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Encaixotado, São Paulo cria pouco, vê Nacional eficiente e 0 x 0 deixa decisão das oitavas aberta para o Morumbi

Luciano após desarme: foi mais difícil do que se esperava (Dante Fernandez/Getty images)

RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

Não foi a noite que o São Paulo esperava. Diante um Nacional de muita eficiência tática, que deixou sua armação de jogo completamente sem espaços e o ataque ineficaz, o Tricolor não saiu do empate sem gols na noite desta quinta-feira (15), no jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores, no Uruguai.

Desde os primeiros instantes ficou evidente que a proposta dos mandantes seria a de primeiro tentar anular os brasileiros. Para só depois arriscar algo ofensivo. Deu certo. O time de Luís Zubeldía liderou algumas das principais estatísticas do jogo, como posse de bola e troca de passes. Mas a que importa, de bola na rede, foi ineficaz. O Tricolor terminou o primeiro tempo sem uma finalização sequer.

Sorte (será?) que do outro lado tinha um time que, apesar da disposição tática, não tem muita qualidade individual de decisão. Mas que não impediu que terminassem o jogo com as melhores chances criadas, principalmente na reta final de jogo, quando o Nacional aumento seu volume de jogo e dominou por completo as ações (igualmente com a fraca efetividade).

Muito pouco para o Tricolor, que vinha de quatro vitórias seguidas (chega agora ao quinto jogo seguido invicto).

Seja como for, a decisão da vaga agora fica para quinta-feira que vem (22), no duelo de volta, no Morumbi. Nova igualdade no placar leva a decisão de quem vai às quartas de final para os pênaltis. Quem vencer se classifica.

Antes, contudo, o São Paulo tem um desafio até de maiores proporções. Encara o clássico contra o rival Palmeiras no domingo (18), na arena rival, pelo Campeonato Brasileiro, onde a equipe vem em ascendente.

Lucas tenta, em vão: noite apagada (Dante Fernandez/Getty Images)

Foi um jogo ruim do São Paulo no primeiro tempo. O Nacional veio com a proposta de anular o Tricolor. Conseguiu. Bem estudado de como Luís Zubeldía joga, deu a intermediária de seu campo de ataque para os brasileiros trocarem passes fechando as válvulas de ataque para, assim, tentar a retomada de posse pegando o sistema defensivo mais exposto.

E durante 45 minutos o São Paulo viu o Nacional impor sua tática, sem esboçar reação. Zubeldía até tentou. Rafinha tentou jogar mais adiantado, abrindo mais o jogo para ter a opção pela direita, por exemplo. Pouco adiantou. O São Paulo passou 45 minutos sem uma finalização sequer e com apenas 9,9% de posse de bola em seu campo ofensivo.

Era o reflexo de ter o trio Ferreirinha, Luciano e Lucas encaixotado, sem espaço para armar ou trabalhar melhor a articulação, ainda mais diante de uma zaga adversária que se mostrou extremamente sólida.

E, para piorar, do outro lado tinha um adversário que se não é um primor de qualidade, conseguia cumprir sua proposta e ficar mais solto no ataque para tentar surpreender o clube do Morumbi.

As chances só não foram melhores por conta da boa partida da zaga são-paulina, expondo as dificuldades de se quebrar o sistema uruguaio.

De concreto, só aos 20, quando Oliva recuperou uma posse após erro de passes da defesa tricolor e finalizou da entrada da área, para fora, com Rafael só observando.

Era pouco, muito pouco para um time que nas demais competições que disputa se mostra sólido e com capacidade de alternar soluções para quebrar as linhas. Por isso, Zubeldía mexeu. Colocou Wellington Rato no lugar de Ferreirinha no intervalo para ganhar o lado direito, dar mais profundidade a Welington e liberar mais Lucas para jogar pelo meio, como anseia a torcida. 

Logo aos 7, Rato conseguiu aparecer livre, limpou a marcação e tentou a finalização, que acabou espalmada pelo goleiro.

Mas os que os são-paulinos esperavam que fosse uma tônica, acabou se tornando algo isolado. Logo o Nacional retomou o domínio das ações táticas, aparecendo com perigo seja por uma sequência de tentativas de bolas aéreas na área e depois com uma finalização para fora de Zabala da entrada da área.

O jogo seguia com um São Paulo que ao menos arrumou a errônea saída de bola da etapa inicial e passou a ter maior presença ofensiva, mesmo que a efetividade, essa boa e velha conhecida dos tricolores, seguisse praticamente nula.

O alento (para o jogo como um tudo) veio aos 25, com duas boas chances para ambos os lados. Do lado uruguaio, Bettancourt apareceu com espaço na área e finalizou, para defesa de Rafael. Na saída de jogo, Bobadilla encontrou Calleri livre pela lateral da área, que também tentou o chute, também defendido.

Na reta final, contudo, o que se viu foi o aumento do volume de jogo dos mandantes, que passara jogar ainda mais no campo são-paulino e concentraram as ações. Criar, criaram, mas foram chances sem muito perigo efetivo, mas que escancaram a noite apagada são-paulina. Que as coisas mudem no Morumbi na semana que vem.

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