Casares e Belmonte no CT: mais três anos garantidos (Acervo Pessoal)
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
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Às 20h (de Brasília) desta quarta-feira (29), o São Paulo entrará em campo na Fonte Nova para encarar o Bahia e tentar resolver de vez sua vida no Campeonato Brasileiro. Longe dali, mais de mil quilômetros, outro grupo tricolor estará reunido para, acima de tudo, evitar sua morte definitiva dentro do Morumbi: a oposição do clube, que se reunirá nas cercanias do estádio para discutir o que será do futuro.
Depois da surra histórica que levou do atual mandatário Julio Casares nas eleições do último final de semana para o Conselho Deliberativo, quando elegeu apenas 12 nomes para 100 vagas que estavam em disputa, os opositores da atual gestão são-paulina sonham, ao menos, ter um candidato para o pleito à presidente, marcado para o dia 8 de dezembro. Evitaria assim a soberania total do atual mandatário, eleito matematicamente para mais uma gestão de três anos na presidência.
Situação considerada difícil até pelo mais ferrenho opositor de Casares nas fileiras adversárias.
Dois nomes que vinham sendo trabalhados nos últimos três anos, abdicaram da disputa. O maior deles é Vinícius Pinotti, ex-diretor de futebol, se aliou às bases casaristas no decorrer deste ano. O movimento, visto com estranheza nos muros do Morumbi, teria sido dado justamente pensando na sucessão. Mas...
Fontes ouvidas pelo AVANTE MEU TRICOLOR o tratam como um nome para 2026. Que já foi mais forte, é verdade. Opositores acreditam que haverá uma reaproximação em breve por conta da disputa pela sucessão na situação: Mara Casares, ex-mulher do presidente, conselheira mais votada das eleições, e Carlos Belmonte, o atual manda-chuva do futebol, são hoje os favoritos para ocupar a cadeira de Casares.
O outro opositor que ia ser alçado à disputa é Marco Aurélio Cunha. Ex-médico e gerente de futebol do clube, também abdicou do pleito há três meses, alegando questões particulares.
MAC tem contra si desafetos de peso. A começar com as torcidas organizadas, que nesta eleição ganharam um peso e entraram de vez para a vida política são-paulina. Apesar das sinalizações enviadas por aliados de Casares, ele recusou uma reaproximação.
Sem nomes de impacto junto à torcida, a oposição tenta juntar os cacos. E observar de longe a política tricolor sonhando com rachas nas fileiras casaristas que lhe façam ter, ao menos, esperança.
Enquanto isso, Casares caminha tranquilo para a inevitável reeleição. O prazo para protocolar os resumos das plataformas administrativas dos candidatos à presidência do São Paulo esgotou-se na terça-feira (28). O documento, publicado no site oficial do clube, vale como uma espécie de 'registro' da candidatura.
Mesmo assim, o estatuto do São Paulo não menciona nenhum prazo para registro de candidatura; apenas para o protocolo dos resumos de plataformas administrativas.
Eleições de presidentes por aclamação não é novidade na história são-paulina. Nos primórdios, os nomes eram escolhidos anteriormente em reuniões e apenas oficializados, sem eleições.
Nos aos 1960, Laudo Natel, maior nome da história política do clube, foi reeleito duas vezes sem que houvesse um concorrente.
Recentemente, dois nomes ganharam as eleições sem concorrentes. Em 1996, Fernando José Casal de Rey foi reeleito por aclamação. Em 2014, Carlos Miguel Aidar até tinha adversário, mas Kalil Rocha Abdalla, em uma chapa composta também por Marco Aurélio Cunha como vice, tirou a candidatora horas antes da eleição.
Desde a fundação do São Paulo, em 1930, apenas três vezes um candidato puramente de oposição, sem vínculos com a gestão anterior, venceu a disputa.
Em 1984, Carlos Miguel Aidar conseguiu impedir a reeleição de José Douglas Dallora. E em 2002 foi Marcelo Portugal Gouvêa quem venceu Paulo Amaral, que também tentava novo mandato.
O caso mais polêmico, contudo, veio em 1990. Em um dos momentos de maior crise política interna do Tricolor, Antônio Leme Nunes Galvão venceu Juvenal Juvêncio, que buscava a reeleição. Mas ao perder considerável apoio no Conselho nos dias seguintes, o famoso banqueiro acabou renunciando junto de toda sua chapa, abrindo espaço para o então presidente do órgão, José Eduardo Mesquita Pimenta, considerado neutro, assumir como mandatário, apaziguar os ânimos e guiar o São Paulo ao período mais vitorioso de sua história.
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