por Rafael Emiliano
Cadê o time do São Paulo que ganhou a Copa do Brasil? Ninguém sabe, ninguém viu...
Que me perdoem os tricolores insensíveis, mas a frase que embalava brincadeiras infantis (pelo menos nos anos 1980, quando este escriba ainda não tinha o corpo tomado pelos pelos, entregando aqui minha idade) cai como uma luva para exemplificar o pífio desempenho do time de Dorival Júnior na derrota por 2 a 0 para o Goiás, na quarta-feira (18).
E não há argumentos plausíveis para Dorival defender o time. Tudo bem, o Dorivalismo estava lá, afinal o Tricolor terminou o jogo com 75% de posse de bola. Mas... Pouca coisa adiantou. Foram 69 erros de passe, segundo o Sofascore!
Acha pouco? As consequências são indicadas novamente pelos dados: o São Paulo não teve NENHUMA chance clara de gol durante os 90 minutos, algo que não acontecia há 14 jogos, desde o início de agosto.
Como se explicar Dorival? Lamentando o jogo adversário. Diante dos números acima se torna claro que, mesmo jogando em casa, o Goiás esperou as ações do Tricolor para apostar no contra-ataque. Sabia-se que o time de Dorival gosta muito de manter a posse de bola. E aí treinador?
"Isso é o que nós mais trabalhamos. Infelizmente, tomamos um gol logo no início… eles baixaram as duas linhas, e nós tivemos paciência na troca de passes… quando você tem que acelerar um pouco mais os movimentos… e, principalmente, ganhamos profundidade, acabamos tendo dificuldades, justamente porque as duas linhas muito compactas e muito bem posicionadas… e nós não encontramos o passe final, que colocaria um companheiro em condições de receber uma bola em profundidade com possibilidade de definição, caso se projetasse", disse.
E ainda o time ficar tão irritado, como aconteceu? Segundo Dorival, mesmo com um time ineficaz em campo, houve espaço para a arbitragem prejudicar ainda mais as coisas.
"A irritação é muito simples. A irritação é que o jogo não flui. Nós não temos jogo no Brasil: todos contribuem para que não exista uma partida que tenha dinâmica e uma sequência… infelizmente, isso faz com que todos que estejam dentro de campo sintam isso e percebam o quanto isso acaba tirando o brilho do espetáculo. Eu não estou falando com relação ao resultado acontecido, mas de um modo geral. O futebol brasileiro precisa repensar tudo isso. O jogo não flui, não é limpo. Infelizmente, ele não tem dinâmica. É um jogo truncado, parado, e todos colaboram para que isso aconteça. Muito dessa situação acontecida é em razão dessa percepção que todo jogador tem dentro de campo. Se você toma um gol, passa a ter que jogar contra muita coisa que não é o futebol em si, não é o futebol jogado em campo. Infelizmente, isso tira o dinamismo, o brilho e o desenvolvimento de uma partida. Infelizmente, mudam-se nomes, e não se consegue dar a dinâmica necessária para que você possa trabalhar. Infelizmente, é isso que acontece. E todos nós que estamos envolvidos contribuímos para que o futebol não desenvolva. Infelizmente! Vocês podem ver o tempo de bola parada, o tempo que a bola fica fora de ação numa partida do Campeonato Brasileiro em qualquer circunstância", destacou o treinador.Palavras? São palavras. O que vale mesmo é que o São Paulo tem a segunda pior campanha fora de casa do atual Brasileirão, com sete derrotas e seis empates, um pífio aproveitamento de 15,4%, à frente apenas do lanterna América-MG. Na principal competição nacional, o Tricolor não tem um triunfo longe do Morumbi desde o ano passado, quando bateu justamente o Goiás, na última rodada do certame.
Como consequência, a derrota deixa o São Paulo estagnado nos 35 pontos, temporariamente na 11ª colocação. Menos mal para Dorival e seus jogadores que o próximo compromisso do clube será no Morumbi. Aliás o único em casa durante todo o mês de outubro. Será sábado (21), às 18h30 (de Brasília), contra o Grêmio.
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