@rafaelemilianoo
A primeira visita do São Paulo na arena do Atlético-MG não vai ser algo digno de lembrança para os tricolores.
Na noite desta quinta-feira (11), no encerramento da 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Tricolor foi a Belo Horizonte (MG) conhecer a nova casa do Galo pela primeira vez na história. E acabou derrotado por 2 a 1.
O resultado é negativo por diversos aspectos. Além de encerrar uma sequência de quatro vitórias consecutivas do clube do Morumbi na principal competição, tira a equipe do sonhado G-4, a zona de classificação para a Copa Libertadores.
O revés deixa os são-paulinos na quinta colocação, com 27 pontos, três atrás do Bahia.
Fora isso, fica o gosto amargo da freguesia. O Tricolor não sabe o que é vencer o rival mineiro desde 2020. E, se contar apenas os jogos com mando atleticano, a coisa piora: não obtém um triunfo desde 2016.
E houve esperança de que o jejum terminaria. O São Paulo não jogou mal. Saiu atrás no placar em um lance de oportunismo (e falha da defesa) que não marcou o rebote de uma cobrança de falta do Galo. Mas depois disso cresceu na partida. Chegou a marcar com Lucas, tinha Ferreirinha em dia inspirado. Até que dois lances capitais definiram tudo.
No final do primeiro tempo, Paulinho desviou de barriga um chute de Gustavo Scarpa e matou Rafael. Depois, na etapa final, quando parecia melhor em campo, Alan Franco fez falta violenta e levou o vermelho.
Na próxima rodada, o Tricolor tentará a recuperação contra um Grêmio em crise, na quarta-feira (17), às 20h (de Brasília), no Morumbi.
O JOGO
São Paulo e Atlético davam indícios claros de que fariam um dos melhores jogos da rodada. E a expectativa não decepcionou. Franca e aberta, a partida mostrou desde os primeiros minutos que os torcedores veriam um duelo de bom nível, com boas chances de ataque para os dois lados.
O que talvez os tricolores não esperavam era que os mandantes conseguiriam abriam o placar cedo em uma jogada de puro oportunismo.
O ataque são-paulino ainda tentava entender o jogo e perdia bolas no campo ofensivo, desperdiçando a construção e dando o contra-ataque. Aos 12, em um desses lances, Luiz Gustavo teve de fazer falta em Vargas na entrada da área. Na cobrança, Hulk chutou forte, Rafael espalmou e o chileno, livre de marcação, aproveitou o rebote para completar às redes.
A desvantagem no marcador pareceu ter acordado o São Paulo, que acertou a articulação de seu jogo da defesa ao ataque, melhorou a qualidade do passe e viu Ferreirinha crescer, se tornando uma opção mais do que arisca para o adversário.
A recompensa veio cedo. Logo aos17, após cobrança de escanteio, a zaga afastou mal a bola, que ficou viva na área livre para Lucas bater cruzado e empatar.
E assim se seguiu uma sequência de oportunidades perdidas pelo Tricolor, que viu Luciano errar uma finalização clara e o goleiro atleticano salvar um chute rasteiro de Ferreirinha. Até que outro grande nome do jogo resolveu acordar.
Pelo lado dos mandantes, Gustavo Scarpa caiu para a direita, tentando aproveitar os espaços dados pelas subidas de Ferreirinha e, jogando em cima de Welington, passou a comandar as ações, com três chutes seguidos com perigo de fora da área em que limpou a marcação com facilidade para arrematar.
Era um sinal claro de que ali era o caminho. E a profecia se fez como previsto. Aos 47, mais uma vez Scarpa repetiu a jogada. Cortou a marcação, puxou para o meio e chutou. Só que desta vez Paulinho estava no meio do caminho. E, de barriga, desviou a bola, matando Rafael no lance e deixando o Galo em vantagem outra vez no placar.
Na volta do intervalo, o São Paulo buscou dar mais intensidade no jogo, já que estava atrás no placar. E até vinha conseguindo, dominando as ações e criando. Mas acabou prejudicado em um lance infeliz de Alan Franco. Aos 12, o zagueiro acertou o pé no tornozelo de Otávio. Em um primeiro momento, foi advertido com o amarelo. Mas após revisão do VAR acabou expulso, deixando o Tricolor com um a menos em campo.
Mesmo assim, contudo, o time do Morumbi ainda conseguia ter maior amplitude ante um Atlético estranhamente acunhado. E, aos 20, quase empatou mesmo com a desvantagem numérica. Luiz Gustavo apareceu livre da entrada da área e arriscou a finalização. Matheus Mendes defendeu e Luciano apareceu sozinho para o rebote, mas o goleiro do Galo fez milagre e evitou o que parecia o empate certo.
Com uma chance de ouro desperdiçada, não houve ímpeto para manter o padrão de jogo. O Galo seguia cozinhando o jogo, se lançando pouco ao ataque e optando por fechar os espaços de um São Paulo que, com as alterações, perdeu de vez o padrão de jogo e a qualidade ofensiva, deixando a primeira visita à casa adversária sem nenhum pontinho sequer.
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