@rafaelemilianoo
O destino parece de fato a não ajudar pela permanência de Thiago Carpini no São Paulo. Em uma noite de infelizes acontecimentos, o Tricolor perdeu três jogadores contundidos ainda no primeiro tempo, algo que não acontecia desde 2015, e acabou superado por 2 a 1 pelo Talleres em Córdoba, na Argentina, em sua estreia na edição deste ano da Copa Libertadores, nesta quinta-feira (4).
Se o início do jogo já soava desanimador, com o Tricolor encaixotado sem conseguir atacar, a coisa desandou de vez com as saídas de Rafinha, Lucas e Wellington Rato antes mesmo do intervalo por contusão.
Nesse último, no final da etapa inicial, um lance de pura infelicidade: Carpini decidiu realizar a substituição só no intervalo, para assim ainda ter uma janela de alterações. E, com um a menos, veio o castigo, com o gol dos argentinos.
Na etapa final, mais um lance de puro azar fez o Talleres ampliar: Diego Costa desviou mal um lançamento longo e deu de presente para o atacante rival.
Apesar da desvantagem, o Tricolor até cresceu na reta final de partida, chegou ao seu gol de honra com Luciano, que marca assim pela primeira vez na principal competição continental, mas viu de perto a catimba dos mandantes para amarrar os minutos finais e impedir o empate brasileiro.
O resultado deve aumentar mais ainda a pressão que já é grande em cima de Carpini. E o São Paulo continua com a inglória estatística de nunca ter vencido o Talleres na história.
A equipe volta a campo para tentar pontuar pela primeira vez nesta fase de grupos da Libertadores na próxima quarta-feira (10), quando recebe teoricamente o adversário mais fácil do grupo, o Cobresal, do Chile, às 21h30 (de Brasília), no Morumbis.
Festa argentina em Córdoba: Tricolor volta a tropeçar para o Talleres (Foto: Conmebol) |
O JOGO
Foi um início de jogo duro para ambos os lados. O São Paulo, se por um lado não conseguia construir ofensivamente e acabou encaixotado pelo sistema do Talleres, de muita intensidade e vigor físico, por outro viu o adversário ser completamente nulo na hora de decidir as jogadas. E quando o ataque argentino conseguia quebrar alguma linha, a defesa tricolor compensava salvando.
Foi assim aos 14, quando Rafinha se salvou de um verdadeiro vacilo. Tentou sair jogando da defesa e acabou entregando a bola nos pés de Girotti, que preparou a finalização e acabou desarmado pelo próprio lateral.
A coisa ia se desenrolando mais ou menos no mesmo ritmo, sem maiores emoções, até que então vieram as fatalidades. Quase que na sequência, Rafinha (aos 19) e Lucas (aos 28) tiveram que deixar o campo após se contundirem em lances semelhantes, de choque com jogadores do Talleres.
Mas a verdade, sem nenhum tipo de apontamento maldoso, é que as contusões até que ajudaram o São Paulo. As entradas de Igor Vinicíus e Ferreirinha fizeram a equipe se portar de vez no 4-3-3 habitual e conseguir impor mais intensidade no seu jogo.
Aos 34, houve tempo para Girotti, de novo, aproveitar uma bola má afastada de Igor Vinícius e tentar a finalização de fora da área, em lance de perigo dos mandantes no jogo.
O Tricolor ia melhorando e conseguindo chegar mais constantemente à área dos argentinos. A resposta veio aos 38, quando André Silva voltou, recuperou uma bola no campo de ataque e arriscou a finalização de fora da área, com o goleiro Herrera batendo roupa e não conseguindo segurar.
Mas logo o destino conspirou contra o clube do Morumbi (de novo). Após Portillo bater falta com perigo, Wellington Rato deixou o campo aos 46 minutos, contundido. A opção de Thiago Carpini foi de segurar a substituição para o intervalo visando não perder uma janela de alteração. E a sorte parece mesmo distante do comandante tricolor.
Aos 47, com o visitante tendo um a menos em campo, o Talleres se lançou ao ataque. Primeiro, Rodríguez recebeu cruzamento completamente livre na área e conseguiu perder. Três minutos depois, contudo, se redimiu. Pressionou a saída de bola tricolor, conseguiu roubar a bola, girou em cima da marcação e bateu forte para abrir o placar.
Talvez ainda abalado pela infeliz sequência de fatos que aconteceu, o São Paulo voltou do intervalo ainda deveras desorganizado. E não demorou para o Talleres encaminhar a definição do jogo.
Aos 7, lançamento longo para o ataque dos argentinos, Diego Costa testa para tentar tirar mas acaba dando de presença para Botta, que arranca em velocidade, dribla fácil Arboleda e bate no canto de Rafael para anotar o segundo gol do jogo.
Com a desvantagem, Carpini foi ao ataque. Tirou o apagado James Rodríguez, enfim titular, e colocou Luciano, que até colocou certo fgo no jogo. Principalmente aos 20, quando Galoppo, outro que entrou nesta etapa final, acertar a trave com um chute de fora da área e o camisa 10 se valer do oportunismo para descontar.
Apesar da tentativa constante de catimba pelos mandantes, até que o final de jogo foi animado. Aos 36, Luciano (de novo), recebeu dentro da área, girou em cima da marcação e chutou em cima do goleiro. Na resposta, Botta tocou de cabeça para Rodríguez, que errou a finalização com Rafael já batido. No último lance, o goleiro do Talleres ainda salvou a cabeçada à queima-roupa de André Silva em cobrança de escanteio, selando de vez o revés.
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