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Corte de árvores na frente do Morumbi vai parar no MP e pode atrasar cronograma da reforma

Arborização no entorno de casa são-paulina é alvo do MP (Rubens Chiri/SPFC)


RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo


Se ainda não foi anunciado oficialmente pelo São Paulo, a parceria com a WTorre para a reforma total do Morumbi até o centenário do clube, em 2030, pode acabar demorando mais que o previsto para começar.


Isso porque segundo o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, está nas mãos do Ministério Público de São Paulo uma representação da Sociedade de Amigos do Morumbi e Vila Suzana para impedir o corte das árvores localizadas não só na Praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao portão principal do estádio, na Zona Oeste paulistana, como em todo o entorno da casa são-paulina para a construção de um piscinão no local.


O piscinão, além da canalização e desvio do Córrego Antonico, que passa embaixo do gramado do Morumbi, são obras vistas como essenciais para acabar com as enchentes da região e permitir ao São Paulo que faça reformas profundas em seu estádio.


Segundo reportagem publicada pela 'Gazeta de Pinheiros', que também integra a ação movida na promotoria, a alegação dos moradores é a de o corte das árvores poderá influenciar nas condições climáticas da região e afetar a sustentabilidade do solo. 


"Ambientalistas moradores de nossa região, entraram com uma representação no Ministério Público de São Paulo para tentar reverter a construção de um piscinão dentro da Praça Roberto Gomes Pedrosa, que pretendem 'acabar'totalmente com a área verde e mais 60 árvores cinquentenárias da entrada do Morumbi", diz trecho da ação movida pelos moradores, que pedem a mudança do piscinão para a área asfaltada ao lado do estádio, onde é realizada a tradicional feira livre do bairro.


Desde novembro, o promotor Fernando Bolque solicita esclarecimentos à Prefeitura e à Secretaria do Verde e Meio Ambiente e tenta intermediar um consenso entre as partes. Mas, por meio de nota, a gestão Ricardo Nunes (MDB) informou ao AMT que os cronogramas estão mantidos. A abertura dos envelopes da licitação para contratação das obras acontece no próximo dia 31.


"A Licença Ambiental de Instalação (nº 04/CLA-SVMA/2023) referente às intervenções foi obtida junto à Secretaria do Verde e Meio Ambiente em julho de 2023, para as obras de controle de cheias do córrego, que compreende a construção de dois reservatórios e reforço de galerias para a captação de águas pluviais. O licenciamento ambiental da obra passou por Consulta Pública em abril do ano passado, os comunicados foram publicados no Diário Oficial", justifica a gestão municipal.


Com previsão de investimento de R$289,7 milhões, o empreendimento será construído no terreno entre as ruas Corgie Assad Abdala, João da Cruz Melão e Av. Giovanni Gronchi, com capacidade para armazenar 133,5 mil m³ de água. O novo reservatório será fechado, o que permitirá o reaproveitamento da área após o término dos trabalhos, garantindo que a comunidade continue a utilizar o espaço. Para reforçar a captação das águas pluviais, as intervenções também contemplam a construção de 664 metros de novas galerias na rua Senador Otávio Mangabeira.


Segundo a Prefeitura, "a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente atua para que a compensação ambiental necessária, em razão da supressão de árvores por causa das obras de controle de cheias do Córrego Antonico, no Morumbi, seja a mais benéfica possível para a biodiversidade dali, com o plantio de apenas mudas nativas em todo o entorno."



O NOVO MORUMBI


O São Paulo assinou contrato com a WTorre para reforma do estádio do Morumbi. O acordo, que prevê o prazo de seis meses para a construtora apresentar um projeto de modernização para apreciação do clube, foi revelado inicialmente pela 'Folha de S. Paulo' e confirmado ao AVANTE MEU TRICOLOR.


A WTorre é quem ergueu e administra a arena do rival Palmeiras. Também é quem negocia a reforma da Vila Belmiro com outro rival, o Santos. Mas o contrato com o Tricolor será diferente dos dois.


Segundo o periódico, a reforma prevê aumentar a capacidade para receber até 100 mil pessoas em shows — atualmente, o estádio comporta cerca de 80 mil pessoas. Em dias de jogos, o local terá espaço para cerca de 85 mil espectadores.


De concreto até agora no projeto estão os planos para se construir um anfiteatro modular com capacidade para até 20 mil pessoas, no espaço do portão 1 do estádio, a entrada principal na Praça Roberto Gomes Pedrosa, onde poderão ser realizados eventos esportivos e palestras, sem impacto no gramado. 


