Lateral puxa a comemoração após título da Supercopa, em fevereiro (Pedro Vilela/Getty Images)
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
Publicamente, o discurso será o mesmo: as conversas continuarão atrás de um acerto entre as partes. Mas, um dia após o lateral-esquerdo Welington estar oficialmente livre para assinar pré-contrato com quem quiser, o São Paulo internamente jogou a toalha nas tratativas para tentar renovar o vínculo da cria de Cotia, que acaba no final deste ano.
Fontes ouvidas pelo AVANTE MEU TRICOLOR ao longo desta terça-feira (2) destacaram o fato de que "é quase impossível" (nas palavras deles) chegar a um entendimento para a prorrogação do contrato.
E, em off, muitas trocas de acusações dos dois lados - clube e estafe do jogador. Fato é que, diante das informações de que o camisa 6 tem sondagens de clubes europeus, torna-se evidente que não há o interesse em continuar no São Paulo.
Diante disso, reuniões internas da diretoria de futebol traçaram dois caminhos. Primeiro, conforme o próprio presidente Julio Casares revelou publicamente, o jogador continuará integrando normalmente o elenco e atuando enquanto estiver no Morumbi.
Segundo, e mais importante, o Tricolor espera que aconteçam conversas dos interessados pela liberação antecipada do lateral para amenizar o prejuízo e evitar a saída gratuita.
O AMT revelou no início de junho que dois clubes europeus conversaram com os agentes de Welington. Mas, diferente do Southampton, da Inglaterra, apenas o Torino, da Itália, mostrou-se disposto a se sentar com o clube do Morumbi para discutir a liberação na janela de transferências que se avizinha.
Jogar no Velho Continente é um desejo antigo do lateral. Ele recebeu proposta do Brentford, também da Inglaterra, em 2023, mas acabou negociado com o CSKA, da Rússia. A saída, contudo, acabou vetada pelo fechamento da janela no país.
Um ponto definido nesta terça entre os cartolas foi a necessidade de se buscar um reforço para a posição, independente de Alex Sandro. O veterano, que ainda não se decidiu sobre retornar ao futebol brasileiro, viria obviamente para ser o titular. Mas desde o início do ano o São Paulo bateu o martelo sobre a necessidade de mais uma opção.
Existem nomes avaliados internamente, inclusive de atletas da América do Sul, que serão levados ao técnico Luís Zubeldía.
O CASO
Welington tem vínculo com o Tricolor até o final do ano. E, mesmo com a intermediação do técnico Luís Zubeldía, a negociação, que parecia ter avançado, recuou após o diretor de futebol Carlos Belmonte tornar pública as dificuldades das tratativas e ser contestado publicamente pelo empresário Robson Ferreira.
Por questão editorial, o AMT não revela valores de salários de jogadores. Mas pode se dizer que o lateral exige a mesma valorização que colegas de base como Beraldo (antes da venda), Nestor, Diego Costa e Pablo Maia tiveram. Subiram o degrau, como se pode dizer.
Welington chegou a ter um acerto verbal com o Internacional, que tentou obter sua liberação antecipada, sem sucesso. Ofereceu uma troca pelo volante Gabriel, fora dos planos no Beira-Rio. Mas o jogador não empolgou o então técnico Thiago Carpini.
Vendo que o Tricolor não facilitaria sua saída e que era uma peça fundamental do elenco, Welington repensou muita coisa, conforme o AMT apurou. Evidente que o Inter pagará mais, mas o camisa 6 aceita uma proposta menor do São Paulo. Quer ter a mesma valorização de Pablo Maia e Nestor, crias de Cotia como ele que ganharam status de fundamental no plantel. Além de abocanhar uma porcentagem de seus direitos federativos, como os outros, para que ganhe mais em uma hipotética transferência futura.
O São Paulo chegou a prometer ao estafe do lateral que o venderia na janela do meio do ano para que ele não acertasse pré-contrato com ninguém. Além dos gaúchos, o Botafogo é outro interessado. Welington desmente que tenha qualquer tipo de acerto com o Colorado. E o empresário reafirma essa posição.
O São Paulo busca desde a saída de Caio Paulista para o rival Palmeiras, anunciada no final do ano passado, uma opção para a lateral-esquerda. Era uma promessa para Dorival Júnior e Thiago Carpini, antecessores do argentino, que não foi cumprida.
Nomes sondados e avaliados pelas duas comissões técnicas anteriores ou foram rejeitados, ou as negociações se mostraram complicadas (e caras) para o Tricolor.
Dorival queria Rikelme, do Cuiabá. Caro. Carpini aprovou Marlon, mas o jogador quis ficar no Cruzeiro. Abner, do Bétis, da Espanha, se machucou quando o negócio por empréstimo estava encaminhado. Para piorar, a Seleção Brasileira ficou de fora das Olimpíadas, motivação maior para os europeus procurarem o São Paulo.
Nomes como Felipinho, oferecido pelo Sport, foram rejeitados por Carpini, que continuou o plano de Dorival de transformar Michel Araujo na peça para jogar no lado esquerdo. É a solução temporária de Zubeldía, avisado da falta de confiança no jovem Patryck, agora a única peça do setor.
O Tricolor negocia com uma opção brasileira que atua na Europa e está livre no mercado: Alex Sandro, considerado um investimento ousado.
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