Luciano festeja o segundo gol do Tricolor em Itu (Eduardo Carmim/Photo Premium)
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
Desde que o atual formato de disputa do Campeonato Paulista foi implementado, em 2013, apenas o São Paulo nunca tinha sido eliminado na primeira fase da competição entre os grandes. E por muito pouco o clube do Morumbi não experimentou a sensação.
Com a promessa cumprida de um grande drama, até pelo fato do adversário estar lutando contra o rebaixamento, o Tricolor viu o campo encharcado pela chuva antes do jogo e erros táticos de Thiago Carpini como rivais ameaçadores. E conseguiu vencer o Ituano por 3 a 2 neste domingo (10), na última rodada da fase de classificação, apenas no último chance do jogo, após pênalti apontado pelo VAR, selando a conquista de sua vaga nas quartas de final do Estadual.
O primeiro gol da partida saiu ainda na etapa inicial. Em lance de puro oportunismo, Ferreirinha confirmou a boa fase e abriu o placar. Zé Carlos chegou a empatar após boa jogada do lateral ituano, mas Luciano, sempre decisivo nas partidas decisivas, tratou de fazer o 2 a 1.
O problema é que o cenário de um segundo tempo foi para o espaço com a postura colocada por Carpini à sua equipe. Foi um Tricolor que passou a privilegiar o toque de bola, sem atacar o Ituano, talvez por se poupar, talvez para não se expor. Seja como for, o cenário de uma tragédia ia se desenhando aos 43, quando o Ituano, de novo com Zé Carlos empatou.
À essa altura, a combinação de resultados ia eliminando o São Paulo, que para evitar um revés histórico se lançou ao ataque. E conseguiu, aos 50, que o VAR apontasse um pênalti sofrido por Juan e cobrado por Lucas, que converteu e evitou o pior.
A vitória trata não só de classificar o Tricolor no Grupo D, como lhe assegura a primeira colocação. Ou seja, terá a vantagem de atuar no Morumbis no duelo eliminatório ante o Novorizontino, que ficou atrás apenas nos critérios de desempate, talvez a equipe mais forte do Paulistão tirando o trio de ferro (Palmeiras e Santos, que fique claro, o Corinthians está eliminado - que pena).
O São Paulo termina assim também com a terceira melhor campanha geral, com 22 pontos. Por uma sorte do destino, poderá seguir atuando em casa após uma classificação à semifinal. Veremos.
Primeiro, claro, o perigoso Novorizontino, em data e hora ainda a ser confirmada pela Federação Paulista de Futebol.
A boa fase continua: Ferreirinha marcou de novo em Itu (Eduardo Carmim/Photo Premium)
O JOGO
Com a chuva torrencial que caiu sobre Itu antes do início da partida, era esperado que o gramado pesado do Novelli Júnior seria um fator de complicação ao São Paulo. Mas até que a equipe de Thiago Carpini conseguiu se adaptar bem ao piso.
Aos 3, Calleri ganhou jogada de corpo, invadiu a área e acabou desarmado. A bola sobrou para Ferreirinha, que fez a finalização e viu Jefferson Paulino desviar para escanteio.
Era um sinal de que tudo estava bem, certo? Mais ou menos. Na medida do possível, as poças de água iam atrapalhando. Por duas vezes seguidas Lucas acabou 'desarmado' por elas na entrada da área, atrapalhando ataques perigosos do Tricolor.
E, para piorar, a formatação do time de Carpini, extremamente ofensivo e sem combatividade no meio-campo, permitia as constantes chegadas do Ituano. Aos 13, depois de jogada arisca no ataque ser desviada, Eduardo Person cruzou na medida para Thonny Anderson, cabecear e exigir boa aparição de Rafael.
Eram lances que davam indícios de que as coisas não seriam assim tão fáceis. Mas o Tricolor compensava no setor ofensivo: tinha facilidade em quebrar as linhas do último terço do campo. E conseguia articular o setor ofensiva com relativa facilidade. O gol parecia questão de tempo.
Aos 18, Igor Vinícius cobrou escanteio no segundo pau, Calleri tentou a cabeçada, errou e acabou desviando para Ferreirinha, que com oportunismo e totalmente sem jeito, se abaixou para desviar às redes e abrir o placar.
Em termos de classificação, a coisa parecia resolvida. Mas o Ituano, como falamos, conseguia explorar os espaços deixados principalmente no meio-campo. Via de regra sempre em cima dos laterais são-paulinos, quase sempre expostos.
E foi o que aconteceu aos 26, Vinícius Paiva recebeu bola enfiada na ponta-direita, passou por Welington e cruzou fechado na pequena área para Zé Carlos se antecipar a Arboleda e empatar o jogo.
O empate pouco importava aos dois (Ituano seguia rebaixado e Tricolor eliminado) e por isso o panorama da partida seguiu o mesmo, com os visitantes forçando o ataque e melhores ao quebrar essa última linha defensiva dos mandantes.
Até por isso, sem esforço, aos 35, Luciano marcou o segundo com imensa facilidade. Primeiro ele teve uma oportunidade na pequena área defendida por Jefferson Paulino. Mas o rebote acabou ficando com Igor Vinícius, que cruzou rasteiro para o camisa 10 desviar agora no canto.
Na volta do intervalo, Carpini foi obrigado a mexer. Calleri, reclamando de dores, acabou deixando o campo. E o ritmo ofensivo caiu. Mas sem significar de fato uma queda de rendimento da equipe. Apenas a boa e velha falta de efetividade.
Chance clara, mesmo, só aos 16, quando Juan disparou pela ponta direita, invadiu a área e bateu fechado, para a defesa de Jefferson Paulino.
Para piorar ainda mais as coisas (para quem queria espetáculo), Rafinha, James Rodríguez e Diego Costa entraram em campo, privilegiando a posse de bola e pouco se arriscando no ataque. Ante a fragilidade dos mandantes e o campo pesado, talvez poupar o fôlego fosse a melhor das alternativas? A essa altura, pouco importa senão a esperada vaga no mata-mata.
Só que o castigo veio. Aos 43, Bruno Alves saiu livre pela ponta esquerda, cruzou e Zé Carlos conseguiu girar em cima da defesa e chutar sem chances para Rafael, selando o empate e que seria a primeira eliminação precoce são-paulina no Estadual.
Só que o vilão VAR da semana passada deu uma mãozinha. Aos 50, apontou um pênalti sofrido por Juan, anotado por Raphael Claus e que Lucas converteu para evitar o pior.
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