Carlos Belmonte pode ser processado pelo Palmeiras por xenofobia (Foto: Reprodução/Instagram) |
MARCIO MONTEIRO
@Marcio_oretorno
04/03/2024
O Palmeiras emitiu nesta segunda-feira (4) uma nota oficial acusando o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, de xenofobia contra o seu técnico Abel Ferreira. O clube afirma estudar as medidas legais cabíveis na Justiça.
Após o agitado e polemico clássico deste domingo (3), um grupo de dirigentes e jogadores não relacionados do Tricolor foram até o local reservado ao trio de arbitragem no Morumbis e precisou ser contido pela polícia militar por estarem agindo de maneira agressiva além do ponto.
Durante a confusão e revolta contra o árbitro Matheus Delgado Candançan, Carlos Belmonte foi flagrado em vídeo (ASSISTA NO FIM DA MATÉRIA) xingando Abel Ferreira de ‘português de mer*’.
Logo após o empate por 1 a 1, o presidente Julio Casares também passou pela zona mista do estádio e se mostrou bastante alterado, até além do tom, cobrando que o treinador português parasse de apitar os jogos.
PUNIÇÃO
Caso o Palmeiras entre na Justiça contra Belmonte, e o Tribunal entenda que a fala do dirigente são-paulino foi discriminatória, ele pode ser punido por infração ao artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê pena de suspensão pelo prazo de 120 a 360 dias, além de uma multa de até R$ 100 mil.
Confira abaixo o comunicado oficial do Palmeiras, na íntegra:
“A Sociedade Esportiva Palmeiras estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, flagrado xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo de ontem, no Morumbis. Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos.
O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros.
Não é segredo que o futebol brasileiro atravessa um momento perigoso, com casos cada vez mais frequentes de violência, como o brutal ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, há menos de duas semanas, e a morte de um torcedor em Belo Horizonte (MG), no último sábado (2). Neste cenário complexo e desafiador, cabe a quem comanda o compromisso com a responsabilidade, não com o ódio.
Desse modo, lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater. Reiteramos que estamos analisando as medidas judiciais cabíveis para proteger o nosso treinador e o próprio Palmeiras”.
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