RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
Dorival Júnior havia prometido que o São Paulo entraria em campo com seriedade nos dois jogos restantes no Campeonato Brasileiro. E, ao que consta, cumpriu o prometido na noite deste sábado (2): escalou força máxima, endureceu a parada para o Atlético-MG, que ainda luta pelo título, no Mineirão, e fez um bom jogo para quem pensava que ia facilitar as coisas. Mas, para tristeza de palmeirenses, botafoguenses e gremistas, o Galo tem Paulinho, que vive fase iluminada e confirmou as expectativas, marcando o gol da vitória dos mandantes por 2 a 1 já nos acréscimos.
Depois de quebrar o jejum de vitórias fora e casa na última rodada, quando venceu o Bahia por 1 a 0 nos acréscimos, matematicamente fugindo do rebaixamento à Série B, acabaram-se as aspirações tricolores na competição. Resta subir degraus na classificação para ganhar mais na premiação da CBF. E a derrota impede a meta: com 50 pontos, o time se mantém temporariamente na décima colocação.
A derrota também mantém um tabu são-paulino ante o adversário: agora serão oito anos sem conseguir vencer o Atlético em Belo Horizonte (MG).
Às vésperas das merecidas férias após uma temporada em que conquistou a inédita Copa do Brasil e carimbou sua volta à Libertadores, 2023 terminará para o São Paulo com mais um duelo que pode interferir em uma briga que não é sua: enfrenta o Flamengo, quarta-feira (6), às 21h30 (de Brasília), no Morumbi.
O jogo começou com um São Paulo bem postado em campo, dominando as ações, muito consciente de seu jogo e, principalmente, extremamente competente na defesa, anulando por completo a linha ofensiva do Galo.
Isso exigiu mais ousadia dos mandantes, que ante um Tricolor que aparecia pouco no ataque, teve de recuar ainda mais pelo avanço das linhas promovido por Felipão. E que quase rendeu frutos: aos 22, Luciano vacilou, Paulinho roubou a bola, tabelou com Hulk e exigiu boa aparição de Rafael para salvar.
A resposta são-paulina só veio aos 30, quando Luciano arriscou de fora da área, Everson defendeu e Erison, com o gol vazio, conseguiu perder o rebote.
Era um jogo extremamente físico, de muito contato e choque, que atrapalhou um pouco a articulação dos times. O primeiro tempo terminou com menos de 50% de bola rolando. E, para piorar, nesse cenário, surgiu a temida contusão. Já nos acréscimos, Lucas precisou deixar o campo após sentir o tornozelo direito.
No segundo tempo, Luciano de novo começou assustando aos 5, arriscando de novo uma finalização de fora da área defendida por Everson.
O tempo foi passando e, ajudado pelo nervosismo atleticano e o tropeço que poderia atrapalhar suas pretensões, o São Paulo foi ampliando o seu domínio dentro de campo. Atraía o rival e levava perigo sincero nos contra-ataques. Como aos 30, quando após tabela Luciano apareceu completamente livre na pequena área e perdeu gol feito.
O lance poderia ser capital na noite. Mas com as máximas do futebol não se brinca. Quem não faz toma? Sim. Pelo menos em Belo Horizonte. Na jogada seguinte, na primeira finalização atleticana do dia no alvo, Hulk recebeu de fora da área, cortou para o meio e finalizou na medida para acertar o canto direito de Rafael e abrir o placar.
Mas o São Paulo entrou em campo com muita vontade. Felipão até tentou fechar a casinha. E a pressão foi grande. William Gomes chegou a acertar a trave. Mas o lance que seria decisivo veio na sequência: Juan buscou a infiltração pela ponta e acabou caindo na área após choque com Mariano. Pênalti marcado após alerta do VAR e convertido por Luciano.
Quando todos imaginavam que a água seria despejada no chopp atleticano, contudo, a redenção dos mandantes veio no final. Aos 48, Hulk encontrou Paulinho dentro da área e o artilheiro do Brasileirão só desviou opara marcar seu 19º tento na disputa e manter os mineiros vivos na luta pelo taça. Ao Tricolor, restou só o gosto da dignidade de cumprir a promessa de endurecer as coisas enquanto aguarda seu ano novo.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 2 x 1 SÃO PAULO
CAMPEONATO BRASILEIRO - 37ª RODADA
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 2/12/2023 (sábado)
Horário: 21h (de Brasília)
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)
Assistentes: Bruno Raphael Pires (GO) e Luanderson Lima dos Santos (BA)
Árbitro de Vídeo: Rodrigo D Alonso Ferreira (SC)
Cartões amarelos: Guilherme Arana (19/2), Hulk (32/2), Matheus Mendes (39/2) e Paulinho (49/2) (Atlético); Michel Araujo (São Paulo)
GOL
Atlético: Hulk (31/2) e Paulinho (48/2)
São Paulo: Luciano (pênalti, 45/2)
ATLÉTICO
Everson; Mariano, Igor Rabello, Réver e Guilherme Arana; Edenílson (Alan Franco 33/2) e Otávio; Zaracho (Rubens 37/2) e Igor Gomes (Pavón 0/2); Hulk e Paulinho (Patrick 50/2)
Técnico: Felipão
SÃO PAULO
Rafael; Rafinha (Nathan 15/2), Arboleda, Beraldo e Caio; Pablo Maia e Alisson (Juan 15/2); Luciano, Lucas (Michel Araújo 53/1) e Wellington Rato (William Gomes 27/2); Erison (Talles Wander 26/2)
Técnico: Dorival Júnior
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