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Entenda de uma vez projeto de fundo de investimento que será votado nesta semana e promete zerar dívida do São Paulo

Casares aposta em FIDC para tirar Tricolor do buraco (Pedro França/Agência Senado)

RAFAEL EMILIANO

O Conselho Deliberativo do São Paulo vota na próxima quarta-feira (2/10) a aprovação ou não do projeto desenvolvido com o presidente Julio Casares com um fundo de investimentos que promete quitar as dívidas financeiras do clube em até cinco anos.

É a grande esperança da atual gestão são-paulina de dar um respiro aos cofres do Tricolor, em um momento nada propício. O clube do Morumbi terminou o ano passado com uma dívida de quase R$ 666 milhões, segundo o balanço financeiro, e conforme o AVANTE MEU TRICOLOR revelou, encerrou o primeiro semestre desta temporada com déficit de aproximadamente R$ 185 milhões.

O objetivo é, nas palavras de Casares, "profissionalizar a dívida", diminuindo gradativamente os altos juros que o São Paulo paga a instituições financeiras para chegar em 2030, ano do centenário, com o clube "recuperado nas suas finanças e seguindo do jeito que está sendo agora administrado, ele começa a ter um horizonte maior".

"No segundo mandato, o nosso planejamento era atuar na reestruturação, no equilíbrio e na organização da dívida através de um plano estratégico. E no plano estratégico, nós temos a reestruturação financeira que faz parte da Galapagos Capital, que é um fundo que nos atende nesta discussão, assim como outros, há mais de um ano, é um projeto que foi costurado há mais de um ano e hoje ele está pronto. Ele já passou pelo Conselho de Administração com aprovação unânime, depois de muitas discussões internas, e logo em breve estará indo para o Conselho Deliberativo", disse Casares, à 'ESPN'.

A intenção é fazer um alongamento das dívidas bancárias, que, hoje, estão atreladas ao fim da gestão do presidente Julio Casares - em dezembro de 2026. Com o fundo, o São Paulo teria mais tempo (cinco anos) para chegar aos R$ 250 milhões que seriam injetados por investidores. Por isso, gastaria menos mensalmente.

O dinheiro do fundo será liberado periodicamente ao Tricolor, de acordo com as demandas do clube, com a apresentação de garantias financeiras, como direitos de transmissões e premiações por participações em campeonatos. 

"A Galapagos funciona, e um FIDC (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios), um fundo funciona através da garantia de recebíveis. Até hoje, eu queria deixar muito claro ao torcedor, e esta é uma grande oportunidade, eu dou aval pessoal do meu patrimônio para as operações do São Paulo, isto não pode acontecer, por mais que eu seja um são-paulino, que eu adore o São Paulo, é um risco da minha vida, da minha família e de outros são-paulinos que já o fizeram. Então, nós precisamos profissionalizar inclusive a dívida. E neste momento, nós vamos fazer uma operação importante. Na verdade, Edu, quando você avaliza uma operação, você coloca um risco muito grande à pessoa física também. Eu assumi o São Paulo no meio de uma pandemia, quatro processos na Fifa, quase transfer ban, não tinha patrocínio, não tinha público por causa da pandemia, então, veja o risco que eu assumi, mas eu acreditava muito que o São Paulo pudesse ter, como tem hoje, recebíveis, contratos importantes que são os garantidores desta operação. Graças ao marketing, à toda gestão, o São Paulo hoje tem uma massa de contratos que garante operação sem eu precisar me expor, como eu me expus até hoje avalizando, em nome do meu patrimônio, da minha família, das minhas questões, o momento de reconstrução do São Paulo", completou o mandatário.

"As garantias são os recebíveis, são contratos de marketing, que entram os naming rights, o patrocínio, o sócio-torcedor, a contribuição social. Todos os contratos de marketing e de negócios do São Paulo entram como garantidor. O São Paulo dentro da base, até porque tem uma restrição da Fifa em dar garantia de direitos econômicos, então, o São Paulo continua sendo o proprietário dos direitos econômicos com total liberdade. Então, é uma operação que foi trabalhada com inteligência. Nós acreditamos que, em cinco anos, o São Paulo vai precisar fazer uma lição de casa, vai aliar austeridade, corte de custos, mas também olhando que o futebol precisa fazer, como faz, os seus investimentos, menores que os outros, mas investimentos possíveis", apontou.

O fundo vai dar ao São Paulo algumas obrigações. O Tricolor terá de manter seus gastos num padrão que será estabelecido e terá o acompanhamento de uma consultoria externa, que deve ser a KPMG.

"Nós temos um dinheiro que é voltado para a amortização da dívida. Se a dívida hoje é 700, ela caindo para 680, 620, este é o trabalho, o orçamento do futebol, e o segredo deste plano de gestão é o cumprimento integral do orçamento, e o orçamento do futebol é historicamente ter o dinheiro que tem hoje mais corrigida a inflação, por isto que a área de futebol tem sido muito ativa, tem contratado bem, com criatividade, e claro, contratações algumas dão certo e outras não, mas vai ter um dinheiro carimbado para isso, e o dinheiro carimbado do fundo é o dinheiro para a dívida. E claro que na gestão como um todo nós vamos trabalhar com austeridade para que o São Paulo cada vez mais continue com esta força de marketing de produto, de premiação por conquista, por bilheteria, por televisão, mas de outro lado também consiga garantir o futebol profissional atuando e o futebol da base como estratégia de futuro", disse Casares.


 

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