A situação de Daniel Alves ainda gera disputa nos tribunais (Foto: Reprodução) |
Os valores que o São Paulo têm pagado para Daniel Alves em juízo geraram nova disputa nos tribunais. Em 11 de abril, o AVANTE MEU TRICOLOR informou que o Banco Safra havia conseguido judicialmente o direito de receber parte desses valores, em razão de uma ação vencida pela instituição contra Daniel Alves.
Agora, a reportagem apurou que a ex-mulher de Daniel Alves, Dinorah Bastos, comunicou ao Tribunal que seus dois filhos com o ex-lateral têm direito a 30% das parcelas a serem pagas pelo São Paulo, referente à verba alimentar.
O Banco Safra contesta o posicionamento da defesa da ex-mulher de Daniel Alves, justificando que os ativos depositados pelo São Paulo já estão descontados com os 30% referentes à pensão alimentícia dos filhos de Alves.
Ou seja: o Banco diz ter exclusividade nos valores em juízo até que seja completada toda a dívida, destacando que já teria havido a dedução do montante destinado aos filhos.
Segundo a representação jurídica do Banco Safra, o valor atualizado da dívida do ex-lateral é de R$ 790 mil, incluindo multas e correções.
"O valor depositado em juízo é exclusivamente pertencente ao ora Exequente [Banco Safra], tendo em vista que o SPFC já deduziu o valor de 30%destinado à verba alimentar os filhos do executado (houve transferência financeira diretamente aos respectivos interessados)", diz a defesa do banco no processo.
O São Paulo segue atendendo determinação da Justiça e tem depositado em dia em juízo os valores referentes à dívida com Daniel Alves (pouco mais de R$ 280 mil mês). Ao todo, a quantia de R$ 1.127.559,69 está em juízo.
Daniel Alves foi acionado pelo Banco Safra porque ele entrou como avalista de um empréstimo feito pelo banco para a empresa FanFive Publicidade. Como a empresa não quitou esses valores, a instituição bancária direcionou a cobrança a um dos avalistas - Daniel Alves.
Segundo o último balanço financeiro, o Tricolor aponta que no último ano diminuiu sua dívida com o ex-lateral, condenado por estupro na Espanha, pela metade: eram R$ 20,4 milhões em 2022 e passaram para R$ 10,1 milhões no ano passado.
O CASO
Alves foi solto da prisão no último dia 25 de março, após pagar fiança de quase R$ 5,5 milhões à Justiça da Espanha. Ele estava detido há 14 meses em Barcelona.
O ex-lateral foi preso em janeiro do ano passado acusado do estupro de uma jovem de 23 anos, em uma boate de Barcelona, em 2022.
O depósito da fiança aconteceu cinco dias após o Tribunal de Barcelona aceitar o pedido de liberdade dos advogados do ex-jogador.
A decisão da Justiça incluiu ainda a retirada dos dois passaportes, espanhol e brasileiro; a obrigação de comparecer semanalmente ao Tribunal; além da proibição de sair do país e de se aproximar ou manter contato com a vítima.
Em fevereiro deste ano, o ex-lateral foi condenado a quatro anos e meio de prisão e ao pagamento de mais de R$ 800 mil em indenização à vítima. Ainda cabe recurso contra essa sentença.
Alves assinou contrato com o São Paulo em agosto de 2019 com um salário de R$ 1,5 milhão. A ideia da gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, era arrumar parceiros e fazer um grande marketing em torno dele para conseguir arcar com as cifras do então jogador, que saiu de graça do PSG, da França.
A expectativa, contudo, nunca se confirmou. E o São Paulo se viu mergulhado na dívida com o jogador. Após a pandemia do coronavírus, o débito do clube com o jogador chegou a R$ 18 milhões, forçando sua saída, em setembro de 2021.
Em entrevista à 'Folha de S. Paulo', o presidente Julio Casares apontou que o clube continua honrando o compromisso de pagar em parcelas mensais até o final de 2025.
Os advogados do São Paulo chegaram a analisar uma forma de suspender as mensalidades com a prisão do ex-jogador. Mas não houve brecha jurídica.
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