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OPINIÃO: No fundo, Gabriel Neves ajuda Dorival a montar lista de saída de gringos no São Paulo

Gabriel Neves é consolado por Cano ao deixar o campo (Foto: Maga Jr/Agencia F8)


RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo


Um dos principais pontos de discussão do técnico Dorival Júnior com a diretoria do São Paulo nas reuniões de planejamento para 2024 que começaram a ser feitas após o título da Copa do Brasil foi necessidade do clube diminuir a sua lista de estrangeiros no plantel.


São nove gringos ao todo no profissional tricolor, dois a mais que o limite de sete determinado pela CBF nesta temporada após, veja só, lobby do próprio São Paulo com outras equipes nos bastidores.


A princípio definiu-se o número de permanecer com sete, já que duas saídas parecem certas para o ano que vem: Méndez, volante completamente sem espaço com Dorival, e Alan Franco, zagueiro que recebeu sondagens do  Boca Juniors já na janela do meio do ano e revelou aos cartolas sua vontade em atuar por um gigante do futebol do seu país.


Tudo bem, tudo muito ótimo. Mas Dorival lembrou que há pelo menos duas opções africanas na base que devem ganhar chance durante o Campeonato Paulista: Iba Ly e King Faisal. Se há um ponto de divergência entre o atual treinador são-paulino e o antecessor Rogério Ceni é sobre promover um certo revezamento, como o ocorrido no começo do ano, quando os gringos acabavam sacrificados por conta do limite. Situação que o ex-goleiro aceitava. Mas que o ex-meia não quer passar.


Por isso o martelo foi batido. Há necessidade de se desfazer de mais um estrangeiro, além da dupla mencionada. Até porque um dos reforços do São Paulo na janela que se avizinha será o argentino Emmanuel Martínez, a ser contratado junto ao América-MG. A pedido de Dorival, que já parecia inclinado a encontrar um jogador que não só atua na mesma posição que Gabriel Neves, mas que possa lhe oferecer ainda mais, atuando em outros setores do campo.

 

E aí entramos no tema dessa coluna: com as péssimas atuações dos últimos jogos, o próprio Neves parece disposto a ajudar o treinador na decisão de quem será o terceiro gringo a deixar o Morumbi para 2024.


Talvez uma coisa esteja de fato ligado à outra. Quem pode dizer que Neves não sentiu a pressão? Pressão por ter vivido um bom momento pelo Tricolor na chegada de Dorival, ter cavado o espaço como segundo volante e, após sofrer contusão, ter visto Alisson ser improvisado na função e conquitar os corações são-paulinos.


Seja como for, Neves desperdiçou as chances que teve desde então. Contra o Palmeiras, no fatídico clássico em que sofreu a maior goleada da história para o rival, entrou de primeiro volante na função de Pablo Maia. Acabou engolido e substituído ainda no primeiro tempo.


Nesta quarta-feira (22), Neves foi escalado mais uma vez em posição diferenciada, como uma espécie de terceiro homem do meio-campo, com mais responsabilidades ofensivas que defensivas. Acabou expulso aos 25 minutos do primeiro tempo.


O tempo é senhor da razão, diz o ditado. Mas ao que consta, a paixão da torcida, diretoria e comissão técnica por Neves acabou de vez depois do jogo desta quarta. 


E fica a reflexão do que afinal significa a passagem do volante pelo São Paulo. Contratado em definitivo junto ao Nacional, de seu país natal, o jogador tem contrato até o final de 2025. A admiração dos são-paulinos vem de duas frentes. Uma pela nacionalidade e a crença da mística uruguaia no que tange o clube do Morumbi, marcada por nomes como Pedro Rocha, Fórlan, Dario Pereira e Lugano. E outra pelo perfil do camisa 15, que anda de skate no parque, circula pela capital paulista de transporte público e é mais visto nas livrarias e cinemas que em baladas.


Os dois estão corretos. Mas quem convive no cotidiano com Neves indica que não é o suficiente. Ceni já havia lhe preterido. Só voltou atrás após o uruguaio recusar um empréstimo ao Vasco. A promessa de emprenho da ocasião será o suficiente para lhe segurar agora?




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