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RAÍZES DA RIVALIDADE - ANOS 30: Nasce o São Paulo. E com ele o ódio eterno do Palestra Itália

Jogador do Palestra Itália marca gol no São Paulo no Paulista de 1940 (Gazeta Press)


RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo


São Paulo e Palmeiras fazem no domingo (4), pela Supercopa do Brasil, apenas a quarta final direta entre ambos na história. Isso não significa, contudo, que seja pouco para que os dois lados nutram aquela que é, sem dúvidas, a maior rivalidade do futebol paulista, até mais por aspectos fora do que dentro de campo.


O AVANTE MEU TRICOLOR irá destacar os aspectos que fazem os rivais alviverdes e tricolores elegerem o Corinthians como rival e o outro lado como inimigo, com os pontos máximos dessas disputas.


O primeiro retrato, que você irá ler agora, é sobre o início da década de 1930. Período de maior efervescência do futebol paulista, com o início do profissionalismo, retrata a fundação do São Paulo e seu primeiro título, em cima do Palestra Itália, a Revolução Constitucionalista de 1932, que interrompeu o campeonato, para queixas dos tricolores, e deu início à caminhada do único tri palestrino até hoje.


Em 25 de janeiro de 1930 surgiu o São Paulo Futebol Clube. E logo após essa data, o então Palestra Itália já se apresentou como um de seus maiores rivais. Tal como acontece atualmente, brigas de dirigentes incentivavam as desavenças. O primeiro impasse, segundo historiadores, aconteceu já no evento de filiação do Mais Querido na Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos), então organizadores do Paulistão, quando os tricolores pediram para não ficarem ao lado na mesa daqueles 'italianos que berram', gerando um mal estar que foi levado para o gramado


Não era para menos. O cenário da cidade até aquele momento mostrava um hegemônico Corinthians, com nove títulos, e as demais agremiações lutando para superar o time do Parque São Jorge. O Palestra Itália, com três títulos, já mostrava certa vantagem sobre outros rivais, como a Portuguesa, e o São Paulo bagunçava esse cenário.



Herdeiro direto do vitorioso e poderoso Paulistano, que decidira abandonar o futebol dois anos antes insatisfeito com o avanço do profissionalismo, e do Atlética das Palmeiras, até então uma das equipes mais populares da cidade, o Tricolor carregava, além do nome, as cores da cidade e do Estado, se tornando uma opção bem clara de torcida para aqueles que não se enxergavam com os espanhóis corintianos e os italianos. Além, claro, de ter herdado grande patrimônio.


O campeonato de 1930 já mostrara que o São Paulo nascera para ser grande. A equipe desbancou Palestra, Portuguesa e o Santos para ser vice de um certame conquistado pelo Corinthians. As provocações recaíram todas sobre os palestrinos, sempre ofendidos em suas origens operárias, o sotaque ítalo-paulistano e o jeito de se portar, chamativos e barulhentos, enfim.


E aí veio 1931. Apenas em seu segundo ano de existência, o São Paulo mostrou sua força. Desbancou os palestrinos após uma goleada por 4 a 0 em pleno Parque Antártica, em 6 de dezembro, e caminhou sem rivais rumo ao título. Depois do jogo, relatos de que os tricolores mais uma vez abusaram, indo da comemoração à provocação, o que enfureceu os palestrinos.


Chegara o ano de 1932 e com ele um fato de extrema importância para a história do Brasil. A Apea até realizou o hoje saudoso Torneio Início, vencido pelo São Paulo sobre o Palestra. Mas o campeonato acabou tendo de ser disputado em turno único por conta da Revolução Constitucionalista, que explodiu naquele ano e interrompeu o certame com poucos jogos disputados.


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O fato gerou reclamações dos tricolores, que queixaram-se de suposta vantagem dada ao Alviverde sem a realização do segundo turno. Em campeonato iluminado de Romeu, até hoje um de seus maiores artilheiros, se tornou a única equipe na história a vencer o Paulistão com 100% de aproveitamento. Ou seja, venceu todos os 11 jogos disputados.


Foi a forra palestrina diante do Mais Querido. No ano seguinte, o profissionalismo foi de fato implantado e o Verdão caminhou rumo ao tricampeonato, o único de sua história, todos em cima do Tricolor, que diante da superioridade chegou a encerrar as atividades por alguns meses em 1935 para colocar a casa ordem.


O fato que fez com que as provocações palestrinas fossem, enfim, retribuídas. Até hoje o Palmeiras despreza esse período da história tricolor, reforçando que os duelos foram contra o 'São Paulo da Floresta', diz que o rival não aguentou a força do Verdão e motivou a torcida na época a levar aos estádios uma faixa com os dizeres 'quando surge o alviverde imponente', frase que acabou sendo incorporada ao hino do clube após sua mudança de nome forçada, entre outros por suposta pressão do São Paulo, nos tempos de Segunda Guerra Mundial. Apogeu de uma inimizade que prometia ser e é eterna.




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