho com carro e pensava em pegar o carro e bater o carro", apontou o camisa 25.
"Minha esposa passou por uma depressão e ela foi minha grande ajuda, que não deixou eu em nenhum momento ficar me isolando. Tenho uma gratidão pela minha esposa, meu filho que passou isso comigo, agradecer meus pais que mesmo de longe me ligavam sempre e as pessoas próximas de mim, empresário, jogadores. O São Paulo, com a psicóloga... Hoje, vivenciar esse momento... Eu nem imaginava jogar futebol. Eu só tenho que agradecer às pessoas por ter dado a volta por cima", concluiu.
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