@rafaelemilianoo
A polêmica do momento do futebol brasileiro é sobre Gabriel Barbosa.
Gabigol, como é chamado, vive um momento tumultuado no Flamengo, clube em que marcou gols de títulos da Copa Libertadores em duas edições diferentes e vivia grande idolatria.
Vivia, pois o atacante dá sinais claros de desgaste, chegando ao cúmulo de, durante a semana passada, ter se deixado fotografar com a camisa do Corinthians, clube que desde o começo do ano promete despejar uma bolada para tirá-lo da Gávea.
Bem, como diz o ditado, 'os gregos que se entendam'.
Fato é que não se trata da primeira vez que Gabigol, hoje com 27 anos, se envolve em polêmicas entre equipes para trocar de clube.
Há 20 anos, para ser mais exato, o então projeto de craque integrava as fileiras da escolinha de futsal do São Paulo, onde empilhou títulos e artilharias.
Sim, é mais um caso de craque que passou pela base são-paulina e acabou indo embora, tal como os recentes Vítor Roque e Endrick.
Como aconteceu? O próprio Valdemir Almeida, pai de Gabigol, contou em 2013 à 'ESPN'.
"O Gabriel jogava futsal no São Paulo e disputava campeonatos estaduais. Certa vez, teve um jogo São Paulo x Santos, que acabou 6 a 1 para o São Paulo, e o Gabriel fez os seis gols. Esse dia, estava o Zito, e ele falou que gostaria que o meu filho fizesse um teste no Santos. Então a gente não pensou duas vezes e deu no que deu", disse.
Na ocasião, o Tricolor chegou a protestar à Federação Paulista de Futsal pelo roubo do jogador.
Mas o time do litoral estava devidamente respaldado. Para segurar Neymar, à época aliciado pelo Real Madrid, o Peixe acabou criando categorias abaixo do sub-13 no futebol e registrou Gabigol na FPF (Federação Paulista de Futebol). Anulando por completo o seu registro de federação no futsal tricolor.
Como o pai faz questão de enfatizar nessa mesma entrevista, a opção pela Vila Belmiro se deu por "toda a família torcer pelo Santos."
O próprio Gabigol, contudo, deu uma versão mais realista anos depois. No Santos ganharia ajuda de custo maior e casa alugada, enquanto no Tricolor a condução de São Bernardo do Campo (SP), onde nasceu e vivia, até o Morumbi saía do bolso da família.
O tempo passou e os caminhos de Gabigol e São Paulo se reencontraram quase 15 anos depois...
Em 2016, ele deixou o time do litoral vendido à Inter de Milão, da Itália. No mesmo ano conquistou o ouro olímpico com a Seleção Brasileira no Rio de Janeiro. Em 2017, foi para o Benfica, mas com pouco destaque retornou ao Santos no início de 2018 por empréstimo. Então, em 2019, chegou ao Flamengo, onde está até hoje.
Em 2017, contudo, antes de acertar a volta ao Peixe, quase que Gabigol vestiu a camisa Tricolor, segundo Dorival Junior, técnico do time na época, o São Paulo estava fechado com o jogador.
“Quando eu me reuni com o Raí, ele me falou: ‘Dorival, eu tenho dinheiro pra contratar um jogador’. E eu falei: ‘Raí, posso te falar uma coisa? Eu não quero que vocês tragam ninguém que não seja a nível de São Paulo, mas eu preciso de um jogador. Um atacante de lado. Ele me pediu três nomes. Eu dei o do Everton (Cebolinha), do Bruno Henrique e do Gabigol. Estávamos fechados com o Gabigol”.
“Pode perguntar para o Gabriel. Ele, inclusive, pediu para jogar como centroavante e eu falei: ‘tá bom, não tem problema’. A gente conversou uma seis vezes. Eu saí dos Estados Unidos achando que o Gabriel estava contratado”, completou.
Entretanto, mais uma vez veio uma proposta do Santos e a opção do provável futuro ex-flamenguista foi pela Vila Belmiro, fechando de vez suas portas no Morumbi.
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