Será criado também um estacionamento para cerca de 2 mil veículos, que poderá ser usado pelos sócios do clube. A previsão é que as obras sejam concluídas até 2030, ano do centenário do Tricolor.


O projeto são-paulino difere de Palmeiras e Santos pelo fato de que a WTorre não será dona do estádio, mas terá participação nas receitas. 


Na última quinta-feira (28), o Conselho Deliberativo tricolor aprovou o contrato de exclusividade que o clube costurou com a Live Nation, gigante produtora de eventos do showbiz, para ceder o Morumbi com exclusividade em shows de estrelas internacionais da música.


O acordo tem cinco anos de duração e pode render até R$ 60 milhões fixos aos cofres do clube. Segundo dirigentes, o São Paulo ainda terá direito a receitas extras geradas dentro do estádio, como bares e lanchonete. O custo total das obras pode alcançar R$ 800 milhões.


Assim como no caso da WTorre, o contrato com a Live Nation prevê o direito a veto por parte do São Paulo para utilização de seu estádio para jogos importantes e decisivos.


AMT apurou que o Tricolor já tem 27 espetáculos musicais definidos no calendário para que ocorram no Cícero Pompeu de Toledo em 2024. O último acertado é da banda estadunidense de heavy metal Metallica, que acontecerá nos dias 14 e 16 de novembro.


Conforme a 'ESPN' revelou, o clube foi o primeiro dos quatro grandes do Estado a encaminhar um acordo para utilizar o Pacaembu no ano que vem, quando o tradicional palco paulista deverá ser reaberto após reformas. Até 15 jogos do Tricolor podem ocorrer no local por conta dos shows que serão realizados no Morumbi.




 
ALL-NEW MORUMBI


Assunto na pauta do São Paulo desde que Julio Casares assumiu a presidência, em 2021, a sonhada reforma do estádio do Morumbi não vai sair do papel em 2024. O martelo foi batido pela diretoria em outubro. E a justificativa é a de que o Tricolor não pode ficar sem sua casa no esperado retorno à Copa Libertadores.


Inspirado pelo argentino River Plate, o projeto escolhido para a reformulação da casa são-paulina prevê a extinção total do anel térreo do Morumbi e a ampliação do intermediário até o nível gramado. Desta maneira seria possível manter a estrutura existente hoje no anel térreo do estádio, principalmente o Morumbi Concept Hall (que ganhará uma nova mega loja oficial com a chegada da New Balance). O Tricolor tem duas frentes para arrecadar a grana necessária. Uma é a de fechar parceiros da iniciativa privada dispostos a serem uma espécie de sócios na empreitada. A outra é a venda do naming rights, o que acabou se concretizando.


Entre o fim da última temporada e o começo desta, o River simplesmente acabou com a pista de atletismo ao redor do gramado e criou para o lugar dois setores. A geral, atrás dos gols, será específica para suas barras bravas (como são chamadas as torcidas organizadas do país vizinho), sem assentos. Terá 23,3 mil lugares. Nas partes centrais, a ampliação das cadeiras numeradas e de sócios deixou os espaços com capacidade total de 57,7 mil pessoas.


Com as reformas, a casa do tradicional time portenho virou o maior estádio da América do Sul, com cerca de 83,2 mil de capacidade. O Morumbi, que já foi o maior campo de futebol particular do mundo, atualmente é o quinto da relação continental, para um público de 66.795 espectadores. 


A expectativa de Casares é aumentar esse número. À 'TV Cultura', explicou que o plano é transformar de vez o Morumbi em uma casa de shows e espetáculos da cidade. E esse é um assunto que também interfere nos planos para início da reforma.


Desde o ano passado Casares realiza reuniões com o prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB). E este ano conseguiu em agosto a promessa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de que cerca de R$ 400 milhões serão investidos. O valor pode aumentar, já que pessoas influentes do Tricolor barganham a inclusão do pacotão de obras do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) anunciado pela gestão federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A expectativa é que as licitações por parte da União sejam abertas em novembro de 2024.


Desde os anos 1990 há falas das diretorias do São Paulo sobre reformas estruturais profundas no Morumbi. A última de grande impacto foi em 2008, na gestão Juvenal Juvêncio, quando se prometia cobrir todo o setor das arquibancadas e também construir estacionamento. Sem a inclusão do estádio na Copa do Mundo de 2014, os planos foram engavetados.





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