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| Carpini já rodou o mundo em busca de aprendizado no futebol (Foto: Divulgação/Juventude) |
MARCIO MONTEIRO
@Marcio_oretorno
Após se acertar com o São Paulo, Thiago Carpini será anunciado oficialmente a qualquer momento como novo treinador do clube para 2024. São apenas pouco mais de quatro anos de experiência na função de técnico, mas já com boa bagagem pelos estudos e andanças que fez pelo mundo do futebol.
A TRANSIÇÃO
Thiago Carpini Barbosa, de 39 anos, parou cedo sua carreira como atleta, por muitos problemas de lesão, em 2017, atuando pela Caldense-MG. Em seu último clube, inclusive, chegou a jogar com Wellington Rato, que será seu comandando agora no São Paulo. O técnico, porém, sempre pensou no futuro.
"Quando ainda jogava pelo Guarani (em 2016), comecei a fazer faculdade de educação física porque precisava me preparar. Fiz os cursos da CBF e da AFA (Associação do Futebol Argentino). Gosto muito de aprender sobre futebol todos os dias", disse Carpini em declaração em 2021.
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Finalizado o curso preparatório da CBF, teve sua primeira experiência fora dos gramados como auxiliar técnico de Evaristo Piza, no XV de Piracicaba. Ficou um ano no clube e acompanhou Piza no Botafogo-PB, onde foi vice-campeão da Copa do Nordeste em 2019.
O INÍCIO COMO TREINADOR
De lá, foi convidado pelo Guarani para ser treinador auxiliar fixo. Mas, 40 dias depois, com a demissão de Roberto Fonseca no Bugre, assumiu como técnico interino e salvou o time campineiro da queda na Série B em 2019.
Já como técnico profissional, deixou o Guarani em 2020 e depois rodou por Oeste, Inter de Limeira, Santo André e Ferroviária. Na Inter e no Santo André, levou as equipes até as quartas de final do Paulistão. Enfim, no início de 2022, acertou com o Água Santa, onde obteve reconhecimento nacional.
Com o vice-campeonato estadual em 2023, Thiago Carpini foi eleito o melhor técnico do Paulistão e, pouco depois, rumou para o Juventude, com grande campanha que resultou no acesso do time da Série B para a Série A do Brasileirão.
APRENDIZADO NA EUROPA
No período em que trabalhava em times do interior de São Paulo, Carpini arrumou tempo para fazer um tour pela Europa e visitar alguns clubes para aprender, entre eles, os gigantes Atlético de Madrid e Barcelona.
"Passamos um período no Atlético de Madrid com o Simeone, no Barcelona e no Valladolid. O CEO do Valladolid foi um grande amigo que fizemos na Inter de Limeira. Pude absorver ideias e acho que os treinadores brasileiros têm se modernizado e estudado. Vejo muitas diferenças do comportamental do atleta no exterior. Isso me chamou muito a atenção", revelou o novo técnico tricolor.
"Estava muito curioso para ver a metodologia do Barcelona, que me agrada e me encanta. A ideia de jogo está muito enraizada. O Simeone, que é um treinador com longevidade, tem conceitos de comportamento muito bem definidos", falou Carpini sobre suas preferências táticas.
ESTILO PREFERIDO
Com exceção do Juventude, Carpini sempre dirigiu clubes bastante inferiores aos rivais, seja em campo ou financeiramente. Assim, adaptou sua preferência de jogo ao time que dirigia, normalmente sempre um pouco mais defensivo, com transição rápida ao ataque. Suas ideias, no entanto, são ofensivas.
“Tenho algumas coisas que acredito muito no futebol, de ter um time vertical, de gostar de ter a bola, de buscar o gol o tempo todo, de ser ofensivo, mas buscar o equilíbrio. Organizando a parte defensiva, começo a me organizar ofensivamente. Sou de uma linha que gosta de jogo de posse, de pé em pé, de construção, não de bola em disputa, não de tiro de meta toda hora. Ficando mais com a bola, a gente começa a controlar mais o jogo e começa a criar alternativas para jogar”, falou Carpini em entrevista recente ao jornalista Duda Garbi.
Foi também em 2023, após o vice com o Água Santa, que, depois de recusa para treinar o Santos, Thiago fez nova viagem, agora para a Argentina, para visitar clubes como River Plate e San Lorenzo e aumentar seus conhecimentos sobre futebol.
E quando se preparava para tirar a sua Licença Uefa em Portugal, recebeu convite do Juventude, que mesmo ocupando a zona de rebaixamento da Série B, seduziu Carpini para treinar o clube de Caxias do Sul. E ele não se arrependeu.
Lá, emplacou logo cinco vitórias seguidas, tirando o time da zona da degola. Foram 32 jogos no comando do Juventude, com 17 vitórias, 11 empates e apenas quatro derrotas, com um aproveitamento de 65%.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, o técnico ainda mostrou profundo conhecimento das coisas são-paulinas, na visão de Muricy Ramalho. Seja da característica individual de cada um dos jogadores, incluindo os novos contratados e joias da base, das análises de como viu os erros para que o clube pouco pontuasse fora de casa no último Brasileiro e, principalmente, as fragilidades exploradas por ele nas quartas de final do último Campeonato Paulista, quando eliminou o clube do Morumbi comandando o Água Santa.
A 'cereja do bolo' para o coordenador foi ouvir Carpini sobre a Copa Libertadores. Ao AMT, fontes afirmaram que o treinador ressaltou aquilo que já disse em entrevistas nos tempos de Diadema (SP): tem verdadeira fixação pela competição continental, prioridade tricolor no ano. A Muricy, o jovem explanou estilos de jogo de prováveis adversários e de como atuar em cada hipotético cenário da disputa.
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