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OPINIÃO DO ANOTAÇÕES: Precisamos falar sobre o gerenciamento do elenco no São Paulo

Carpini durante treino do Tricolor na última semana (SPFC)


ALEXANDRE GIESBRECHT
@jogosspfc

DO ANOTAÇÕES TRICOLORES


Uma rápida olhada na página 3 da edição em PDF do ANOTAÇÕES TRICOLORES mostra que nada menos do que oito jogadores foram titulares em pelo menos nove das catorze partidas que o São Paulo fez na temporada. Esses mesmos jogadores estiveram em campo por um total de 7 689 minutos, o que corresponde a 55,5% dos 13 843 minutos totais do time. E esses números só não são maiores porque Lucas Moura e Wellington Rato ficaram de fora de cinco ou mais partidas, isso sem falar em Igor Vinícius e Rafinha, já que um dos dois certamente teria começado jogando mais vezes, se não tivesse sido desfalque por tantas vezes. Ou seja, sobrou menos da metade do tempo para dar rodagem aos vinte outros atletas do elenco que chegaram a atuar em algum momento. 


Assim, a discussão vai muito além do espaço dado ou não para James Rodríguez. O próprio Galoppo, que havia disputado os oito primeiros jogos do ano (cinco deles como titular) não voltou mais a pisar no gramado, apesar de disponível em cinco das seis partidas restantes, e ainda deixou de ser relacionado para a outra, devido ao limite de estrangeiros. Esses dois gringos são os casos mais chamativos entre os veteranos, mas também ficou evidente a falta de espaço aos mais jovens, que não conseguiram minutos nem mesmo durante a fase de grupos do Campeonato Paulista, que, em teoria, poderia proporcionar essa oportunidade. Somente três dos nove jogadores inscritos na lista B entraram em campo, e por apenas 361 minutos, número que poderia ser ainda menor se não fosse pelo espaço que Moreira teve enquanto Igor Vinícius e Rafinha estavam lesionados. 


Além dessa aparente restrição na hora de escalar o time, o técnico Thiago Carpini também não costuma utilizar as cinco substituições a que tem direito, aumentando a minutagem dos titulares. Em metade das partidas, ele deixou de fazer ao menos uma troca e, coincidentemente ou não, não venceu nenhuma delas: foram cinco empates e duas derrotas. Para efeito de comparação, seu antecessor Dorival Júnior só não fez todas as alterações em quatro dos 52 jogos sob seu comando (7,7%), enquanto o antecessor deste, Rogério Ceni, tomou tal decisão com mais frequência, mas, ainda assim, muito menos vezes que Carpini: em dezessete de 106 jogos (16%) ele fez quatro ou menos. 


Todas essas estatísticas se somam para explicar por que três jogadores do plantel estiveram em todos os catorze jogos, aumentando o risco de lesões musculares. Em 2024, já ocorreram nove, apenas uma a menos que no mesmo ponto do ano passado, número que já era considerado alto — se Negrucci de fato teve uma lesão em janeiro (o clube não confirma nem nega) e ela tiver sido muscular, temos um empate. 


O gerenciamento do elenco não tem sido o forte do São Paulo nas últimas temporadas, mas o início de 2024 parece ainda mais caótico nesse sentido do que nas três últimas, todas com uma “epidemia” de problemas físicos ao longo do ano. Se as consequências forem parecidas, isso poderá ser bem custoso, porque hoje há menos jogadores compondo o grupo.













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