RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
O clima cordial entre Palmeiras e São Paulo ao longo desta temporada, quando os clubes chegaram a costurar acordo e jogaram cada um no estádio do outro no Campeonato Paulista, deve acabar caso a equipe alviverde conquiste o título do Campeonato Brasileiro.
O motivo da discórdia atende pelo nome de Supercopa do Brasil, competição na qual o Tricolor, atual campeão da Copa do Brasil, já tem vaga garantida na edição 2024, que será realizada em 3 de fevereiro (sábado).
Isso porque o Tricolor já foi comunicado pela CBF de que há proposta de empresários para que a disputa seja nos EUA.
A entidade aguarda apenas o término do Brasileirão para fazer uma reunião entre os dirigentes são-paulinos e os do futuro campeão para informar sobre os valores ofertados e tomar uma decisão conjunta.
Por isso, primordialmente, a CBF ainda não comunicou a sede da Supercopa. Existem três cidades brasileiras que se candidataram a receber o jogo nos bastidores: Brasília (DF), Manaus (AM) e Cuiabá (MT).
A FPF (Federação Paulista de Futebol) sinalizou que caso o Palmeiras oficialize a conquista do título nacional (é o atual líder), tentaria manter o jogo no Estado, provavelmente no interior.
A proposta, contudo, já foi descartada, visto que há a questão da torcida única. Jogos entre Palmeiras, Santos, Corinthians, São Paulo, Guarani e Ponte Preta podem ter apenas torcedores do time mandante por medida tomada em conjunto entre Ministério Público paulista e SSP (Secretaria de Estado da Segurança Púbica). E a Supercopa é uma competição de 'campo neutro'.
A ordem, entretanto, tem validade apenas para terras paulistas. Ou seja, em outros estados essas equipes poderiam se enfrentar com a presença normal das duas torcidas.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, a CBF vê com bons olhos uma final entre São Paulo e Palmeiras no exterior por, além das receitas, temer medidas judiciais das autoridades paulistas em nível nacional para barrar a presença das duas torcidas.
FLORIDA CUP
O AMT apurou que todos os postulantes ao título brasileiro, exceto o Palmeiras, concordam com a disputa da Supercopa nos EUA.
Botafogo, Atlético-MG, Grêmio e Bragantino veem, além do faturamento, uma chance de internacionalizar a marca.
O Flamengo tem os mesmos interesses que o São Paulo. O time da Gávea e o Tricolor receberam convite para uma pré-temporada nos EUA de empresários ligados aos dois principais times da MLS (principal liga estadunidense de futebol) da Florida: Inter Miami (turbinado pela presença de Lionel Messi) e Orlando City. O AMT trouxe a informação no final de outubro.
A reportagem apurou que os magnatas estadunidenses queriam fazer uma edição mais inchada da Flórida Cup, competição até então ligada ao Grupo Disney por meio da ESPN e que teve a participação do São Paulo em duas edições (2017 - esta terminou campeão sobre o rival Corinthians - e 2019).
O plano era o de fazer dois grupos de quatro equipes, com a presença de duas franquias da MLS, os dois brasileiros, dois argentinos (a dupla Boca e River Plate) e dois europeus (o Barcelona chegou a ser cogitado). Uma competição de quase 15 dias, com todo o custeio pago.
De imediato, os argentinos e europeus recusaram por incompatibilidade de datas. Com só os brasileiros na parada, cogitou-se um quadrangular entre os times da Flórida, São Paulo e o rival da Gávea. Mas a demora na definição do calendário da CBF melou os planos. A tendência é que aconteça dois amistosos mesmo entre Rubro-Negro, Tricolor contra os adversários estadunidenses.
DISPUTA DE BASTIDORES
Se para São Paulo e Flamengo uma Supercopa em terras estadunidenses permitiria um período de treinos no país do Tio Sam, mesmo que sacrificando o início dos Estaduais, o mesmo não se aplica ao Palmeiras.
O time alviverde recusa a ideia de sair do país para jogar a Supercopa justamente sob a alegação do calendário apertado e de que seria necessário sacrificar o Campeonato Paulista.
Não é uma atitude inédita do Palmeiras. Neste ano, o time alviverde bateu o pé contra a realização da competição no exterior. A CBF tinha duas propostas, dos EUA e Arábia Saudita. Chegou a acertar com a segunda, mas os paulistas reclamaram, alegando vantagem ao rival carioca, que iria para o país árabe após a participação no Mundial de Clubes, disputado no Marrocos. A entidade então recuou e marcou o jogo para Brasília (DF). Situação que se repete agora.
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