por Rafael Emiliano
Muito antes de resolver a situação de jogadores tidos como primordiais para o elenco, o São Paulo deverá nos próximos dias correr para acertar a situação de um nome com muito menos relevância no plantel: o zagueiro Walce.
Isso porque o estafe do jogador procurou os cartolas informando que representantes de um clube russo estão interessados no jogador.
Walce tem contrato como Tricolor até o fim do ano. Por mais que os europeus possam levá-lo de graça, o entendimento de seus representantes é de que existe 'uma dívida de gratidão' com o clube.
Ou seja, renovaria o vínculo com o São Paulo e iria por empréstimo de seis meses ao futebol russo, com opção de compra em definitivo.
Ainda visto com desconfiançapelo longo período fora dos gramados, Walce está na lista de prováveis atletas que seriam emprestados no primeiro trimestre do ano que vem, para a disputa dos estaduais.
Considerado até então uma das principais revelações da base são-paulina para a zaga, o jogador não aparecia no time principal desde dezembro de 2019. Voltou a ser relacionado na derrota por 2 a 1 para o Fortaleza, no Morumbi, em 20 de setembro, pelo Brasileirão.
Graças à ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, sofrida em janeiro de 2020 quando ele treinava com a seleção brasileira pré-olímpica, o zagueiro não vestia a camisa tricolor desde 8 de dezembro de 2019, quando foi titular num time alternativo que enfrentou o CSA pela última rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano. Após passar por uma primeira cirurgia, ele precisaria voltar mais duas vezes à mesa de operações, o que atrasou muito a sua volta, que chegou a parecer próxima.
No início deste ano, o zagueiro parecia recuperado, mas a diretoria preferiu emprestá-lo até o fim do ano ao Juventude, para ele ganhar ritmo de jogo. Com uma cláusula no contrato de empréstimo que previa a
ampliação automática de seu vínculo com o Tricolor caso entrasse em campo por 12 vezes pelo clube gaúcho, os obstáculos pareciam superados. Walce chegou a ganhar a posição e até marcou um gol, porém acabou atuando por apenas oito vezes antes de voltar a sentir dores no local.
Inicialmente, ele seguiu treinando em Caxias do Sul, mas em maio as duas diretorias chegaram a um acordo para o encerramento antecipado do empréstimo, mesmo com o jogador lesionado — uma regra estipulada pela Fifa determina que um atleta só possa ser devolvido ao clube dono de seus direitos econômicos em condições de atuar. Isso aconteceu porque o São Paulo avaliou que o caso original era antigo e que no Reffis haveria uma condição de recuperação melhor.
A partir de julho, Walce passou a ser visto com frequência nos treinos da equipe, embora sem previsão de quando poderia ser relacionado para uma partida. Isso foi acontecer ontem, exatos 1.382 dias após o zagueiro vestir a camisa são-paulina pela última vez.
"Satisfação vestir novamente essa camisa! Vivo o São Paulo desde os meus 12 anos, e sei do valor de ter essa camisa no meu peito! Só tenho que agradecer a Deus, não foi fácil o processo, mas valeu a pena! Saio insatisfeito com a derrota de hoje, mas confiante no melhor que está por vir", destacou Walce, em suas redes sociais.
"É lógico que nós temos vários jogadores na frente, e eu sempre coloquei isso para o Walce. Em nenhum momento eu escondi nada dessa condição. Ele vem evoluindo e melhorando a cada momento. De repente, ele poderá voltar a ter uma oportunidade. Naturalmente, tudo é questão de momento, da situação e das condições que se apresentem. Mas o esforço que ele vem fazendo é muito grande, e nós temos que olhar em algum momento", destacou o técnico o técnico Dorival Júnior.
“Sempre considerei que esse menino tinha tudo para deslanchar — e muito — na carreira, sendo, inclusive, um jogador em nível de seleção. Alguns problemas aconteceram, mas ele está trabalhando com muita intensidade e muita dedicação", completou o comandante tricolor.
OS PRÓXIMOS JOGOS DO SÃO PAULO
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