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São Paulo manda 'o papo reto' a Oscar sobre salário: proposta menor que a do Flamengo, se voltar é por amor

Oscar nos tempos de jogador de Tricolor (SPFC)

RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

A diretoria do São Paulo conversou com o estafe de Oscar e escancarou quanto pode, de fato, pagar ao meia para que ele volte ao Morumbi após o término de seu contrato com o Shanghai Port, da China, em novembro deste ano.

A informação foi revelada ao AVANTE MEU TRICOLOR por fontes da cúpula são-paulina nesta terça-feira (28)

Nos últimos dias, o meia vazou os planos de retornar ao futebol brasileiro após o fim de sua jornada chinesa, iniciada em 2017 e que lhe tornou o jogador de futebol mais bem pago do mundo, com 24 milhões de euros (R$ 128,3 milhões) por ano.

Não é algo necessariamente novo. Desde o ano passado Oscar vem acenando a equipes brasileiras sobre a possibilidade de retorno. Tentou vestir a camisa do Flamengo, mas os chineses se recusaram a antecipar sua liberação.

Neste ano, contudo, o aceno foi ao São Paulo. O AVANTE MEU TRICOLOR revelou em fevereiro que familiares conversaram com o presidente Julio Casares e abriram o seu sonho de vestir de novo a camisa tricolor. Mas que havia receio pela forma como Oscar deixou o clube em 2010 (leia mais abaixo).

Diante da resposta que o imbróglio do passado já está superado, Oscar foi à imprensa e tratou de fazer juras de amor ao São Paulo. Mais: disse que seu filho é torcedor tricolor e que usualmente é levado ao Morumbi para ver jogos com familiares do meia.

Foi o suficiente para que parte da torcida superasse o trauma com Oscar (chamado de Judas em outras épocas) e abraçasse publicamente o jogador.

É claro que de forma prática, nada significa o fato de pessoas da equipe do jogador terem avisado o clube do Morumbi de que Oscar começou a ouvir propostas. Mas o entendimento é pelo simbolismo do gesto. Uma luz de esperança dada pelo homem de 32 anos, que sonha em voltar a atuar no clube de coração. Por mais que dentro do São Paulo a dificuldade é sabida, já que há a concorrência de Cruzeiro, Flamengo e Internacional.

O CASO

Aos 18 anos, Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo no dia 18 de dezembro de 2009. Ele alegou que, quando tinha 16 anos, foi coagido pela diretoria tricolor a assinar por cinco anos, o que é proibido pela Fifa, que permite renovações de, no máximo, três anos - quando o atleta é formado pelo próprio clube. O Tricolor alega que Oscar conseguiu sua emancipação e, por isso, firmou um contrato com período maior. O meia ainda reclamou de estar com os salários e FGTS atrasados desde setembro de 2008.

Em primeira instância, Oscar foi vitorioso e conquistou a liminar que o tornava dono dos próprios direitos federativos. Menos de uma semana após, o São Paulo conseguiu cassar essa liminar, o que fez com o que contrato do atleta, que acaba em dezembro de 2012, voltasse a ter validade.

Oscar e o São Paulo passaram cerca de seis meses entre tentativas de acordo e disputas judiciais. Em junho de 2010, o meia conseguiu a liberação de seu vínculo e assinou com o Internacional, clube que pagou 3 milhões de euros (R$ 7,2 milhões) por 50% dos seus direitos federativos.

O Tricolor, então, entrou com várias ações até que, no dia 8 de fevereiro, em decisão da 16ª Vara do Trabalho de São Paulo, o atleta voltou a ter vínculo com o time paulista.

Foi então que o Internacional se mobilizou e procurou o Tricolor para tentar colocar um ponto final na questão. Os gaúchos fizeram duas propostas: R$ 8 milhões e mais 10% dos direitos federativos ou R$ 10 milhões pela cessão de 100% dos direitos. Nenhuma das duas foi aceita pelo clube do Morumbi que, em determinado momento, se manifestou e estipulou o passe do atleta em R$ 17 milhões. No dia 27 de abril daquele ano, Oscar conseguiu um habeas corpus para que pudesse voltar a jogar, o que não acontecia desde o dia 17 de março. O ministro Guilherme Caputo Bastos, que concedeu o habeas corpus, realizou uma nova audiência de conciliação e chegou-se então ao valor que agradou a todas as partes.

Após meses de negociação, as partes chegaram a um acordo e bateram o martelo por R$ 15 milhões, que corresponde à multa rescisória do contrato do atleta (estipulado em R$ 9,5 milhões), acrescido de juros e de uma indenização pedida pelo clube do Morumbi por perdas e danos pelo período de litígio. 

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