Colombatto marca David Neres em Portugal (Carlos Costa/AFP)
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
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Restando uma semana para terminar a janela de transferências, o São Paulo se vê empacado e sem conseguir avançar nas duas negociações que toca para reforçar as posições de lateral-esquerdo e volante, as prioridades absolutas para reforçar o plantel tricolor em busca de conquistar um dos três títulos que ainda disputa.
O período de negociações aberto vigente se encerra na próxima segunda-feira (2/9). E apesar de ter trazido dois novos jogadores (o zagueiro Ruan e o volante Marcos Antônio, ambos por empréstimo do futebol italiano), as duas posições citadas continuam sendo buracos necessitando de peças dentro do plantel.
A começar pela lateral-esquerda. O Tricolor só tinha Welington e Patryck, ambos vindos da base, para o setor, desfalcado desde a saída de Caio Paulista para o Palmeiras, no final do ano passado. Isso não é uma ideia abstrata, mas foi falado pelos próprios dirigentes, que prometeram uma reposição. E lá se vão nove meses...
Para piorar as coisas (para Luís Zubeldía), fatos ocorreram. Welington assinou um pré-contrato com o Southampton, da Inglaterra, e vai dar adeus de graça em dezembro. Patryck, por outro lado, fraturou a clavícula direita no clássico contra o Palmeiras, quando precisou ser socorrido de ambulância, ficou internado e não tem data prevista para ao menos voltar a treinar.
Os reflexos da ausência de atletas da posição se tornou evidente no último final de semana. No triunfo sobre o Vitória, Michel Araujo atuou improvisado no setor, dada a carência do elenco.
E como andam as negociações para um reforço na posição? Confusas, podemos dizer.
O alvo do Tricolor é conhecido: o português Mário Rui, de 33 anos, fora dos planos do Napoli. O jogador já esteve muito próximo de ser anunciado, mas esbarrou justamente no clube italiano, que não tem acordo para a liberação.
O pior para o São Paulo aconteceu: apareceu concorrência europeia por Rui. O próprio jogador recusou a investida do Valladolid, clube espanhol do ex-atacante Ronaldo, mas balançou com duas ofertas de Portugal, por pressão da sua família, que o queria por perto.
Isso fez o Napoli notar uma valorização que julgava não ter pelo lateral. E pedir muito mais que o 200 mil euros oferecidos pelo Tricolor para a liberação, valor que já foi recusado.
O São Paulo acenou com 1 milhão de euros e tem o apoio do próprio português, que tem bases acertadas por dois anos de vínculo com o clube do Morumbi e cláusula de renovação por mais um ano.
Desejoso de ter uma experiência sul-americana no currículo, o lateral tenta negociar a liberação por conta própria com os italianos. E assim assinar com o São Paulo. Ele tem vínculo até 2026 com o Napoli e na última segunda-feira (26), em reunião, sugeriu receber só um ano de salários como indenização pela rescisão, abrindo mão de luvas a que teria direito.
A outra posição carente é a de primeiro volante. Essa, inclusive, foi motivo de reclamações internas de Zubeldía com a diretoria. O treinador pediu que o Tricolor volte à carga por Pol Fernandez, após o Boca Juniors ser eliminado nas oitavas de final da Copa Sul-Americana para o Cruzeiro.
Outro nome que apareceu, indicação do argentino, foi o conterrâneo Santiago Colombatto, jogador de 27 anos que não tem um grande histórico de atuação mesmo no seu país natal. Isso porque, após atuar pelas categorias de base do River Plate, se transferiu ainda amador à Itália, onde atuou por sete anos.
Atualmente, Colombatto atua pelo Real Oviedo, da segunda divisão da Espanha, emprestado pelo mexicano Léon em um estranho acordo de dois anos de cessão.
O Tricolor fez uma consulta aos mexicanos, mas os valores assustaram: 4 milhões de euros. Tenta-se costurar um repasse de empréstimo até o final do ano junto aos espanhóis, o estafe do jogador vê com bons olhos o negócio, mas o Oviedo não respondeu até a publicação desta reportagem.
O tempo passa e com só uma semana para decidir as coisas, o São Paulo corre. Resta saber se não será em vão.
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