por Rafael Emiliano
O São Paulo desistiu de manter a política da boa vizinhança com o Vasco e vai registrar uma queixa formal contra o time carioca nesta semana na Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF pelo não pagamento do zagueiro Léo. Atendendo pedido de conselheiros, a gestão Julio Casares estuda também acionar judicialmente o cruz-maltino.
O principal motivo da bronca definitiva do Tricolor com o rival da Colina vem do fato da 777, responsável pela SAF vascaína, ter quitado dívidas com clubes do exterior referentes a contratação de jogadores na última última semana para evitar, desta forma, o temido TransferBan da Fifa.
O movimento aconteceu com total desprezo às tentativas são-paulinas de tentar um acordo com os dirigentes vascaínos. O que não seria necessariamente inédito: o clube do Morumbi já fez desde dezembro do ano passado, quando Léo se transferiu para São Januário, três renegociações pelos R$ 16 milhões acertados pela contratação do zagueiro. Nenhum valor foi pago pela 777, contudo. Nem mesmo os US$ 900 mil (cerca de R$ 4,3 milhões) acertados de entrada e que cujo pagamento já acalmaria os ânimos tricolores.
A promessa inicial era de que o valor total de Léo seria acertado em três meses. Pior que isso, com os problemas de bastidores da SAF vascaína, sequer as tentativas de acordo entre os clubes acontecem.
O tom na diretoria são-paulina contra o Vasco foi crescendo conforme o ano passando. Se em março Casares ainda defendia o diálogo com os cariocas em meio às cobranças de aliados, em julho, quando veio à tona a dívida de três meses nos direitos de imagem do elenco e dívidas nas parcelas de compra de Wellington Rato junto ao Atlético-GO, o calote cruz-maltino foi lembrado como justificaiva para os problemas no fluxo do caixa são-paulino.
Na CBF, já que a Fifa não intercede diretamente em assuntos de federações e transações nacionais, caso mantenha o calote no Tricolor, o Vasco pode sofrer sançõesnas competições domésticas, como ser rebaixado de divisão ou eliminado compulsoriamente na Copa do Brasil.
GALO TEM MELHOR BOA VONTADE QUE TIME DA COLINA
O Vasco não é o único caloteiro com quem o São Paulo tem que conviver. O Atlético-MG também não pagou os R$ 8 milhões referentes a contratação de Patrick.
O acordo seria de pelo menos uma parcela de R$ 1 milhão até o fim do primeiro trimestre. O que não aconteceu.
Só que, neste caso, o Galo demonstrou melhor boa vontade que o Vasco. Dirigentes mineiros vieram à capital paulista convesar pessoalmente com Casares, exibiram balanços e detalharam problemas financeiros.
Bolou-se formas de se quitar a dívida, como o repasse de uma renda do Atlético como mandante, mas o mandatário são-paulino aceitou que os R$ 8 milhões fiquem como uma espécie de 'carta de crédito' para uma eventual contratação de jogador cujo direitos federativos pertençam ao Galo.
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