RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
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A diretoria do São Paulo recebeu na última semana uma proposta para levar ao Mineirão, em Belo Horizonte (MG), o jogo como mandante contra o Vasco da Gama, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, marcado para o final de semana dos dias 4 e 5 de outubro.
Isso porque o estádio do Morumbi estará interditado para jogos, já que foi entregue para a Live Nation, parceira do clube, para a realização dos dois shows já anunciados do cantor estadunidense Bruno Mars, nos dias 8 e 9 daquele mês.
No entendimento dos administradores do maior palco do futebol mineiro, é uma chance de repetir o bom faturamento obtido na final da Supercopa do Brasil, realizada neste ano no estádio e vencida pelo Tricolor em cima do rival Palmeiras, em fevereiro.
Mas há problemas...
Em primeiro, seria necessária uma autorização das autoridades de Minas Gerais, visto que tal como aconteceu ante o Palmeiras, o Vasco também possui torcida organizada aliada a um dos dois grandes clubes locais (o Atlético-MG, no caso) - a Independente, do Tricolor, é aliada da Máfia Azul, do Cruzeiro.
Problemas de violência e vandalismo são recorrentes na capital mineira nas visitas das facções vascaínas à cidade, o que poderia levar órgãos como Polícia Militar a vetarem a realização do jogo.
Além disso, a tabela do Brasileirão divulgada inicialmente pela CBF (ainda sem dados detalhados) reserva na mesma rodada um duelo entre Cruzeiro e Bahia em Belo Horizonte. Com o Galo tendo seu próprio estádio agora, a Raposa vem utilizando sozinha o Mineirão.
A diretoria do São Paulo ainda não tomou uma decisão sobre onde realizará a partida. Avalia, corretamente, que há tempo hábil suficiente.
Fontes ouvidas pelo AVANTE MEU TRICOLOR apontam que a esperança tricolor é pela liberação do Pacaembu até lá.
O São Paulo é o primeiro dos quatro grandes clubes paulistas a assinar um acordo para utilizar o Pacaembu, fechado para reformas desde 2019, quando foi passado para administração da iniciativa privada na gestão municipal da capital de Bruno Covas (PSDB). A reinauguração do mais tradicional palco do futebol paulistano ainda não tem data para acontecer.
A informação de que o Tricolor já se acertou com a Allegra, responsável pelo Pacaembu pelos próximos 35 anos, foi dada em primeira mão pela 'ESPN'. Segundo o jornalista Eduardo Affonso, da emissora, o pacote seria de dez jogos.
O AMT apurou no início do ano que existem mais cinco jogos pré-acordados no acordo. Ou seja, até 15 jogos do São Paulo em 2024 poderão ocorrer no Pacaembu.
O número é justificável por conta da agenda de shows que a diretoria tricolor já tem acertada para 2024 em sua casa. O AVANTE MEU TRICOLOR apurou que são 27 espetáculos musicais já definidos no calendário para que ocorram no Cícero Pompeu de Toledo. Alguns deles, já realizados, não impactaram o calendário tricolor por conta da eliminação precoce no Campeonato Paulista e a recente sequência de partidas como visitante.
Além do jogo ante o Vasco, o São Paulo, caso avance na Copa do Brasil, também vai perder o Morumbi na semifinal da competição por causa do Bruno Mars. Os duelos estão previstos para acontecer nos dias 2 e 17 de outubro.
Se houver impedimentos para jogar no Mineirão e o Pacaembu não estiver liberado, o São Paulo terá problemas. Após entrar em atrito com o Palmeiras e vetar o Morumbi ao Santos (que lhe emprestara a Vila Belmiro no ano passado), interior ou outros estados serão as alternativas.
Evidente que, com o adiamento das duas rodadas do Brasileirão atuais por conta das enchentes no Rio Grande do Sul, a tabela de jogos do Brasileirão poderá sofrer mudanças significativas.
O SÃO PAULO E O PACAEMBU
Jogar no Pacaembu não é algo estranho ao São Paulo. O local é o segundo estádio em que o clube mais atuou na história, com 1.038 partidas realizadas, somando 571 vitórias, 229 empates e 238 derrotas. São incríveis 62,36% de aproveitamento, com 2.232 gols marcados e 1.276 sofridos. Os números são da 'SPFCpédia'.
A última vez que o Tricolor atuou no palco foi em 5 de outubro de 2019, quando venceu o Fortaleza por 2 a 1 pelo Campeonato Brasileiro.
O 'novo Pacaembu' sofrerá mudanças estruturais profundas. O setor tradicionalmente chamado de 'tobogã', um lance de arquibancadas erguido pelo então prefeito Paulo Maluf em 1970 atrás de um dos gols para aumentar a capacidade, foi demolido. No local foi construído um prédio administrativo para realização de eventos. O gramado também foi mudado. Sai a grama natural e entra o polêmico piso artificial, tão criticado pelo próprio São Paulo.
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