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São Paulo só empata com o Novorizontino e volta a ser eliminado nas quartas do Paulistão nos pênaltis

 

Uma noite para se esquecer do Tricolor no Morumbis: deu Tigre (Wanderson Oliveira/PX Images)


RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

Pelo segundo ano seguido, o São Paulo é eliminado nas quartas de final do Campeonato Paulista nos pênaltis. Se em 2023 o algoz tricolor fora o Água Santa, desta vez o clube não soube aproveitar o fato de estar jogando no Morumbis lotado (recorde de público na competição) e acabou caindo no desempate por 5 a 4 para o Novorizontino, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar.


Foi um São Paulo de pouca inspiração e perigo ao gol dos interioranos, que seguem sua sina de não terem sido derrotados pelos times grandes na competição.


Neste domingo (17), a impressão é de que as coisas poderiam ser até piores para o São Paulo, já que Rômulo, jogador que já está contratado pelo rival Palmeiras, abriu o marcador aos 12 minutos de jogo, em bola parada.


A sorte, para o Tricolor, é que Lucas estava em noite inspirada. Melhor disparado em campo, aos 22 ele encaixou um lance genial. Achou Ferreirinha livre na entrada da área pela esquerda e fez o lançamento na medida para o companheiro entrar e bater antes do choque com o goleiro Jordi (que acabou lhe tirando do jogo), empatando a peleja.


A partir daí, contudo, com um resultado que buscava, o Novorizontino ditou as ações. Apertou a marcação, levava perigo nos contra-ataques e via de regra seguiu a cartilha para se jogar contra o atual Tricolor: deu a intermediária para o time do Morumbi circular a bola, com a habitual falta de produtividade conhecida neste ano.


Em um segundo tempo sem maiores chances de ambos os lados, vieram as penalidades. E a sorte que apareceu na Supercopa do Brasil desta vez abandonou o Tricolor. Após Rafael defender a cobrança de Lucca, os mandantes acabaram tomando a virada, com Michel Araujo e Diego Costa isolando suas batidas para fora e sacramentando a eliminação são-paulina, colocando o Novorizontino no rol de carrascos que já consta com Penapolense, Mirassol e o mencionado Água Santa.

Rômulo subiu sozinho, testou, e abriu o placar no Morumbis: prenúncio de noite difícil para o Tricolor mesmo com casa cheia (Leo Viana/The News 2)

O JOGO


Para quem esperava um duelo de ataque contra defesa, ainda teimando contra as qualidades apresentadas pelo Novorizontino ao longo do campeonato, a surpresa deve ter sido grande.


Entretanto, quem de fato achou que a noite seria de complicações, a sensação deve ter sido bem melhor.


De fato, São Paulo e Novorizontino fizeram um duelo extremamente parelho nos minutos iniciais, muito concentrado na posse de bola e nas tentativas de quebra das linhas nas infiltrações e bolas longas.


Nada funcionando como deveria até os 12. Em sua terceira jogada seguida pelo lado direito, Williean Lepo ganhou de Ferreirinha na jogada de corpo e, mesmo cercado, fez o cruzamento na medida para Rômulo, sozinho, cabecear colocado com estilo no contra-pé de Rafael e abrir o placar.


O gol sofrido exigiu que o Tricolor aumentasse sua intensidade. Buscando sempre a individualidade de Lucas, conseguia abrir espaços, mas isso não significava contudo que a coisa se completasse ofensivamente como deveria.


Até que veio o lance magistral, aos 22. Após boas jogadas de Alisson e André Silva que acabaram desperdiçadas, foi a vez de Lucas brilhar. Ele saiu em velocidade com espaço pelo lado direito e achou Ferreirinha na esquerda que, dentro da párea, sem marcação, acertou a finalização por cima do goleiro Jordi e sacramentou o empate no Morumbis.


O lance acabou custando caro ao ponta, que ainda na comemoração, ao pular, sentiu as dores pelo choque com Jordi e precisou ser substituído por Erick.


