Segunda-feira, 15 de julho de 2024
Colombiano é cumprimentado por Di Maria, a grande estrela da noite (Chandan Khanna/Getty Images)
RAFAEL EMILIANO
A Colômbia vive, definitivamente, uma James Rodríguez mania.
Tudo bem, a seleção acabou derrotada pela Argentina na final da Copa América, no domingo (14), mas viu o seu camisa 10 cumprir as expectativas dos colombianos com seu astro, líder de assistências e anunciado como o melhor jogador da competição continental pela organização.
Tudo muito bem, tudo muito ótimo, mas e o futuro?
Contrastando com a excelente fase na seleção nacional, a realidade a partir de agora é de um James Rodríguez em baixa no São Paulo, meio que fora dos planos do técnico Luís Zubeldía e com desejo mútuo de ambas as partes para que aconteça uma negociação.
Não é algo necessariamente novo, convenhamos. Desde o ano passado o camisa 55 do Tricolor vive os díspares de ser uma espécie de herói nacional para os colombianos ao mesmo tempo que coleciona desconfiança e desprezo no Morumbi.
A Copa América se tornou apenas mais um capítulo de um livro escrito com linhas tortas. Mas cujo público principal, a torcida são-paulina, cada vez mais se empolga menos com o protagonista quixotesco.
Se no ano passado Dorival Júnior venceu a queda de braço velada amparado pelo título da Copa do Brasil, no início desta temporada o contestado Thiago Carpini sofreu. Ao ponto de ter de reintegrar o colombiano após o mesmo decidir ir embora e descobrir que não haviam interessados de peso em seu futebol.
Agora, novamente a lua-de-mel dos tricolores com Luís Zubeldía faz as esperanças com James ficarem em segundo plano. O AVANTE MEU TRICOLOR já revelou, o argentino não gostou de ver o meia-atacante cobrar titularidade e ainda exigir em reunião interna onde deveria atuar dentro de campo. Isso foi após o empate com o Palmeiras, logo na chegada do comandante, que ainda nutria algum devaneio de contar com o astro. Mas sua pífia participação naquele clássico, no Morumbi, soterrou tudo.
"Eu tomo decisões em relação ao que vejo e para isso estou aqui, para tomar decisões. Se não está o James, é porque considero que tem que estar outros companheiros. (...) Tenho clara qual é a minha profissão e tenho clara qual é a minha responsabilidade. Um treinador vive tomando decisões, e tratamos junto com o meu estafe que essas decisões sempre sejam em favor do grupo e que sejam, em sua maioria, positivas", disse Zubeldía, na época, quando perguntado sobre o assunto.
Desde então, James foi completamente ignorado e passou a se preparar exclusivamente para a disputa continental com a Colômbia. Chegou a ser liberado para se apresentar antecipadamente. O que motivou denúncias por parte da imprensa daquele país, de que estaria com depressão.
Iniciada a Copa América e as consequentes boas atuações do meia-atacante, sobrou para o presidente Julio Casares, chefe da delegação brasileira na competição, se pronunciar.
"Ele é jogador do São Paulo, vai se reapresentar após a Copa América. É uma questão técnica. Passou o Dorival, o Carpini e o Zubeldía, e com nenhum desses técnicos ele se firmou. Mas ele se reapresenta, e se tiver o mesmo desempenho em treinos e partidas, pode ser reintegrado. É uma decisão técnica", disse, à 'ESPN'.
Seja como for, o futuro segue indefinido. A diretoria do São Paulo tem reunião marcada com parte do estafe de James nesta semana. Ao AVANTE MEU TRICOLOR, fontes da cúpula do clube enfatizam que até o momento não houve sequer sondagem externa por ele. Isso já era até certo ponto esperado, visto que o acordo com os empresários é que esse tipo de conversa aconteceria somente após a Copa América, a pedido do jogador, que buscou concentração máxima para a competição.
Até então, sabia-se que o acordo entre James e São Paulo previa a liberação sem empecilhos (ele tem contrato até o meio de 2025) em troca do perdão da dívida que o Tricolor tem com ele por conta de luvas não pagas quando da assinatura do acordo, no ano passado.
Entretanto, na última semana, o diretor de futebol Carlos Belmonte trouxe a informação em entrevista à rádio 'Energia 97' de que o clube quitou todas as pendências com o colombiano, o que forçaria os interessados a se sentar com o São Paulo para negociar a liberação.
Esperança de que ele volte disposto e mostre mais dedicação, existe dentro do plantel, principalmente de alguns líderes, como Lucas e Rafinha, que possuem certa amizade com o colombiano.
Mas a hipótese é considerada distante. O Tricolor acredita que algumas das sondagens feitas ao estafe acabe se concretizando em proposta. Por ora, são várias insinuações. Só da Espanha, onde ele revelou ser um sonho voltar a jogar, são três (Real Sociedad, Celta e Atlético de Madri), além de Boca Juniors (Argentina) e Besikitas (Turquia). O futuro, ao astro, literalmente a Deus pertence...
0 Comentários