@jogosspfc
DO ANOTAÇÕES TRICOLORES
Uma rápida olhada na página 3 da edição
em PDF do ANOTAÇÕES TRICOLORES mostra que
nada menos do que oito jogadores foram
titulares em pelo menos nove das catorze
partidas que o São Paulo fez na temporada.
Esses mesmos jogadores estiveram em campo por um total de 7 689 minutos, o que corresponde a 55,5% dos 13 843 minutos totais
do time. E esses números só não são maiores
porque Lucas Moura e Wellington Rato ficaram de fora de cinco ou mais partidas, isso
sem falar em Igor Vinícius e Rafinha, já que
um dos dois certamente teria começado jogando mais vezes, se não tivesse sido desfalque por tantas vezes. Ou seja, sobrou menos
da metade do tempo para dar rodagem aos
vinte outros atletas do elenco que chegaram
a atuar em algum momento.
Assim, a discussão vai muito além do espaço dado ou não para James Rodríguez. O
próprio Galoppo, que havia disputado os oito
primeiros jogos do ano (cinco deles como titular) não voltou mais a pisar no gramado, apesar de disponível em cinco das seis partidas restantes, e ainda deixou de ser relacionado
para a outra, devido ao limite de estrangeiros.
Esses dois gringos são os casos mais chamativos entre os veteranos, mas também ficou
evidente a falta de espaço aos mais jovens,
que não conseguiram minutos nem mesmo
durante a fase de grupos do Campeonato
Paulista, que, em teoria, poderia proporcionar
essa oportunidade. Somente três dos nove
jogadores inscritos na lista B entraram em
campo, e por apenas 361 minutos, número
que poderia ser ainda menor se não fosse pelo
espaço que Moreira teve enquanto Igor Vinícius e Rafinha estavam lesionados.
Além dessa aparente restrição na hora
de escalar o time, o técnico Thiago Carpini
também não costuma utilizar as cinco substituições a que tem direito, aumentando a
minutagem dos titulares. Em metade das
partidas, ele deixou de fazer ao menos uma
troca e, coincidentemente ou não, não venceu nenhuma delas: foram cinco empates e
duas derrotas. Para efeito de comparação,
seu antecessor Dorival Júnior só não fez todas as alterações em quatro dos 52 jogos sob
seu comando (7,7%), enquanto o antecessor
deste, Rogério Ceni, tomou tal decisão com mais frequência, mas, ainda assim, muito
menos vezes que Carpini: em dezessete de
106 jogos (16%) ele fez quatro ou menos.
Todas essas estatísticas se somam para
explicar por que três jogadores do plantel
estiveram em todos os catorze jogos, aumentando o risco de lesões musculares.
Em 2024, já ocorreram nove, apenas uma a
menos que no mesmo ponto do ano passado,
número que já era considerado alto — se
Negrucci de fato teve uma lesão em janeiro
(o clube não confirma nem nega) e ela tiver
sido muscular, temos um empate.
O gerenciamento do elenco não tem sido
o forte do São Paulo nas últimas temporadas, mas o início de 2024 parece ainda mais
caótico nesse sentido do que nas três últimas, todas com uma “epidemia” de problemas físicos ao longo do ano. Se as consequências forem parecidas, isso poderá ser bem
custoso, porque hoje há menos jogadores
compondo o grupo.
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