O gol animou o São Paulo, que passou a ter um volume maior de jogo e, principalmente com Lucas inspirado, até conseguia chegar no último terço de campo, mas apresentava a costumeira dificuldade na finalização.


Perigo mesmo, só aos 35, quando Welington apareceu livre na esquerda, tabelou com Luciano e finalizou com risco para boa defesa de Jordi.


Sem mudar a postura adotada, de privilegiar a defesa, o Novorizontino ainda quase contou com a sorte para ampliar. Aos 41, Willean Lepo foi à linha de fundo e cruzou, Diego Costa tentou cortar e a bola quase surpreendeu, exigiu defesa de Rafael.


Ainda teve tempo do São Paulo arrancar mais suspiros de seus torcedores. No último lance do primeiro tempo, a dobradinha se repetiu: Welington foi à linha de fundo com liberdade e cruzou na medida para Luciano, livre e na marca do pênalti, testar para fora.


Ferreirinha, do chão, vê sua bola entrar: lance do empate custou a substituição do ponta, que sentiu a contusão na disputa de bola (Peter Leone/O Fotográfico)


SEGUNDO TEMPO: TRICOLOR TEM QUEDA DE PRODUÇÃO, NOVORIZONTINO CRESCE, MAS AS COISAS POUCO MUDAM EM CAMPO

O jogo volta do intervalo mais ou menos com a mesma tônica da etapa inicial.


Digo mais ou menos porque o Novorizontino parece ter criado mais coragem para se lançar ataque. E, com isso, se tornou ainda mais perigoso para um Tricolor que já se lançava ao ataque de maneira desordenada.


Aos 4, Waguininho arrancou em contra-ataque e serviu Lucca, que arriscou de fora da área e exigiu excelente defesa de Rafael. Na cobrança de escanteio, Rômulo pegou uma bola pingando na área e chutou, mas o lance saiu pela linha de fundo.


O São Paulo criava chances, aparecia no ataque. Mas a efetividade continuava sendo pífia. Para piorar, o Novorizontino continuava assustando. Aos 18, após cobrança de escanteio, Chico ficou cara a cara com Rafael, que conseguiu fazer outra boa defesa na finalização do zagueiro.


O Tricolor só conseguiu dar uma resposta efetiva aos 22, quando após escanteio cobrado por Alisson, Arboleda desviou e Luciano ficou sozinho para finalizar dentro da pequena área, vendo a bola sair rente à trave esquerda de Jordi.


O tempo foi passando e as construções de ambas as equipes foram ficando cada vez mais escassas. Thiago Carpini, chamado de burro por parte da numerada atrás do banco de reservas, atendeu os pedidos e colocou James Rodríguez em campo. Sem centroavante (o estreante André Silva já tinha saído), cada vez mais a arma para superar a retranca e as faltas dos visitantes eram as jogadas em profundidade, sem resultado efetivo prático.

Mesmo assim, empurrado pela torcida e pela retranca rival, o São Paulo pressionou na reta final. Chegou a perder a bola do jogo, aos 49, quando Luciano bateu sem ângulo e Jordi salvou, levando a decisão da vaga para os pênaltis.

Luciano lamenta a bola final do jogo: o cenário habitual do segundo tempo no Morumbis (Wanderson Oliveira/PX Images)

PÊNALTIS


Lucas (São Paulo) - GOL - 1 x 0
Lucca (Novorizontino) - RAFAEL DEFENDEU - 1 x 0
Luciano (São Paulo) - GOL - 2 x 0
Danilo Barcellos (Novorizontino) - GOL - 2 x 1
Pablo Maia (São Paulo) - GOL - 3 x 1
Fabrício Daniel (Novorizontino) - GOL - 3 x 2
Michel Araujo (São Paulo) - PARA FORA - 3 x 2
Chico (Novorizontino) - GOL - 3 x 3
Igor Vinícius (São Paulo) - GOL - 4 x 3
Marlon (Novorizontino) - GOL - 4 x 4
Diego Costa (São Paulo) - PARA FORA - 4 x 4
Renato (Novorizontino) - GOL - 4 x 5












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