@rafaelemilianoo
Para que Luís Zubeldía assinasse o contrato até o final de 2025 com o São Paulo, faltava aparar a última aresta que ficou da fracassada negociação do treinador argentino com o Tricolor, no início do ano, quando Thiago Carpini acabou sendo escolhido para substituir Dorival Júnior: Muricy Ramalho.
Se houve alguém que se manifestou publicamente contra Zubeldía foi o ex-técnico e atual coordenador de futebol do clube do Morumbi.
Tudo por conta do processo seletivo encabeçado por Muricy.
Ao procurar o argentino, que acabara de deixar a LDU após a conquista da Copa Sul-Americana para tirar um período sabático, o ídolo tricolor alegou ter encontrado frieza e até um pouco de menosprezo, digamos assim...
“Ele marcou, depois não queria conversar”, contou Muricy, em entrevista à 'CNN', na época. “Foi muito rápido. Muita pose. ‘Pode ser que daqui a dois dias… daqui a três dias…’ E nós estávamos loucos no mercado para trazer um treinador… você vai me desculpar, mas aqui é São Paulo, meu filho. Nós gostamos do perfil, mas você tem que mostrar que quer vir para o clube."
Para evitar que a frase fosse usada como justificativa para uma recusa, a negociação com Zubeldía foi encabeçada pelo diretor Carlos Belmonte e seus auxiliares. Foram eles quem ligaram, acertaram detalhes e definiram a contratação.
Zubeldía se mostrou surpreendentemente mais solícito que em janeiro. Respondeu perguntas de maneira entusiasmada, explicou o plano de jogo, mostrou conhecimento do elenco e brincou ser fã do conterrâneo Calleri e que tinha pedido sua contratação pelo Lanús.
Mas a parte que conquistou de vez os corações dos dirigentes foi quando o argentino respondeu que recusou convites oficiais de San Lorenzo, da Argentina, e Colo-Colo, do Chile, já com planos de trabalhar no Brasil. Esbanjando conhecimento, Zubeldía comentou as rodadas iniciais do nosso campeonato local e ainda analisou a frustrante (até aqui) participação local na Copa Libertadores.
Mas o encontro com Muricy era inevitável. E aconteceu na tarde deste sábado (20), no CT da Barra Funda, quando uma reunião virtual definiu a assinatura do contrato.
Mais uma vez Zubeldía surpreendeu, agora o ex-técnico.
Tão logo foi anunciada a presença de Muricy,o argentino pediu desculpas pelo começo do ano e tratou de colocar panos quentes no episódio. Disse que a opção era mesmo a de ficar um tempo parado para descansar, mas que não recusou de imediato o São Paulo por respeito à história do clube. E que não queria fechar uma porta que considera um grande salto em sua carreira.
Com tamanha declaração de amor, evidente que Muricy também tratou de não prolongar o ocorrido. Ajudou também o fato de Zubeldía ter aceito trabalhar com a comissão fixa do Tricolor. Questão feita pelo ídolo são-paulino, mas que não passou de uma mera formalidade (ele já tinha respondido que sim a Belmonte).
Paz selada. Pelo menos por enquanto...
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