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OPINIÃO DO ANOTAÇÕES: O desconforto nas palavras de Carpini após mais um tropeço

Carpini durante treino na última segunda, no CT da Barra Funda (SPFC)


ALEXANDRE GIESBRECHT
@jogosspfc
DO ANOTAÇÕES TRICOLORES


Ao assistir a entrevista coletiva do técnico Thiago Carpini, após o empate com o Guarani, no Brinco de Ouro, minha impressão foi de ver um certo desconforto em sua fala. Não digo em relação à expressão, serena como nas demais vezes que encarou a imprensa, mas em suas palavras. 


Ao mesmo tempo em que ele ressaltava a superioridade que o São Paulo teve diante do adversário, citando exemplos — “…as situações que nós trabalhamos, de dobras pelos lados, de ultrapassagem, de volume ofensivo… acho que isso aconteceu de maneira muito bacana, muito pelo que foi a nossa semana de trabalho” — e dizendo que seu time não só merecia ter ganhado ontem, como o jogo anterior contra o Bragantino, ele também enfatizou, mais de uma vez e com veemência, que é ele que toma as decisões referentes à equipe. 


Posso estar enganado, mas me pareceu uma tentativa de bater o pé no chão, para evitar questionamentos sobre autoridade, que já seriam naturais diante do trabalho de um técnico ainda com pouca experiência, ainda mais num momento turbulento como o atual, em que o Tricolor chegou ao seus quarto jogo seguido sem vitórias. 


Há oito dias, manifestei minha preocupação com o discurso do treinador de que o time estava jogando bem, mesmo quando isso claramente não estava acontecendo. Sendo só “da boca para fora”, não haveria muito problema, desde que os defeitos fossem corrigidos. Após uma semana de treinos, foi possível ver alguma evolução, ainda que ela tenha sido mascarada por erros de finalização que causaram um mau resultado, mesmo com o atenuante de estar jogando fora de casa. 


Só que o tempo para evolução vai se esgotando junto com a paciência de parte da torcida, que avalia os trabalhos dos técnicos pelos resultados recentes, e não por atuações. Não que a atuação de ontem tenha sido grande coisa, porque não foi, como o próprio Calleri admitiu na saída de campo. Mas cada vez mais o resultado vai se tornando mais importante para Carpini, a ponto de hoje ele precisar mais de uma vitória feia por 1 a 0 do que de uma performance dominante que termine com um empate sem gols.


Foi nesse cenário que interpretei o desconforto que vi na coletiva do técnico. Ele não terá muito tempo para treinar nesta semana, que voltará a ter dois jogos, antes de um período de duas semanas inteiras, desde que o time se classifique para as quartas de final do Campeonato Paulista. Esse período pode ser crucial, mas, até lá, será necessário apresentar resultados: vitórias na quarta-feira, contra a Internacional, e no domingo, no clássico contra o Palmeiras, trarão uma certa tranquilidade. Depois, uma vaga na semifinal daria um prazo ainda maior para treinos, com a data Fifa de março. Mas, antes, é preciso sobreviver à tempestade atual.

















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