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Após empecilhos e adiamentos, diretor do São Paulo promete projeto do novo Morumbi para o final do ano

Tricolor planeja estreia da nova casa no centenário (SPFC)

RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

O diretor de marketing do São Paulo, Eduardo Toni, prometeu em entrevista publicada pelo portal 'Globo Esporte' que o projeto de reforma do Morumbi, capitaneado pela WTorre, deverá, enfim, ser apresentado publicamente no início de novembro.

Deve ser o ponto final de uma novela que se arrasta desde o fim do ano passado, quando a 'Folha de S. Paulo' vazou por meio de uma colunista o acerto do Tricolor com a construtora, 'dona' da arena do Palmeiras e que também negocia a reforma da Vila Belmiro, do Santos.

A informação, até certo ponto, não é nova. O AVANTE MEU TRICOLOR revelou em maio que, após o Conselho Deliberativo aprovar o adiamento de apresentação do projeto, que o detalhamento seria apresentado no final do ano. Estimava-se dezembro, como a data do anúncio.

Em suas falas, publicadas no portal, Toni enfatiza também pontos que já tinham revelados pelo AMT. O São Paulo vetou o uso de grama sintética, um desejo da WTorre, e encaminhou para que o novo formato do Morumbi copie o modelo do River Plate no Monumental de Nuñez. Ou seja, o anel inferior será destruído para que o intermediário seja 'esticado' até o gramado, acabando com a pista de atletismo em torno do campo e diminuindo a distância dos torcedores. 

Entre o fim de 2022 e o começo do ano passado, o River simplesmente acabou com a pista de atletismo ao redor do gramado e criou para o lugar dois setores. A geral, atrás dos gols, será específica para suas barras bravas (como são chamadas as torcidas organizadas do país vizinho), sem assentos. Terá 23,3 mil lugares. Nas partes centrais, a ampliação das cadeiras numeradas e de sócios deixou os espaços com capacidade total de 57,7 mil pessoas.

Com as reformas, a casa do tradicional time portenho virou o maior estádio da América do Sul, com cerca de 83,2 mil de capacidade. O Morumbi, que já foi o maior campo de futebol particular do mundo, atualmente é o quinto da relação continental, para um público de 66.795 espectadores. 

Mais uma vez foi estimado o que o AMT já publicou: a capacidade ficaria entre 66 mil e 70 mil pessoas.

O que ainda não está definido são dois pontos: se o estádio será ou não coberto e quantas vezes por ano ele será liberado para a construtora realizar shows e eventos corporativos, uma maneira de recuperar o investimento feito.

O São Paulo quer manter a autonomia sobre quando jogar na própria casa. Para isso, justifica a assinatura de contrato com a Live Nation, promotora de eventos que agenda shows para o Morumbi em datas discutidas com o próprio clube.

Outros pontos menores que são discutidos é o número de cadeiras a serem repassadas à construtora e utilização do espaço em dias sem jogos.

De concreto até agora no projeto estão os planos para se construir um anfiteatro modular com capacidade para até 20 mil pessoas, no espaço do portão 1 do estádio, a entrada principal na Praça Roberto Gomes Pedrosa, onde poderão ser realizados eventos esportivos e palestras, sem impacto no gramado. Será criado também um estacionamento para cerca de 2 mil veículos, que poderá ser usado pelos sócios do clube. 

Ao 'GE', Toni reitera que parte do atraso pela divulgação do projeto se deve sobre questões burocráticas, como o tombamento do estádio e a captação de fundos para executar o projeto, esta a cargo da construtora. Estima-se um custo da obra entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões.

Além disso, a construtora vem avaliando junto às autoridades de São Paulo a viabilidade de fazer setores populares atrás dos gols para que torcedores possam assistir aos jogos em pé, atendendo um pedido do próprio presidente Julio Casares.

Internamente, fala-se que houve "precipitação" no anúncio da parceria (na verdade, a informação vazou no final de 2023 por uma colunista de jornal), ocorrido antes mesmo do poder público efetivar as obras no Córrego Antonico, que passa sob o estádio, na zona oeste paulistana.

O São Paulo espera o poder público realizar o mutirão de obras previstas para a região do Morumbi, como canalização dos afluentes da bacia do Córrego Morumbi, entre eles o rebaixamento do Córrego Antonico, que passa embaixo do estádio, e também a construção de piscinões e cisternas. As obras foram lançadas no final de fevereiro.

Desde o ano passado Casares realiza reuniões com o prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB). E este ano conseguiu em agosto a promessa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de que cerca de R$ 400 milhões serão investidos. O valor pode aumentar, já que pessoas influentes do Tricolor barganham a inclusão do pacotão de obras do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) anunciado pela gestão federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A expectativa é que as licitações sejam abertas em novembro de 2024.

O atraso do poder público acabou ajudando a WTorre, que ganhou mais tempo para acertar os ponteiros com o Tricolor sobre o projeto final.

De qualquer forma, a urgência é grande. O início das obras só pode começar agora em 2025 e o plano do São Paulo é reinaugurar sua casa até o centenário, em 2030. Nesta entrevista, Toni disse que sequer está acertado se o São Paulo manterá o Morumbi aberto parcialmente durante as obras ou de fato escolherá outro lugar para jogar.

Desde os anos 1990 há falas das diretorias do São Paulo sobre reformas estruturais profundas no Morumbi. A última de grande impacto foi em 2008, na gestão Juvenal Juvêncio, quando se prometia cobrir todo o setor das arquibancadas e também construir estacionamento. Sem a inclusão do estádio na Copa do Mundo de 2014, os planos foram engavetados. 


 

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