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Em provável 'last dance' deprimente de Carpini, São Paulo não vê a bola e cai fácil para o Flamengo no Maracanã

 

Cria de Cotia, Luiz Araújo chuta para abrir o placar (Gilvan de Souza/Flamengo)


RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo


Se Thiago Carpini dependia de um resultado positivo contra o Flamengo para poder sonhar em permanecer no comando do São Paulo, sua missão fracassou.


Em uma noite de futebol ruim, o Tricolor não conseguiu encaixar seu jogo no Maracanã e acabou sendo presa fácil para os cariocas, perdendo por 2 a 1, nesta quarta-feira (17).


O resultado deixa a equipe do Morumbi ainda sem conseguir pontuar no Campeonato Brasileiro após duas rodadas. Há 34 anos isso não acontecia.



Sem conseguir criar no setor ofensivo, o São Paulo ao menos barrava a produção flamenguista no início do primeiro tempo. Isso até Luiz Araújo, cria de Cotia, cumprir a 'lei do ex' que nunca falha e acertar um belo chute no ângulo para abrir o placar.


O gol enterrou de vez a ambição são-paulina, que se tornou agente passivo do ritmo carioca. Na volta do intervalo, Rafael defendeu um chute de Pedro, mas o rebote caiu no pé de De la Cruz, que marcou o segundo.


Ainda teve tempo de Ferreirinha descontar na reta final para manter as esperanças de Carpini vivas. Mas um Flamengo que já se poupava soube organizar sua defesa e ainda viu a ineficácia do ataque paulista não dar medo nos prováveis últimos minutos do treinador no comando do Tricolor.


Provavelmente com mudança de técnico, o São Paulo volta a campo no domingo (21), quando encara o Atlético-GO, de novo fora de casa, tentando acabar de vez com sua crise.


O JOGO


De novo escalado no sistema com três zagueiros, o São Paulo começou de forma muito abaixo do esperado a partida no Maracanã. 


Respeitando demais o rival carioca, que não tinha uma noite lá das mais criativas, o Tricolor não conseguia se impor, construir e articular no setor ofensivo, restando se concentrar na defesa para impedir a chegada do adversário.


Mesmo assim, a primeira grande chance do jogo foi são-paulina, por puro oportunismo. Aos 18, Alisson apertou a saída de jogo do Flamengo, conseguiu roubar a bola, avançou e arriscou a finalização de longe, exigindo boa defesa de Rossi.


Mas foi só para os paulistas. No lance seguinte, uma pintura tratou de definir as tintas a coloridas a noite. Luiz Araújo recebeu passe de De la Cruz, driblou Michel Araujo e bateu colocado para acertar o ângulo direito de Rafael e abrir o placar com um golaço.


A ironia da jogada vai além da simples 'lei do ex', mais uma vez cumprida. Araújo entrara  em campo pouco antes, substituindo Evérton Cebolinha, que se contundiu após receber entrada de Igor Vinícius.


Se o ritmo tricolor já era lento, após o gol as coisas pioraram. Acuado e sem poder de reação, a equipe do Morumbi via o rival crescer e empilhar posse de bola e boas chances. Aos 29, por exemplo, Bruno Henrique passou fácil por Ferraresi e cruzou na medida para Pedro cabecear com força por cima do gol, com perigo.


Seis minutos depois, um lance para exemplificar a crise. Rafael tentou sair jogando com Pablo Maia, mas o volante deixou a bola escapar. De la Cruz recuperou, passou pelo são-paulino e finalizou à direita da meta, tirando tinta da trave.


Se o objetivo de Carpini era fazer pelo menos uma despedida honrosa, falhou feio no segundo tempo. Mesmo abortando de vez os três zagueiros e colocando os pontas Ferreirinha e Erick no jogo.


Com a vantagem no placar, o Tricolor ficou ainda mais acuado em seu campo, vendo o adversário dominar a maioria das ações, se impor na partida e sacramentar a vitória.


Começou aos 7. Bruno Henrique recebeu na esquerda, limpou a marcação e arricou, para defesa trabalhosa de Rafael. 


Na sequência, não teve jeito. Igor Vinícius tentou sair jogando e acabou desarmado por Pedro, que achou Ayrton Lucas. Arboleda conseguiu roubar a bola, mas foi sua vez de errar a saída. O camisa 9 rubro-negro recuperou e finalizou, Rafael defendeu e De la Cruz pegou o rebote para ampliar o placar.


O São Paulo até tentava ao menos respirar. Mas o time da Gávea não deixava. Aos 21, Rafael apareceu bem de novo, defendendo cabeçada de Fabrício Bruno.


O domínio fez com que o Flamengo 'tirasse o pé', como se diz na gíria, dando mais espaços para o Tricolor. E aí, evidente que os pontas começaram a aparecer. Aos 33, Erick tocou para Alisson, que cruzou certeiro para Ferreirinha, por trás da marcação, desviar e descontar no placar.


Poderia ser o gol do que parecia uma improvável reação são-paulina. E de fato a equipe até conseguiu boas chances, desperdiçadas pelo desespero do ataque. Mas logo que viu o crescimento do adversário o Flamengo tratou de acertar suas linhas, segurou o ímpeto tricolor e deve selar de vez a demissão de Carpini.

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