Como o AVANTE MEU TRICOLOR revelou na segunda-feira (30/10), o São Paulo confirmou a escolha da Vila Belmiro como sede de sua partida contra o Bragantino, no dia 8 (quarta-feira), às 20h (de Brasília), pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Tricolor não poderá contar com o Morumbi, fechado para a realização dos shows da banda estadunidense Red Hot Chili Peppers no dia 10/11 (sexta-feira) e do grupo mexicano RBD nos dias 12 e 13 do mesmo mês (respectivamente domingo e segunda-feira).
Mas o que motivou pelo estádio de um rival fora da capital paulista? Certamente não foi o aspecto financeiro.
A reportagem apurou que o São Paulo recusou ofertas de duas arenas usadas na Copa do Mundo de 2014, Manaus (AM) e Brasília (DF), além de duas cidades do interior, Araraquara e Ribeirão Preto. Em todas o Tricolor receberia um cachê e teria despesas de deslocamento pagas. Em todas receberia mais que na bilheteria do jogo na Vila Belmiro.
É de conhecimento geral que a casa santista está muito longe dos padrões estabelecidos pelas arenas modernas. E isso reflete na arrecadação do time alvinegro: o Peixe tem média de 10,8 mil torcedores por jogo no atual Campeonato Brasileiro.
O maior público presente santista na atual edição foi de 13.545 pessoas, na goleada por 4 a 1 sobre o Vasco. O São Paulo não coloca um número tão baixo de torcedores em seus jogos como mandante desde na vitória por 1 a 0 sobre o mesmo time carioca, em 28 de novembro de 2019, segundo levantamento pelo pesquisador Alexandre Giesbrecht, do 'Anotações Tricolores'.
Se considerar os preços médios recentes cobrados pelo Tricolor para seus jogos no Morumbi, a partida na Vila, caso tenha lotação máxima, representará uma média de aproximadamente R$ 800 mil de bilheteria, valor superior apenas a de dois jogos são-paulinos no ano: Inter de Limeira, no Campeonato Paulista, e Puerto Cabello, na Copa Sul-Americana.
Mas qual o fator que levou o São Paulo abdicar dos ganhos financeiros?
Bem, sondar a Vila Belmiro para ser sede de um jogo seu não é algo necessariamente novo por parte do Tricolor. A tradicional casa santista foi pedida pelo então técnico Rogério Ceni para sediar o duelo das quartas de final do Campeonato Paulista contra o Água Santa. Na época, o treinador valorizou o gramado do estádio da cidade litorânea, assimilando-o ao do Morumbi, então fechado para sediar uma série de apresentações da banda inglesa Coldplay.
A diretoria são-paulina não teve nem tempo hábil de iniciar discussões com o Peixe pela Vila. O grande número de sedes de torcidas organizadas do clube alvinegro nas cercanias foi o motivo alegado para Polícia Militar e FPF (Federação Paulista de Futebol) vetarem de imediato a ideia.
Curiosamente o jogo eliminatório do Estadual acabou sendo disputado na arena do rival Palmeiras, igualmente cercado de sedes de organizadas e estabelecimentos temáticos do time verde. No temido gramado sintético, o Tricolor acabou caindo nos pênaltis após empate sem gols no tempo regulamentar.
No convite enviado ao São Paulo, a diretoria santista se comprometeu a ajudar na conscientização junto às suas organizadas. Algo feito pelo próprio Tricolor quando o Palmeiras usou o Morumbi como casa no Paulistão, no início de fevereiro. A Independente, principal facção do clube, tem uma sede bem à frente ao acesso às arquibancadas azul e laranja.
O AVANTE MEU TRICOLOR apurou que é fruto de projeto pessoal do presidente Julio Casares manter boas relações com os rivais. E o 'acordo' acertado com o Palmeiras no início do ano acabopu virando água, já que o Tricolor não interesse em jogar em grama artifical, além de Leila Pereira, presidente do rival, ter vencido a licitação para administrar a Arena Barueri ea usar como palco alternativo do time verde. Além disso, a escolha do Morumbi foi duramente criticaa por conselheiros palmeirenses.
Pelo lado dos dirigentes santistas, é a chance, além de faturar com o elenco, de estreitar laços com o São Paulo para ter o Morumbi como alternativa quando ocorrer a reconstrução da Vila Belmiro como arena. O projeto não tem data prevista para iniciar.
As diretorias haviam se afastado em 2022, quando o Tricolor se recusou a alugar o Morumbi para o rival, que tinha esperanças sem aumentar as receitas com bilheteria por conta da capacidade muito maior do estádio são-paulino.
Com a escolha, o São Paulo voltará a jogar como mandante na casa santista após 87 anos. Sem um campo próprio na época e com todas as opções na capital paulista já agendadas, o Tricolor resolveu aceitar a proposta do Peixe de usar o estádio da cidade litorânea no jogo do segundo turno do Paulistão daquele ano.
Ao todo, o São Paulo disputou 124 jogos na 'vila mais famosa do mundo', acumulando 46 vitórias, 29 empates e 49 derrotas.
Se engana quem pensa que todos os jogos são-paulinos na Vila foram necessariamento contra o Santos. Ao todo o São enfrentou Portuguesa Santista (cinco vezes), Jabaquara (sete vezes) e um estranho contra o Guarani, realizado durante a pandemia de Covid-19 no Litoral por questões de restrições sanitárias pela prefeitura de Campinas (SP).
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