Mesmo fora de sua posição ideal, Luciano é o artilheiro da temporada (Foto: Reprodução/Instagram) |
MARCIO MONTEIRO
Chegou a tão esperada semana de decisão de Copa Libertadores. O São Paulo não atravessa lá sua melhor fase na temporada, mas terá que reagir para tentar eliminar o Botafogo e alcançar as semifinais da sonhada competição.
Serão dois treinos nas manhãs desta segunda (23) e terça-feira (24) no CT da Barra Funda até chegar o dia do jogo no Morumbi na quarta-feira (25), às 21h30 (de Brasília). Se for eliminado, o Tricolor terá só o Brasileirão até o resto do ano, competição que praticamente já não tem mais chances de título.
E a seca de gols do Tricolor preocupa. Há quase um mês o time não marca mais que um gol em suas partidas. A última vez foi no triunfo de 2 a 1 sobre o Vitória, em 25 de agosto.
De lá para cá, são apenas dois gols marcados em seis jogos. E essas marcas negativas têm alcançado índices históricos.
Segundo levantamento do ANOTAÇÕES TRICOLORES, de todos os 5.904 jogos da equipe principal do São Paulo, somente 36 deles (0,6%) fecharam uma sequência de seis com dois gols marcados ou menos.
Mesmo se ampliarmos a amostragem, as coisas não melhoram muito. Os nove gols nos últimos treze jogos representam algo que aconteceu em somente 66 dos 5.904 jogos (1,1%). Já quinze gols em dezenove jogos ocorreram uma vez a mais (67, o que também dá 1,1%).
Mas por que o Tricolor está marcando poucos gols? A resposta não é simples e envolve uma série de fatores para serem analisados.
Luis Zubeldía nunca encontrou uma formação de ataque ideal que manteve como titular por todos os jogos. Porém, o trio Lucas, Luciano e Calleri são figurinhas carimbadas na equipe titular.
E é aí que já nasce o primeiro problema, a tão contestada discussão entre as posições de Lucas e Luciano no setor ofensivo. Habitualmente, Zubeldía tem colocado o camisa 10 como armador central, e deslocado o 7 para uma das pontas.
No entanto, Luciano não rende como meia, mas sim muito bem quando pisa na área, caso deste ultimo jogo contra o Inter, e Lucas também entrega abaixo do esperado quando posicionalmente começa pelos lados.
Perdemos o homem da criação pelo meio e o atacante com faro de gol que acaba ficando muito longe da área para tentar armar jogadas, o que claramente não é seu forte.
Mesmo que com número não lá muito expressivo, Luciano é o artilheiro do Tricolor no ano, com 15 gols em 49 partidas, seguido por Calleri, com 13 em 44 jogos, e Lucas, com nove bolas na rede em 36 aparições em 2024.
O quarto artilheiro do time no ano é um que também justifica a queda de produção ofensiva, Ferreirinha. O atacante havia se firmado como titular da equipe de Zubeldía, crescia de rendimento e, mesmo atuando pelos lados, conferiu oito gols em 42 partidas. Até chegar a contusão no clássico diante do Palmeiras.
Ferreira, no entanto, já está na fase final de recuperação nos treinos da equipe e, como revelou o AVANTE MEU TRICOLOR, pediu para ser relacionado na decisão contra o Botafogo. Ficará sob definição da comissão técnica para quarta.
Lucas Moura, que já jogou pelo meio, na ponta esquerda e direita, vive uma baixa técnica. O ídolo teve fracos desempenhos nos últimos jogos decisivos do São Paulo, mas deu um sopro de esperança ao voltar a atuar bem, pelo menos no 1º tempo, contra o Internacional.
O meia-atacante é o maior assistente do time no ano, com 8 passes que viraram gols, dois a mais que Wellington Rato. Isso deixa Lucas na vice-liderança de participações em gols do Tricolor na temporada, 17 vezes.
Porque quem lidera no quesito é Calleri, que tem 18 participações em gols até aqui. Como dito, o camisa 9 foi às redes 13 vezes e atacou de garçom em mais cinco oportunidades.
O artilheiro, no entanto, também vem decepcionando nos últimos duelos. A última vez que marcou foi em 22 de agosto, na classificação de 2 a 0 sobre o Nacional nas oitavas de final da Libertadores.
Quem tem se aproveitado da baixa técnica do ataque tricolor é a jovem revelação William Gomes. O atacante soma dez jogos no ano, mas só nestas últimas semanas efetivamente vem ganhando espaço no time. Fez dois golaços recentes, contra Vitória e Cruzeiro, além de ser escape para duelos complicados com seus dribles e velocidade.
Para quarta-feira, Zubeldía ainda irá definir sua formação de ataque. No empate sem gols com o Botafogo no Rio, mudou o esquema, escalando três zagueiros, com o trio Lucas, William Gomes e Calleri à frente.
Em casa, precisando vencer, pode mudar e promover o retorno de Luciano, ou Rato pela direita, com Lucas centralizado e o camisa 10 como arma ofensiva para o 2º tempo.
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