Hot Posts

6/recent/ticker-posts

São Paulo cai na armadilha, perde na estreia do Brasileirão, confirma freguesia e aumenta pressão sobre Carpini

Fortaleza conseguiu surpreender o Tricolor no Morumbis (Fortaleza)


RAFAEL EMILIANO
@rafaeloemilianoo


Nem mesmo quando as coisas parecem que vão caminhar, o São Paulo de Thiago Carpini encaixa para, enfim, poder respirar em paz.


Na estreia do clube tricolor no Campeonato Brasileiro, na noite deste sábado (13), após um primeiro tempo avassalador, com ampla posse de bola e um adversário encaixotado, o São Paulo não conseguiu definir as coisas no seu melhor momento no jogo. 


E, para piorar, do outro lado estava o Fortaleza. O time nordestino veio com um propósito: encaixar uma bola e definir o jogo no contra-ataque. Conseguiu no segundo tempo após três soma de fatores: o desgaste físico dos mandantes, as mexidas de Thiago Carpini, que desmontou o formato montado, e as alterações de Juan Pablo Vojvoda, que enxergou as mexidas necessárias para dar mais amplitude a uma equipe que parecia fadada a ser abatida. Meteu a armadilha sobre o Tricolor e venceu por 2 a 1, em pleno Morumbis.



Resultado que quebra uma escrita e mantém outra. Desde 2008 o São Paulo não perdia em uma rodada inaugural de Brasileirão jogando em casa. Se servir de consolo, foi o último ano que o clube chegou ao título.


Fora isso, está mantida a freguesia recente para o Fortaleza. Desde 2021 que o time cearense não perde para o São Paulo. Venceu todas as partidas realizadas no Morumbis desde então.


O resultado, evidentemente, aumenta ainda mais a pressão sobre Carpini, que ganhou a sobrevida com a vitória no meio da semana pela Copa Libertadores. E agora volta a ficar extremamente ameaçado. Resta saber se será ele quem estará no banco no próximo compromisso são-paulino, quarta-feira (17), contra o Flamengo, no Maracanã.


O JOGO


Com o sistema de três zagueiros mantido, o São Paulo viu sua vida ser facilitada por adversário que surpreendentemente praticamente abdicou do jogo, privilegiou a defesa e tentou jogar em cima do erro tricolor para, quem sabe, arrumar algo no contra-ataque.


Mesmo assim, o volume são-paulino em campo era grande. Com Galoppo auxiliando Michel Araujo pela esquerda, Alisson Igor Vinícius pela direita e um Luciano mais solto, flutuando entre as últimas linhas, o Tricolor  tinha uma intensidade há muito não vista.


Apesar disso, faltava de fato mais capacidade de conclusão.


As chances só apareceram na metade do primeiro tempo, quando o Fortaleza, já estava, digamos, nas cordas.


Aos 20, Luciano passou de Hércules, abriu espaço na marcação e arriscou a finalização de longe. A bola bateu no pé da trave, em João Ricado e saiu para escanteio.


Sete minutos depois, o Tricolor voltou à carga. Galoppo disputou a bola com a defesa do Fortaleza e ela sobrou para Michel Araujo, que chegou batendo de primeira, exigindo mais uma boa aparição de João Ricardo.


Aos 29, mais uma boa oportunidade são-paulina. Michel Araujo recebeu passe de Calleri, passou pelo primeiro marcador, mas acabou desarmado. A bola sobrou para Alisson, que emendou o chute rasteiro e mais uma vez João Ricardo foi no cantinho para espalmar.


O tempo passou, o primeiro tempo terminou, a etapa final começou e a tônica seguiu a mesma. Um São Paulo dominante na maior parte das ações, com 73% de posse de bola e mas de 400 passes trocados, ante um Fortaleza que seguiu buscando o erro e o contra-ataque.


Só que, diferente do primeiro tempo, apareceu um fator novo no jogo: o cansaço. A medida que o desgaste ia pesando, o Tricolor ia cedendo os espaços. Os dois técnicos mexeram. E se pelo lado são-paulino Carpini desmontou o eixo dos lados com opções mais ofensivas, Vojvoda respondeu colocando peças mais velozes.


Quem se deu melhor?


Bem, aos 20, Pochettino roubou a bola de Luciano e fez a ligação direta para Lucero, que ganhou o lance na desatenção da zaga são-paulina, matou no peito e bateu cruzado no canto direito, sem chances para Rafael, abrindo o placar.


Se o Fortaleza conseguiu a bola que queria, a calma era mais do que necessária para, quem sabe, manter a intensidade da etapa inicial em busca do gol que não veio no melhor momento do time no jogo.


Até conseguiu algo, aos 25, quando Erick dominou na ponta-direita e cruzou na medida para William Gomes, que dominou e bateu forte para mais uma boa defesa de João Ricardo.

Mas o golpe fatal veio aos 34. Após escanteio no ataque são-paulino, mais um contra-ataque certeiro. Brítez cortou o lance e rolou para Pedro Augusto, que acertou belíssimo lançamento para Machuca dominar, invadir a área e bater cruzado para marcar o segundo.


Com a derrota eminente, sobrou o desespero. Aos 38, André Silva até descontou ao acertar chute da entrada da área e enfim superar João Ricardo. E Nestor perdeu a chance do empate aos 49.


Mas não deu. E o reflexo do que fica são as vaias e as ofensas a Carpini, encerrando uma noite que tinha tudo para ser de redenção, mas acabou de forma trágica. 

Postar um comentário

0 Comentários