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Da queda precoce no Paulistão ao ‘milagre’ da Copa do Brasil, São Paulo consegue reforços decisivos e contratos milionários aos montes

 

Paulistão, Copa do Brasil, novos contratos... O ano tricolor foi agitado (Montagem AMT)

MARCIO MONTEIRO
@Marcio_oretorno

O 2023 do São Paulo dentro de campo foi bastante irregular. Que o título da Copa do Brasil não esconda: o Tricolor teve momentos de glória, como a inédita conquista nacional e até um período de 12 jogos de invencibilidade no primeiro semestre. Porém, tempos turbulentos também agitaram o clube, como a precoce eliminação ainda nas quartas de final do Paulistão para o Água Santa, a dificuldade de se ganhar pontos fora de casa e épocas de até cinco partidas sem vencer. 

BREVE INÍCIO COM CENI E CHEGADA DE DORIVAL

Rogério Ceni começou o ano à frente do clube e no Paulistão disputou seu único torneio completo. Fez campanha regular, com sete vitórias, dois empates e três derrotas na fase inicial, mas caiu logo nas quartas, e para uma equipe sem nenhuma expressão no cenário estadual, o Água Santa. Após empate sem gols, eliminação nas quartas de final, além de perder Galoppo, grande destaque do time até ali, lesionado para o resto do ano.

Depois, uma vitória na Sul-Americana, empate na Copa do Brasil e derrota no Brasileirão, todos em jogos de estreia, mostraram um São Paulo sem muita evolução em campo, fora alguns problemas de relacionamento entre Rogério Ceni e alguns jogadores. 

Com o cenário ficando cada vez pior, Ceni foi demitido em 19 de abril, horas depois da vitória contra o Puerto Cabello, pela Copa Sul-Americana, após uma sequência ruim de jogos. No dia seguinte, assim como em 2017, Dorival Júnior chegava para ocupar o posto do grande ídolo tricolor. E o começo do novo técnico foi empolgante.

Dorival embalou uma sequência de 11 jogos sem perder, em partidas pelo Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana. Só foi derrotado depois pelo Sport, em pleno Morumbi, na Copa do Brasil, mas acabou conseguindo a classificação às quartas de final do torneio com vitória nos pênaltis. 

Após um curto período de oscilação no meio do ano, uma boa sequência de vitórias, incluindo as duas sobre o Palmeiras que garantiu vaga na semifinal da Copa do Brasil e goleada sobre o Santos, animaram o time.

A VIRADA DO ANO

Vieram então as oitavas e semifinais de Sul-Americana e Copa do Brasil, respectivamente, e com elas duas grandes novidades. Entre o final de julho e o começo de agosto, o São Paulo trouxe dois nomes de nível internacional, o colombiano James Rodríguez e Lucas Moura, grande ídolo do clube. Eram as peças que faltavam para o Tricolor entrar no páreo de vez por títulos.

Apresentação de Lucas: o ponto de virada do São Paulo no ano (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Lucas estreou logo em 6 de agosto, na derrota em casa para o Atlético-MG pelo Brasileirão, e James no dia 13, no empate com o Flamengo no Rio, também pelo Nacional. Os reforços mostraram muita qualidade logo de cara e foram fundamentais, especialmente o camisa 7, para o São Paulo reverter os placares adversos contra San Lorenzo e Corinthians. Era só um golzinho de diferença. A torcida estava confiante.

O Tricolor venceu os dois duelos por 2 a 0, no Morumbi, e ali a torcida começava a acreditar de vez. O time estava novamente em uma final nacional e enfrentaria a LDU nas quartas de final em busca de mais uma decisão sul-americana. 

O ‘MILAGRE’ DA COPA DO BRASIL

Contra a LDU, não deu. Derrota fora e triunfo em casa, com eliminação nos pênaltis. Porém, pouco depois, a vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo no Maracanã, gol de Calleri com assistência de Nestor, reanimou o grupo, que disputaria a grande decisão jogando por um empate diante de sua enlouquecida torcida no Morumbi.

Após sair atrás na grande final, Rodrigo Nestor se consagrou. O jovem meia acertou um lindo chute sem pulo de fora da área que morreu nas redes flamenguistas para explosão do estádio. O empate por 1 a 1 garantiu a conquista inédita do São Paulo na Copa do Brasil, e vaga de volta a Libertadores, em 2024.

Rafinha ergue a taça da até então inédita Copa do Brasil (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Depois, o time já não tinha muitas expectativas no Brasileirão, alternou bons e maus jogos, conseguiu enfim uma mísera vitória fora de casa no torneio, contra o Bahia, e fechou na 11ª colocação, com 53 pontos, após 14 vitórias, 11 empates e 13 derrotas. Também viu os heróis da Copa do Brasil, Calleri e Nestor, serem operados, mas teve as recuperações completas de Ferraresi, Galoppo, Igor Vinícius, entre outros lesionados, fator que prejudicou bastante o São Paulo na temporada. 

NÚMEROS NO ANO

Na temporada de 2023, o Tricolor disputou 71 partidas, somando 34 vitórias, 17 empates e 20 derrotas, com 55,9% de aproveitamento. Teve 92 gols marcados e 58 sofridos. Os números em casa foram muito superiores.

Sob seus domínios, o São Paulo fez 36 jogos, com 23 triunfos, sete empates e somente seis derrotas, o que garante um aproveitamento de 70,4%. Já longe de sua torcida, o time teve 35 partidas, com 11 vitórias, dez empates e 14 reveses, apenas 41% de aproveitamento.

REFORÇOS E CONTRATOS MILIONÁRIOS

E com o ano encerrado, ou pelo menos quase isso, como diz o presidente Julio Casares, o São Paulo foi um dos primeiros clubes a se movimentar no mercado da bola e apresentou bons nomes antes do fim de 2023: Erick, ex-Ceará, o experiente volante Luiz Gustavo, além da revelação paraguaia Bobadilla. Além disso, está próximo de fechar com o ponta Ferreirinha, do Grêmio. E renovou com duas peças importantíssimas, Lucas e Luciano.

O clube ainda segue ativo no Vaivém da bola, e pode se reforçar ainda na zaga, após perder três nomes, na lateral esquerda e no ataque, especificamente um camisa 9 para disputar posição com Calleri. E saindo da seara de jogadores, o Tricolor não para de assinar novos acordos.

Primeiro, a troca do patrocinador de material esportivo, da Adidas para a New Balance, será mais lucrativa. A mudança da marca Master anunciada na camisa de uma bet para outra, irá dobrar os lucros do Tricolor. 

E neste fim de ano, mais anúncios: parceria com produtora de eventos para shows exclusivos no Morumbi, ou melhor, o MorumBis, como será chamado o estádio após Casares fazer acordo com a Mondeléz, empresa detentora de marcas de chocolate, pelos naming rigths do local: R$ 75 milhões, a princípio, por três anos.

E para fechar, acordo entre São Paulo e a WTorre para a reforma do estádio, que teria ampliação de sua capacidade, melhorias visando shows, anfiteatro, estacionamento e muito investimento. 

O ano tricolor foi intensivo e positivo, a meu ver. Financeiramente, ainda tem um longo caminho pela frente, mas o presidente Casares parece estar fazendo o máximo possível para equilibrar as contas. Os acordos deste ano figuram sempre entre os melhores do país, por vezes o melhor. A base do time em campo será mantida, e peças importantes em setores carentes chegaram. Se olhavam no início do ano para 2023 com certa desconfiança para o São Paulo, os olhares já podem ser mais otimistas para 2024. Um feliz Ano Novo, nação Tricolor!



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