@rafaelemilianoo
O desenrolar de fatos que se seguiu por parte do São Paulo após o empate em 1 a 1 com o Palmeiras, no domingo (3), pelo Campeonato Paulista, podem terminar com punições ao clube por parte da FPF (Federação Paulista de Futebol).
Revoltados com a arbitragem de Matheus Delgado Candançan, dirigentes e jogadores que não participaram da partida foram cobrá-lo efusivamente nos vestiários do Morumbis.
Calleri, Rafinha, Wellington Rato, além do diretor Carlos Belmonte, podem ser identificados no vídeo desferindo muitos xingamentos contra a arbitragem do clássico.
Foi o estopim de uma noite de reclamações efusivas. O presidente Julio Casares falou palavras fortes, Alisson se disse inconformado e Pablo Maia, que exibiu a marca da falta sofrida de Ríos, também deixou seu protesto.
O problema é que Candançan relatou o ocorrido na súmula da partida. E o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) deve enquadrar o Tricolor pelo fato, com o clube correndo risco de até perder mando de campo na fase de mata-mata, caso se classifique.
A 'GUERRA DA SALA DE IMPRENSA'
E a noite ainda reservou a segunda polêmica, com o São Paulo não liberando a sua sala de imprensa para a entrevista coletiva do técnico palmeirense Abel Ferreira após a partida.
Em comunicado, o Tricolor cita "reciprocidade" pela postura do rival pelo confronto entre os dois no duelo do returno do Campeonato Brasileiro do ano passado, na arena verde.
É sabido que o Palmeiras não disponibiliza a estrutura montada no local para as equipes visitantes, que utilizavam um espaço improvisado ao lado dos elevadores de acesso às cabines, tribunas e camarotes, o que acabava atrapalhando as entrevistas pelo barulho gerado.
Naquele fatídico dia, contudo, em 25 de outubro, o Palmeiras mudou o local para um espaço de passagem para o vestiário dos gandulas, próximo do corredor onde é realizada a zona mista, ainda com menos estrutura: não havia tomadas, como captar o áudio sem ruídos, jornalistas tiveram que se sentar no chão, e, para piorar, a assessoria de imprensa do São Paulo foi impedida de estender o banner com os patrocinadores atrás do então técnico Dorival Júnior com melhor visibilidade. A alegação era de que estragaria a pintura da parede.
A situação causou revolta interna no São Paulo, conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, primeiro pelo clube não ter sido avisado antecipadamente. Desde então, era estudada a reciprocidade quando o rival visitasse o Morumbis.
"É injusto todas as vezes que eles vêm ao Morumbi tenham todo o conforto de um local fechado, com isolamento acústico, ar-condicionado, painel virtual para os patrocinadores e simplesmente não nos oferecem tratamento semelhante", limitou-se a dizer um diretor tricolor que deu aval para a não-liberação do espaço na casa são-paulina.
O Palmeiras entregou uma reclamação formal à FPF, ainda na madrugada desta segunda-feira (4) e o caso será avaliado pela Comissão Disciplinar da entidade. Novamente, o regulamento pode acabar motivando uma punição administrativa (leia-se multa).
"Havendo apenas uma sala ou espaço de imprensa disponível no estádio, será realizada a entrevista da equipe visitante e, posteriormente, a entrevista da equipe mandante, salvo acordo prévio realizado entre os clubes, que deverá ser informado à Federação Paulista de Futebol com pelo menos 24 horas de antecedência da realização de partidas", diz o texto do regulamento do Paulistão.
O São Paulo se defende. No comunicado, diz que foi oferecido a possibilidade de Abel falar no espaço das zonas mistas. Dirigentes, porém, vão mais longe.
"O Morumbi é muito grande. Eles poderiam utilizar qualquer espaço que seja, como o saguão, nas mesmas condições que os jornalistas que cobrem nosso clube tiveram no estádio deles", completou o dirigente ouvido pelo AMT.
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