Sexta-feira, 17 de maio de 2024
Ferreirinha durante a partida no Morumbi, nesta quinta (Paulo Pinto/SPFC)
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
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ALEXANDRE GIESBRECHT
@jogosspfc
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Álisson e Ferreirinha, dois dos quatro jogadores atualmente no elenco que o São Paulo contratou do Grêmio nos últimos anos — os outros são Luciano e Rafinha — falaram ontem, após o empate com o Barcelona, sobre a paralisação do Campeonato Brasileiro, em solidariedade à catástrofe provocada no Rio Grande do Sul por temporais que provocaram enchentes, deslizamentos e outros desastres. Os dois apoiam a medida, que a CBF colocou em vigor anteontem, adiando sine die as duas próximas rodadas do torneio. Assim, o jogo que o Tricolor teria contra o Cruzeiro, no Morumbi, na próxima segunda- -feira, não acontecerá agora.
“Nós ficamos muito tristes pelo que os gaúchos estão passando”, disse Álisson. “O que
for melhor para eles, nós estamos aqui [para
ajudar]. Se tiver que parar, que pare, como
vai parar agora. Se tiver que continuar, que
continue. Mas sempre em prol de que eles
consigam dar a volta por cima, porque nós
não estamos lidando com gols. Eu fiquei quatro anos ali [no Grêmio], tenho um carinho
enorme pela cidade e pelas pessoas que conheci. E realmente o grupo sente muito. Não
só o grupo, mas todos ali dentro do clube.”
Ferreirinha tem opinião parecida: “Estou
de acordo com a decisão. O mais importante
agora é tudo ficar bem lá no Rio Grande do
Sul. Muitas pessoas perderam a vida, muitas
perderam suas casas, e essa paralisação do
Campeonato Brasileiro é muito importante
para as equipes conseguirem se reestruturar, começarem a voltar aos poucos a trabalhar e ficarem prontas para voltar ao futebol.”
Apesar de o São Paulo ter sido um dos
cinco clubes que não votado a favor de adiar
rodadas do Brasileirão, o clube tem feito
uma grande campanha de doações no Morumbi, que se estenderá até o fim do mês
e até anteontem tinha arrecadado mais de
320 toneladas de mantimentos, água potável, roupas e calçados, cobertores, itens de
higiene e materiais de limpeza. Com dezenas de voluntários ajudando a recolher os donativos, a maior necessidade agora é arrumar transporte para todo esse material. Por
isso, o presidente Júlio Casares fez um vídeo
convocando empresas que possam ceder caminhões, motoristas e carregadores. “O São
Paulo fez um projeto legal e arrecadou tanto
dinheiro quanto alimentos e outras coisas”,
observou Álisson. “O São Paulo ajudou muito.”
Já o técnico Luis Zubeldía tinha manifestado sua solidariedade na entrevista coletiva
após o jogo da última segunda-feira e ontem
limitou-se a falar dos planos para o período
de seis dias sem jogos que terá antes de o
time voltar a jogar: “Poderemos descansar
um pouco aqueles jogadores que vêm tendo
muitos minutos e, com os treinos, poderemos
equiparar o grupo, para que todos estejam
numa forma o mais adequada possível. Não
sei quantos treinos vamos ter. Não fiz as contas. Mas é uma etapa em que vamos tentar
trabalhar, tentar jogar a partida da Copa do
Brasil [contra o Águia de Marabá, na próxima
quinta-feira] da melhor maneira, [tentar] ganhá-la e, depois, jogar contra o Talleres [no dia
29].” Mas ele também avisou que não pretende jogar a culpa por qualquer mau resultado
na recente maratona de jogos: “Eu sempre
disse que não ter treinos, com jogos a cada
três dias, não era uma desculpa para mim.”
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