Veio à tona o dossiê de inteligência artificial que detalha suposta armação dos jogadores do São Paulo para entregar o jogo na goleada sofrida para o Palmeiras por 5 a 0 em 25 de outubro do ano passado, pelo Campeonato Brasileiro.
O São Paulo havia prestado queixa-crime contra o Botafogo na polícia do Rio de Janeiro para ter acesso ao conteúdo da denúncia de 'corpo mole'. Ao que tudo indica, conseguiu seu objetivo.
O relatório foi assinado pela empresa Good Game, que já prestava serviço ao Lyon, da França, clube do qual o estadunidense se tornou dono depois de comprar o futebol do Botafogo.
Nele, a empresa, através do uso de inteligência artificial, diz que houve comportamento anormal de jogadores tricolores.
O relatório cita: falta de combate, erros de posicionamento e corridas em intensidade mais baixa.
O analista da Good Game cravou a existência de manipulação, com base nesse aspecto comportamental dos atletas.
"Nossa conclusão, baseada na análise de um vídeo de 1h40, indica, em relação à manipulação de placar, que a partida entre Palmeiras e São Paulo foi manipulada. A manipulação poderia estar ligada com resultado esportivo e/ou apostas esportivas da seguinte forma: derrota do São Paulo, derrota do São Paulo com uma diferença de gols. Pelo menos cinco jogadores do São Paulo estão envolvidos", disse o relatório da Good Game.
O São Paulo se manifestou sobre o relatório. Em nota oficial divulgada em suas redes sociais, o clube do Morumbi diz que "mais uma vez é obrigado a vir a público para repudiar e refutar acusações infundadas contra a instituição e, principalmente, contra seus atletas."
A novidade no texto se diz respeito a um pedido feito pelo Tricolor, até então inédito, de que Textor seja banido do futebol brasileiro.
"O clube não tolera que afirmações sem provas mais uma vez coloquem em dúvida a lisura e o profissionalismo de seus jogadores e irá seguir trabalhando para que irresponsáveis autores dessas acusações respondam em todas as esferas da Justiça e sejam banidos do futebol", aponta.
"Por fim, o São Paulo FC espera que o Botafogo, um clube protagonista na história do esporte, resolva suas diferenças e cure feridas esportivas dentro de campo", completa.
Situações "anormais":
Palmeiras 1 x 0 São Paulo
Não interceptou - (15) Michel Araújo
Não pressionou - (20) Gabriel Neves
Não marcou - (35) Beraldo
Não interceptou - (38) Caio Paulista
Não interceptou - (35) Beraldo
Atitude deficiente - (4) Diego Costa
Palmeiras 2 x 0 São Paulo
Atitude deficiente - (20) Gabriel Neves
Não marcou - (13) Rafinha
Corrida baixa - (13) Rafinha
Posição deficiente - (23) Rafael
"Potencialmente anormal"
Palmeiras 4 x 0 São Paulo
Não interceptou - (4) Diego Costa
Não interceptou - (35) Beraldo
Baixo tempo de reação - (35) Beraldo
Gol de pênalti
Atitude deficiente - (23) Rafael
Em relação à manipulação do placar: Partida considerada anormal / São Paulo com anormalidades / Árbitro: normal
O documento foi enviado por Textor para a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas no Senado.
RETALIAÇÃO
Após grande pressão interna dos cardeais, o presidente do São Paulo, Julio Casares, 'vai à guerra' contra o Botafogo por conta não só de dívidas do clube carioca com o Tricolor, mas também pela suspeita de 'um arranjo' financeiro na venda do goleiro Lucas Perri para o Lyon, da França, clube que também pertence ao estadunidense John Textor, dono da SAF dos cariocas.
Reflexos da acusação maluca de Textor contra o clube do Morumbi. Sem nenhum tipo de prova concreta, o empresário escreveu em seu site na noite de segunda-feira (1) que alguns jogadores do São Paulo 'fizeram corpo mole' na goleada sofrida por 5 a 0 para o rival Palmeiras, em 25 de outubro do ano passado, pelo Campeonato Brasileiro.
Casares já havia se manifestado publicamente em vídeo divulgado pelo São Paulo onde rebate as acusações feitas por Textor. Ganhou o apoio da FPF (Federação Paulista de Futebol), outras entidades do futebol brasileiro e entrou junto om o rival Palmeiras no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) pedindo punição ao estadunidense.
Agora a retaliação vai vir em outras frentes.
A primeira dela na Justiça. O São Paulo deve formalizar nos próximos o processo contra o time carioca por conta de uma dívida referente à compra de 70% dos direitos econômicos do volante Tchê Tchê, em 2021.
O Botafogo pagou apenas uma parcela não divulgada dos R$ 4,8 milhões que teriam sido acertados, dos quais também teriam sido reduzidos cerca de US$ 350 mil (cerca de R$ 1,8 milhão) referentes ao empréstimo de Érison, no ano passado.
Com juros e correção monetária, o valor devido atualmente seria de quase R$ 3,8 milhões. Com o prazo vencido mais recente expirando em 20 de fevereiro, sem pagamento, o Tricolor decidiu pela ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O clube do Morumbi também se prepara para entrar na Fifa contra o Glorioso. O motivo é a venda do goleiro Lucas Perri pelo time carioca ao Lyon. Ambos são administrados por Textor.
O jogador, que estava emprestado pelo Tricolor ao Náutico, acabou contratado em 2022 por R$ 1,2 milhão, com os paulistas mantendo 15% dos direitos econômicos.
Segundo revelado pela imprensa carioca, Perri deixou o Glorioso rumo à França por 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 53,4 milhões).
Ao todo, o São Paulo morderá 18,3% do montante, isso porque além dos 15% que manteve do goleiro, ainda recebe 3,3% pelo mecanismo de solidariedade da Fifa.
Ou seja, traduzindo em dinheiro, Perri garantiu aos cofres são-paulinos com a negociação cerca de R$ 9,85 milhões.
Mas o entendimento do Tricolor é que houve alteração dos valores de mercado, já que a transferência foi feita entre dois clubes de Textor, beneficiando aspectos como pagamento de impostos. Essa ação pode configurar transfer ban ao Botafogo e sanções pesadas ao Lyon inclusive.
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