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MEDO E DELÍRIO NO MORUMBI: São Paulo sonha em ter Gabriel Pec como pagamento de dívida do Vasco

Pec é um dos principais nomes do atual elenco vascaíno (Vasco)

por Rafael Emiliano

"Nada é tão difícil que não valha a tentativa."
 
Se você já leu qualquer livro de auto-ajuda que seja ou viajou pelo Brasil e leu algum para-choque de caminhão certamente já se deparou com a frase acima.

E certamente esse será o espírito do São Paulo para tentar um negócio um tanto um quanto ousado com o Vasco, clube que lhe deve R$ 16 milhões pela venda do zagueiro Léo no final do ano passado: receber o ponta Gabriel Pec em troca do montante que tem a receber. Algo que já acordou com o Atlético-MG pela dívida de R$ 8 milhões não recebidos por Patrick.

A notícia do interesse são-paulino na revelaçãode São Januário começou a pipocar no último sábado (21) em portais que cobrem o dia a dia vascaíno e foi rapidamente reverberada por colegas da imprensa carioca.

Intrigado, o AVANTE MEU TRICOLOR cumpriu o seu papel e foi levantar o lado são-paulino (o que interessa a nós) nessa história. E descobriu que sim, existe fundamento.

Após a divulgação (em primeira por nós, inclusive) que o clube do Morumbi entraria com uma representação contra o time da Colina na Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF pelo calote recebido, o Vasco deu sinal de vida. Marcou uma reunião com dirigentes tricolores para a próxima semana. E a ideia ousada de ter Pec veio à tona. Afinal, sabemos que o clube procura um jogador de velocidade pelos lados do campo na esquerda para disputar a Copa Libertadores do ano que vem. Exatamente as características do jovem cruz-maltino.

E por que ousada? Porque hoje, neste exato momento,os dois lados parecem poucos crentes em um negócio nesses moldes. O São Paulo trata a questão como uma tentativa e o Vasco certamente quer arrecadar mais com sua joia que os R$ 16 milhões devidos.

Mas o medo sincero do Tricolor é que não receba nenhum centavo pela compra de Léo. Por isso, envolver outro jogador na negociação, como fez com o Galo, parece ser o caminho mais certo de não ficar no zero na negociação.

Existe uma intenção, e só isso, intenção, de usar a grana de Léo como um abatimento. E ainda mantes parte dos direitos federativos do ponta ao clube carioca. Mas a torcida real e sincera pelos lados do Morumbi é que o rival de São Januário seja rebaixado à Série B, o que facilitaria muito as coisas para ter Pec.

E agora? É esperar...

ENTENDA

O São Paulo desistiu de manter a política da boa vizinhança com o Vasco e vai registrar uma queixa formal contra o time carioca nesta semana na Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF pelo não pagamento do zagueiro Léo. Atendendo pedido de conselheiros, a gestão Julio Casares estuda também acionar judicialmente o cruz-maltino.

O principal motivo da bronca definitiva do Tricolor com o rival da Colina vem do fato da 777, responsável pela SAF vascaína, ter quitado dívidas com clubes do exterior referentes a contratação de jogadores na última última semana para evitar, desta forma, o temido TransferBan da Fifa.

O movimento aconteceu com total desprezo às tentativas são-paulinas de tentar um acordo com os dirigentes vascaínos. O que não seria necessariamente inédito: o clube do Morumbi já fez desde dezembro do ano passado, quando Léo se transferiu para São Januário, três renegociações pelos R$ 16 milhões acertados pela contratação do zagueiro. Nenhum valor foi pago pela 777, contudo. Nem mesmo os US$ 900 mil (cerca de R$ 4,3 milhões) acertados de entrada e que cujo pagamento já acalmaria os ânimos tricolores. 

A promessa inicial era de que o valor total de Léo seria acertado em três meses. Pior que isso, com os problemas de bastidores da SAF vascaína, sequer as tentativas de acordo entre os clubes acontecem. 

O tom na diretoria são-paulina contra o Vasco foi crescendo conforme o ano passando. Se em março Casares ainda defendia o diálogo com os cariocas em meio às cobranças de aliados, em julho, quando veio à tona a dívida de três meses nos direitos de imagem do elenco e dívidas nas parcelas de compra de Wellington Rato junto ao Atlético-GO, o calote cruz-maltino foi lembrado como justificaiva para os problemas no fluxo do caixa são-paulino.

Na CBF, já que a Fifa não intercede diretamente em assuntos de federações e transações nacionais, caso mantenha o calote no Tricolor, o Vasco pode sofrer sançõesnas competições domésticas, como ser rebaixado de divisão ou eliminado compulsoriamente na Copa do Brasil.

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