James e Zidane não se entrosaram no Real Madrid (Foto: Reprodução/Marca) |
MARCIO MONTEIRO
@Marcio_oretorno
24/01/2024
A grande nova pergunta do torcedor são-paulino é: e o James? O que realmente está acontecendo com o meia colombiano, que vem trabalhando em controle de carga no clube e não se tem uma explicação exata por parte do São Paulo sobre qual é realmente seu problema?
Então, outros fatos começam a vir à tona. Já com Dorival Júnior, James Rodriguez admitiu que ficou insatisfeito por não ser aproveitado em nenhuma das finais da Copa do Brasil contra o Flamengo. O fato, no entanto, não foi o costumeiro de jogadores ficarem irritados por não jogarem. James e Dorival tiveram conversas mais profundas sobre a situação, inclusive neste ano, quando o treinador ainda não tinha ido para a Seleção Brasileira.
O comportamento do colombiano, porém, o acompanha de longa data. Após aparecer para o planeta após grande Copa do Mundo de 2014, e já com boas temporadas por Porto e Monaco na Europa, James foi para o gigante Real Madrid depois do torneio disputado no Brasil.
PROBLEMAS NO REAL
Encontrou primeiro Carlo Ancelotti, que pouco depois saiu para entrada de Rafa Benítez. Então começaram os problemas de James no Real. O colombiano sofreu bastante com lesões, e quando recuperado, era pouco aproveitado por Benítez. E ali começaram as reclamações do meia contra o treinador por entrar menos do que gostaria em campo. As capas dos jornais espanhóis só estampavam os atritos entre os dois.
No começo de 2016, no entanto, nova troca de comando nos merengues. Sai Benítez, entra Zidane, grande ídolo de James Rodriguez, segundo ele mesmo já afirmou.
"Ele é meu ídolo. Sempre foi e é por isso que sempre fui torcedor do Real Madrid”, falou James quando apresentado no clube em 2014. Técnico novo, fim das antigas tretas, um nome de referência... tinha tudo para dar certo. Mas não deu.
Os velhos problemas voltaram à tona. Reclamação do treinador por falta de empenho do jogador, mais lesões, atitudes antiprofissionais, como não aquecer com os demais colegas, falta de oportunidades em campo, o roteiro parecia se repetir cena a cena. Na final da Liga dos Campeões 2016/17, James sequer foi relacionado por Zidane, e apareceu apenas depois do jogo para comemorar o título. Foi a gota d’água.
"Os números estavam aí, mas cada treinador tem seus próprios jogadores e isso é totalmente respeitável. Não sei se não houve feeling com ele ou não, mas cada técnico tem seus gostos. Não sei se ele foi injusto comigo, mas, quando entrava, fazia coisas boas”, falou James à época sobre Zizou.
Confira abaixo um vídeo onde James se irrita ao ser substituído por Zidane em jogo em 2017 pelo Espanhol e xinga o treinador francês.
EMPRÉSTIMO E SAÍDA
Em julho de 2017, James foi emprestado ao Bayern de Munique. Após quase três anos sem muito brilho pelo clube alemão, retornou ao Real no final de 2019 para deixar de vez o clube em setembro de 2020. O colombiano iria jogar agora a conceituada Premier League, no Everton.
"Não posso aceitar que dissessem que eu treinava mal. Treinava muito, até o dobro. Sempre quero estar bem. Tenho a consciência muito tranquila, porque quando jogava, dava meu máximo. Diziam coisas que não eram claras, não eram justos comigo. Falavam isso para me machucar mesmo", declarou o colombiano sobre sua passagem pelo Real Madrid.
O início na Inglaterra não foi ruim, encontrando novamente o paizão Ancelotti como treinador. Mas a história se repetiu e, assim como no Real Madrid, Carlo Ancelotti saiu, agora para o time merengue, e o velho desafeto Rafa Benítez chegou para assumir o comando do Everton.
James Rodriguez voltava a apresentar os velhos problemas físicos e comportamentais, e a relação com Benítez se desgastava a cada dia que passava. Com pouco mais de um ano de Everton, apenas 26 jogos e seis gols, o colombiano deixava o clube.
O treinador espanhol Rafa Benítez chegou a falar sobre a sua saída, afirmando que James não se esforçava o suficiente nos treinamentos e que seria injusto sobrepô-lo em relação aos seus colegas de equipe. Além disso, como um jogador suscetível a lesões, alguém que só estava disponível metade da temporada não seria o que o Everton precisa naquele momento.
ANDANÇAS PELO MUNDO
Dalí, James foi para o Qatar, jogar pelo Al-Rayann. E logo de cara os problemas disciplinares do colombiano começaram a aparecer. Em uma partida no final de outubro de 2021, foi expulso após agredir o árbitro do jogo válido pela Liga do país.
Depois de 16 partidas no Qatar, deixou o país rumo a Grécia, para atuar pelo Olympiacos. Após sete meses, rescindiu o contrato, com 23 jogos, cinco gols marcados e seis assistências na equipe.
PROBLEMAS NO SÃO PAULO
Na metade de 2023, James Rodriguez chegou ao Tricolor com alta expectativa. Conseguiria o colombiano recuperar seu grande futebol de outros tempos novamente no Brasil, palco em que brilhou para o mundo? Em seus primeiros jogos, a habilidade e talento do meia ficaram claros. Porém, a intensidade mais uma vez era um entrave ao atleta.
Dorival pouco utilizou James na equipe. Foram 14 jogos, raros como titular, apenas um gol e três assistências conferidas. Novas lesões, convocações para a seleção colombiana, vida agitada fora dos campos, vários foram os fatores que tiraram o jogador das partidas do São Paulo em 2023.
O clima parecia que poderia ficar novamente conturbado entre James e seu treinador, na época Dorival Jr. Foi quando a inesperada troca no comando pelo novato Thiago Carpini abriu nova oportunidade para o jogador, que pode ser a última no Tricolor.
Carpini vem se esquivando bem das perguntas sobre o colombiano até aqui. O clube segue informando que ele realiza controle de carga com alguns outros atletas. É aguardar para ver se James Rodriguez ainda tem vida útil no São Paulo, ou vai acumular mais uma passagem polêmica por um clube gigante.
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