@rafaelemilianoo
Saída encontrada pelos clubes para conseguir a renovação contratual com suas principais promessas das categorias de base, a cessão de parte dos direitos federativos aos atletas e seus estafes aumentou no São Paulo no ano passado.
Pelo menos é o que revela o balanço patrimonial do clube do Morumbi, divulgado na última sexta-feira (26).
Em 2022, o clube perdeu parte dos direitos federativos de seis jogadores que tinham contrato profissional com o Tricolor vindos das categorias de base.
Agora, com dados até 31 de dezembro do ano passado tornados públicos, são sete atletas em que o clube viu diminuir sua porcentagem de participação (veja a lista completa abaixo).
A maioria dos casos está atrelada diretamente à renovação de contrato. São os casos do volante Luan (hoje emprestado ao Vitória) e o goleiro Young, únicos da lista que já foram promovidos ao profissional.
A prática de cessão de parte dos direitos a familiares ou estafe também foi adotada para a renovação de pelo menos quatro destaques do sub-17 em 2022 que foram promovidos ao sub-20 no ano passado (César Augusto, Eduardo Brito, Guilherme Batista e Mateus Manso).
Em pelo menos um caso, o São Paulo cedeu parte dos direitos a outro clube como forma de obter direitos em outros jogadores (Deivid Santos).
A lista, por ter sido fechada em 2023, ainda conta com algumas negociações já efetivadas pelo clube no decorrer deste ano, como Walce e Talles Costa (o primeiro não teve o vínculo renovado e o segundo foi vendido ao futebol ucraniano).
Além deles, vale citar os casos de Talles Wander (nesse o São Paulo tinha 100% dos direitos) e Maioli. Em ambos, o São Paulo os liberou a clubes europeus cedendo apenas parte dos direitos, sem venda efetiva, de olho em uma negociação futura. Pelo menos assim foi especulado, já que o clube não se manifestou oficialmente.
Segundo o balanço, o Tricolor encerrou 2023 mantendo contrato profissional vigente com 109 atletas. É um recorde na gestão Julio Casares, que encerrou 2022 com 86 jogadores vinculados, 23 a menos.
Na lista do ano passado, dos 109 jogadores com contrato, 89 são ou tinham vindo de Cotia (isso sem contar Lucas Moura, revelado pelo clube, mas que retornou experiente vindo da Europa). A maioria de joias do sub-17 que o clube assinou o primeiro contrato profissional.
Ou seja, 81,6% dos atletas aptos a atuarem pelo time principal do São Paulo vêm da base. É um recorde histórico, desde que o dado é tabulado oficialmente pelo clube, em meados dos anos 1990.
O ponto triste é que desse montante, em apenas nove o Tricolor possui 100% dos direitos federativos. Ou seja, ficaria com o valor integral de uma transferência. Em 2021, no primeiro ano de gestão Casares, segundo o balanço, esse índice era de 11. Aumentou, contudo, na comparação com 2022, quando eram apenas seis.
Conforme explicou o diretor de futebol Carlos Belmonte, em entrevista ao canal 'Arnaldo e Tironi', em março de 2021, a atual gestão tinha como meta não ceder aos jogadores porcentagens de seus direitos nas renovações. Mas o próprio dirigente entendia que não seria possível a política em alguns casos.
"O São Paulo não dá percentual de jogadores na base para o próprio jogador ou agente. Essa é uma posição do São Paulo. Nós queremos que o jogador chegue ao time de cima sendo 100% do São Paulo. Obviamente, nas negociações de renovação de contrato podem ocorrer outras situações. Podem, mas ainda não ocorreram. Os jogadores que subiram continuam sendo 100% nossos, mas, sim, podemos, em algum momento, negociar", disse.
Percentuais de direitos econômicos das revelações do São Paulo em 2023
(em parênteses quanto era em 2022)
André Júnior - 90% (90%)
Arthur Doria - 60%
Arthur Yan - 100%
Azeez - 70%
Bernardo Miranda - 80%
Brian - 90% (90%)
Caio Matheus - 90% (90%)
Caíque Takada - 90%
Cássio Neto - 90%
Cauã Lucca - 90% (90%)
César Augusto - 60% (80%)*
Clauvis Etienne - 50%
Deivid Santos - 30% (90%)*
Diego Costa - 80% (80%)
Eduardo Brito - 60% (100%)*
Enzo Boer - 90% (90%)
Enzo Perroni - 90% (90%)
Felipe Preis - 60%
Felipe Negrucci - 90% (90%)
Felipe Oliveira - 90%
Felipe Rissani - 60%
Fellipe Carneiro - 80%
Gabriel Stevanato - 60% (60%)
Gabriel Falcão - 90% (90%)
Gabriel Maioli - 90% (90%)
Gabriel Rocha - 20%
Guilherme Amaral - 70% (70%)
Guilherme Batista - 90% (100%)*
Guilherme Matheus - 100% (100%)
Henrique Carmo - 90% (90%)
Hugo - 90%
Iba Ly - 50%
Liziero - 100% (100%)
Igão - 90%
Igor Felisberto - 90%
João Adriano - 90% (90%)
João Gabriel - 90% (90%)
Moreira - 90% (90%)
Palmberg - 90% (90%)
João Paulo - 85%
Pagé - 100% (100%)
João Miranda - 90%
Juan - 60% (60%)
Kaiky - 100% (100%)
Leandro Mathias - 70% (70%)
Léo Silva - 90% (90%)
Lorenzo - 80% (80%)
Luan - 95% (100%)*
Lucas Loss - 100%
Lucas Ferreira - 65%
Lucas Inácio - 60% (60%)
Lucca Marques - 90%
Basile - 100%
Luis Felipe - 90%
Luís Osório - 100%
Luiz Henrique - 90% (90%)
Maik - 90% (90%)
Rickelme - 70%
Mateus Amaral - 90% (90%)
Mateus Manso - 90% (100%)*
Matheus Alves - 90% (90%)
Matheus Belém - 90% (90%)
Matheus Zanella - 70%
Nicolas Borges - 50%
Nicolas - 90%
Otávio - 85%
King Faisal - 50%
Pablo Maia - 85% (85%)
Patryck Lanza - 85% (85%)
Paulo Sérgio - 90% (90%)
Pedro Andrade - 90% (90%)
Pedrinho Vilhena - 90% (90%)
Perivan - 90%
Raphael Gogoni - 90% (90%)
Roberto Teixeira - 90% (90%)
Rodriguinho - 90% (90%)
Nestor - 85% (85%)
Ryan - 60%
Ryan Francisco - 80%
Talles Costa - 80%
Talles Wander - 100% (100%)
Thiago Ribeiro - 60%
Thierry Henry - 90%
Vinícius di Stéfano- 20%
Walce - 95% (95%)
Welington - 100% (100%)
Young - 90% (100%)*
Ythallo - 90% (90%)
Yuri Keven - 90% (90%)
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