RAFAEL EMILIANO
Junta, a dupla Luciano e Calleri tem lugar assegurado nos corações do torcedor do São Paulo. Não é para menos. Os dois atacantes juntos, por exemplo, são responsáveis por 33 de 74 gols marcados pela equipe na temporada. Mas, nem tudo são flores neste segundo semestre.
Contando todas as participações em gols da dupla na temporada (e lideram o quesito com folga no elenco), apenas nove foram efetivadas neste segundo semestre até aqui, justamente o período mais crucial da temporada.
Ok, sabemos, a matemática não é lá assim tão ruim. O São Paulo anotou 17 gols desde o início de julho. Ou seja, quase metade dos tentos nos 19 jogos realizados tiveram a participação de Calleri e Luciano.
Mas, na prática apontada pela frieza das arquibancadas, a sensação é que o desempenho caiu. Mesmo que, até o fim de junho, encerramento do primeiro semestre, o Tricolor tinha feito 35 jogos no ano, com 24 gols tendo a participação da dupla.
Com a eliminação nas quartas de final da Copa do Brasil e uma sequência negativa no Campeonato Brasileiro, a pressão bateu à porta.
Principalmente para Luciano.
Acostumado à idolatria incondicional, o atacante viu seu reinado ameaçado nas últimas semanas, principalmente pelo rendimento do time chamado reserva e do garoto William Gomes, que vem aproveitando bem as oportunidades que recebe.
Contra o Fluminense, antes da parada da Data Fifa, os indícios que o garoto devia abocanhar a vaga de Luciano foram dados, com sua escalação nos 11 iniciais e a manutenção do camisa 10 no banco.
Era o ápice da contestação de Luciano, que na derrota para o Galo no duelo de ida da eliminatória da Copa do Brasil em pleno Morumbi ouviu críticas que há muito não escutava. E que voltaram a dar as caras após a eliminação e um gol perdido cara a cara com o goleiro do adversário mineiro no empate sem gols nas Alterosas.
Agora, a informação de que vai ser banco novamente de William Gomes. A se confirmar, claro, mas é importante ressaltar o 'derretimento' de Luciano nesse semestre, com só três gols em 16 jogos até aqui. E só. Nenhuma assistência, nenhuma participação efetiva no ataque e 12 chances (cinco delas claras) perdidas nessas partidas. A fase não é boa.
E então temos Calleri. O rendimento do argentino foi melhor, de fato. Quatro gols e duas assistências nessa série de 19 jogos no semestre até aqui.
A expectativa é que com dois pontas abertos e Lucas jogando pelo meio, a produtividade reapareça. Afinal, uma coisa que é visível nos mapas de calor do camisa 9 nos jogos é de um centroavante saindo mais da área. Segundo o 'Sofascore', são na média mais de 34 minutos a mais por jogo buscando a bola fora da zona de atuação onde é reconhecidamente um mestre. E onde os tricolores esperam que Calleri apareça para fazer o que gosta e sabe: gols.
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