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Após São Paulo quitar sua parte, Justiça condena organizada a pagar R$ 330 mil por caos no estádio

Jogo do Tricolor pela Copinha de 2016 teve confronto entre torcedores e a PM


MARCIO MONTEIRO E RAFAEL EMILIANO
@Marcio_oretorno e @rafaelemilianoo

Uma das principais torcidas organizadas ligadas ao São Paulo foi condenada em 2017 a indenizar a Prefeitura de Mogi das Cruzes. Com multas e correções, o valor atualmente é superior a R$ 330 mil.

O município da Grande São Paulo acionou a Justiça em 2016 para ser ressarcido em decorrência de danos causados no estádio da cidade em um jogo do São Paulo pela Copa São Paulo de Futebol Juniores. A quebradeira aconteceu em 17 de janeiro daquele ano, na partida vencida pelo Tricolor contra o Rondonópolis-MT, 4 a 0. 

A partida tinha entrada gratuita, mas os portões foram fechados por conta da lotação do estádio. Segundo a prefeitura, membros da organizada do São Paulo que não conseguiram entrar tentaram invadir, gerando distúrbio nas áreas externas e internas do estádio. 

Na Justiça, a prefeitura de Mogi relatou da seguinte forma: “Centenas de torcedores ligados à organizada, armados de paus, pedras e muletas, agridem covardemente guardas municipais e policiais militares e depredam e vandalizam lixeiras, janelas, corrimões, grades, fechaduras, catracas, viaturas e diversos outros bens públicos municipais”.

O município contabilizou os danos morais e materiais no Tribunal. A defesa da uniformizada, por sua vez, disse na época que houve falta de planejamento dos organizadores da partida ao permitirem a superlotação do estádio, além de apontar suposta falta de estrutura do estádio, com um único portão para atender toda a torcida. 


Em 2017, foram condenados o São Paulo e a torcida organizada do clube. O São Paulo se livrou do processo ao quitar sua parte em março de 2020 (pagou R$ 120 mil). 

Já a uniformizada não pagou a dívida. Desde então, viu o valor mais do que dobrar com juros e correções. Atualmente, a dívida está em mais de R$ 330 mil.

Ao Tribunal, a torcida organizada comunica não ter bens disponíveis para liquidar a dívida. Já a prefeitura de Mogi das Cruzes contesta essa versão e afirma que a uniformizada possui movimentações financeiras para serem penhoradas.

Sem localizar bens da organizada para que pudessem reduzir a dívida, o município da Grande São Paulo conseguiu na Justiça o direito de receber 30% dos valores de supostas vendas de produtos na loja virtual da organizada. No entanto, os advogados que defendem a prefeitura de Mogi questionam não encontrar valores sendo que há ofertas de produtos na loja virtual.

Em março, a representação jurídica da torcida uniformizada pediu à Justiça a suspensão da execução alegando não ter bens passíveis para penhora. O juiz Robson Lima, entretanto, considerou “inaceitável a justificativa para o não cumprimento da ordem judicial”.

A dívida, portanto, segue sem resolução, e o valor cresce mensalmente com a incidência de multas e correções.

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