@alexguariglia
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
A treta entre São Paulo e Palmeiras está longe de terminar mesmo após o pedido de desculpas feito pelo diretor de futebol tricolor Carlos Belmonte.
Isso por dois motivos: o AVANTE MEU TRICOLOR apurou que o lado verde não ficou nada satisfeito por ter sido alijado do acordo do clube do Morumbi com o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol.
Ratificada, a decisão de trocar a suspensão de três jogadores (Calleri, Rafinha e Wellington Rato) e de dirigentes e membros da comissão técnica são-paulina por multa não cabe recurso ao Palmeiras.
Fontes ouvidas pelo AMT do rival verde mostraram profundo descontentamento com o fato de sequer ter ocorrido o julgamento.
"Conversão de pena é algo normal, usual até. Mas sem uma sentença definida podemos presumir que no mínimo é estranho. Eticamente está errado. O processo pede que eles fossem julgados com o Palmeiras presente como parte interessada", disse um dirigente palmeirense ouvido pela reportagem.
Fora isso, o mais grave (pelo menos do outro lado do muro): Abel Ferreira não ficou nada satisfeito com o pedido de desculpas feito por Belmonte em vídeo.
O entendimento, segundo pessoas do cotidiano palmeirense na Academia de Futebol, é que Belmonte só se pronunciou e atendeu o pedido feito pela presidente Leila Pereira por conta da pressão do TJD, que exigiu o vídeo.
Pelo menos na parte que compete ao treinador, ofendido pelo dirigente são-paulino, havia a esperança de que Belmonte fosse pelo menos julgado e fizesse o pedido de desculpas no tribunal.
Nesse cenário, é pouco provável que Abel não entre com um processo cível contra o dirigente. Advogados do Palmeiras estudam o caso desde a semana passada e esperam apenas o aval dele para dar sequência à ação.
Com o novo capítulo nessa trama da rivalidade, os dois lados veem o desgaste entre os inimigos como algo quase que irremediável, apesar dos esforços da FPF para apaziguar a situação.
O CASO
Na última sexta-feira (8), o AVANTE MEU TRICOLOR estampou em sua manchete a seguinte: "Blindado, Belmonte tem amplo apoio interno no São Paulo. E Palmeiras não terá as suas desculpas públicas".
Pois bem, a treta pública entre os eternos inimigos precisa cozinhando em banho maria para uma eventual nova eliminatória entre a dupla quando, subitamente, na noite de terça-feira (13) a internet são-paulina foi surpreendida com um vídeo do diretor de futebol Carlos Belmonte pedindo as desejadas (para os verdes) desculpas.
Em 45 segundos de uma fala extremamente calma e que transmite veracidade, o cartola, que semanas antes aparecia esbravejando nos vestiários do Morumbis, explica a frase proferida que ganhou repercussão e cita Palmeiras, Abel Ferreira e colônia portuguesa.
Entre a crença no que via e a desconfiança, até que o São Paulo efetivamente publicasse em seus canais oficiais de comunicação a filmagem, a boataria tomou conta. Desafetos da atual gestão chegaram a formular a teoria de que seria obra de inteligência artificial, vejam só...
Não cabe a nós repórteres fazer juízo de valor sobre o quer que seja. Mas o fato é que a sinceridade de Belmonte atendeu dois propósitos. O primeiro, menos relevante, de encerrar de vez a polêmica com o rival da Pompeia a pedido da Federação Paulista de Futebol, que voltou a conversar a portas fechadas com os dois na sede da entidade na segunda-feira (11), no Conselho Técnico das quartas de final do Campeonato Paulista. O que rendeu até um abraço (definitivo?) entre nosso presidente Julio Casares e o vice deles, Paulo Buosi.
Mas a parte que nos cabe e interessa, de fato, é que com o caminho livre ante a paz (momentânea) entre os inimigos, o São Paulo tratou de tentar se livrar da encrenca que poderia se meter pela treta no clássico da polêmica. E assim costurou um acordo deveras bom no Tribunal de Justiça Desportivo da FPF.
Fato é que o vídeo de Belmonte foi sim parte dessa costura. Mas que acabou tendo saldo positivo: o lateral-direito Rafinha, o meia Wellington Rato e o atacante Jonathan Calleri escaparam de suspensões em troca do pagamento de R$ 25 mil.
Final feliz, já que do trio, Calleri poderia pegar até quatro jogos de gancho e os outros dois, duas partidas. Ou seja, desfalcariam o Tricolor no mata-mata do Estadual (por mais que hoje, no momento e que essas linhas são escritas, apenas Rafinha tem plenas condições de enfrentar o Novorizontino, o duelo das quartas, domingo (17), no Morumbis.
Aos dirigentes, outras sanções foram impostas. O diretor auxiliar Fernando Bracalle Ambrogi, Casares e o auxiliar Estéphano Kiremitdjian Neto também terão que pagar multa.
E Belmonte? Além da grana a ser paga, ficará 30 dias sem poder pisar em estádios paulistas. No saldo geral, pouco importa, afinal não é ele quem marca os gols necessários para dar títulos ao clube do Morumbi.
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