por Rafael Emiliano
Pela primeira vez desde o título da Copa do Brasil, o presidente Julio Casares falou sobre o início do trabalho de planejamento do São Paulo para a temporada 2024, quando o clube terá pela primeira vez a disputa da Supercopa do Brasil e enfrentará também a Copa Libertadores.
Em evento de comemoração da inédita taça, nesta terça-feira (3), em hotel em Santo Amaro, zona sul da capital paulista, o mandatário tricolor reconheceu o atraso no início das conversa com o técnico Dorival Júnior para formular o que deverá acontecer na montagem do time são-paulino.
"O que está resolvido, conversamos muito com o Dorival e com a comissão técnica, que é o início do planejamento. Não é nessa velocidade que até gostaríamos, mas tivemos um jogo contra o Coritiba e depois um clássico importante. Sinceramente não deu tempo. Agora as atividades voltam, mas claro que no planejamento queremos muito que o Lucas continue, que o plantel continue, e também buscar a contratação do Caio Paulista, olhar o elenco para 2024 como fizemos para 2023, com cautela, pontualmente trazer um jogador ou outro, se tiver eventual saída é questão de mercado. Tão logo termine essa festa, que é o capítulo final dessa comemoração, nós começamos a trabalhar no planejamento a partir de amanhã (esta quarta-feira, 4)", disse Casares.
O presidente ainda explicou a parte financeira, turbinada com as rendas e premiação obtida pelo título da Copa do Brasil.
"O processo de um clube como o São Paulo que está em reconstrução é uma dinâmica constante. Você imagina e fala assim: um clube que precisa vender atleta, e o São Paulo praticamente não vendeu. Vendeu poucos, poderia ter vendido outros. Mas o clube também teve receita de premiação, de bilheteria. Algo novo que agregou valor, os shows do Morumbi que estamos realizando, temos quase 20 shows contratados até o fim de 2025. Toda essa dinâmica financeira de orçamento será recolocado. Todos ajustes são feitos", disse.
"O São Paulo, num processo de reconstrução, resolve uma pendência aqui, outra ali, negocia, mas o importante é que os atletas, os funcionários, a comissão técnica olha o São Paulo hoje como um clube que cumpre suas obrigações e negocia eventualmente alguns problemas para frente. E vem cumprindo. Temos isso dentro da nossa área financeira muito bem equilibrada. Vamos trabalhar. Eu brinco sempre que é o custo-benefício", completou Casares.
O discurso indica que o Tricolor fará uma austeridade financeira ou coisa semelhante em um ano que buscará um título inédito e tem pela frente a Libertadores, uma verdadeira obsessão da torcida? Casares pondera...
"Agora tem Libertadores, vai aumentar premiação, estamos em um campeonato que temos que observar a condição de reforçar o elenco. É natural que jogadores saiam e cheguem, o São Paulo é um dos clubes que menos trocou técnico, menos vendeu porque queríamos exatamente o que aconteceu, o legado de uma copa que faltava na nossa galeria. O esforço foi muito grande. Claro que vai chegar um momento que você vai ter que negociar, às vezes o atleta está em um momento de sair. Tudo isso é avaliado, mas é bem mais para frente. Temos 14 rodadas no Campeonato Brasileiro e vamos agora semana a semana conversar com o Dorival e a comissão e trabalhando o planejamento", apontou.
Então que falemos sobre as saídas, tão especuladas pela torcida nesse momento. Começamos sobre Beraldo. Uma das maiores revelações de Cotia se todos os tempos vem sofrendo forte assédio do futebol europeu. O último interessado ventilado foi o Barcelona. E o presidente comentou sobre a cada vez mais difícil chance de segurar seu jogador.
"Nós tínhamos um contrato com o Beraldo muito bem amarrado, apenas aumentamos e valorizamos as condições dele. Financeiras, etc. Foi uma renovação boa para o São Paulo e boa para o atleta. Até agora nunca recebemos nada. A grande intenção nossa é fazer a manutenção de um legado esportivo que eles deixaram. Mas claro que é uma questão de mercado, se vier algo extremamente que não consiga segurar o atleta, vamos ter que analisar. Mas por enquanto não tem nenhuma proposta oficial. Essa renovação até 2026 que valoriza o atleta, teve reajuste salarial", disse.
Outra especulação que vem agitando os bastidores é a de Alexandre Pato. O atacante tem contrato somente até o final do ano, e o AMT revelou que Dorival deixou a decisão sobre a renovação para a diretoria. E Casares, por ora, desconversou sobre os planos.
"Todos os jogadores que estão no elenco estão treinando e à disposição da comissão técnica. A opção por escalação é privativa da comissão, a performance esportiva também é. Essa questão de jogadores que podem ficar, sair, ficará para o final do ano através de uma avaliação da comissão técnica. Temos bastante rodadas no Brasileiro, ele pode ser aproveitado como todos os outros. O que interessa é que o São Paulo tem, nesse mix de atletas que chegaram da base com os que já estavam, um grande elenco. No final do ano a comissão técnica vai entender quem vai ficar, quem poderá sair. Mas temos muitos jogos pelo Brasileiro e todos poderão ser aproveitados", disse.
RENOVAÇÕES
Nem só de saídas vive o São Paulo, contudo. Se o assunto Lucas Moura, por exemplo, continua sem maiores novidades, Casares mostrou otimismo com duas situações. Uma delas é a de Rafinha.
"A intenção nossa é que ele continue mais um ano. Claro que depende do atleta, mas quando ele falou que é 2024 já deixou animado. Se fosse 2023 teria poucos meses. Queremos que ele continue, grande atleta, grande líder, hoje o atleta do São Paulo sente tão bem o ambiente que ele deseja ficar, mas é uma questão de foro íntimo, de questão física, de dores que um atleta de alta performance tem. Mas a nossa expectativa é que o Rafinha fique mais um ano", disse.
A outra é a de Caio. O lateral está emprestado pelo Fluminense até o final do ano. Uma cláusula estabelece a venda ao São Paulo por R$ 18,5 milhões. O clube do Morumbi já avisou os cariocas que vai cumprir o compromisso. Só negocia de que forma ocorrerá esse pagamento.
"A nossa relação com os clubes do Brasil é muito positiva. Vamos conversar. Estamos trabalhando para o que o Caio continue. Não vejo problema nenhum. Toda essa questão de renovação, tudo no momento certo. Claro que estamos conversando. Sempre a gente procura estabelecer um cronograma financeiro. Nós também vendemos alguns atletas e não recebemos, sabemos dessa dificuldades dos clubes. Todos sabem que precisamos nos ajudar, e assim que vamos sentar e constitui a a contratação do Caio, que é um grande nome", destacou.
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