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Por camarotes no Morumbi e organizadas, São Paulo é contrário à ampliação da torcida única e 'cerco contra goró' em estádios de SP

Casares postou foto na sede da CBF nesta tarde (Instagram)

RAFAEL EMILIANO

A diretoria do São Paulo vem conversando nos bastidores com outros clubes e a FPF (Federação Paulista de Futebol) com o objetivo de barrar proposta que está em andamento no Estado de São Paulo para ampliação da torcida única, obrigatoriedade da biometria para acesso nos estádios e implantação de uma espécie de cerco ao redor das praças esportivas para veto total da venda de bebidas alcóolicas por parte de ambulantes.

O assunto vem sendo debatido desde a semana passada por um grupo formado pelo Tribunal de Justiça, FPF, polícias Civil e Militar, Defensoria Pública e Ministério Público.

O AVANTE MEU TRICOLOR apurou que a primeira queixa do São Paulo é pelo fato dos clubes serem alijados das discussões.

Conforme a reportagem apurou com autoridades paulistas, a ideia é conversar com outros Estados para que a torcida única vigore em outras unidades federativas do país.

Bahia, Rio Grande no Norte e Minas Gerais são alguns estados brasileiros que já implantaram a torcida única em clássicos e sinalizaram positivo para essa espécie de 'parceria' com São Paulo. Outros, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, já responderam que são contrários, confidenciaram ao AMT fontes da Polícia Civil.

“Mesmo sendo impopular, a medida ainda é necessária, pois leva a uma redução drástica do registro de casos de violência”, disse o juiz José Fernando Steinberg, que participou da reunião, em entrevista à 'Agência Brasil'.

Segundo o Juizado Especial do Torcedor, 432 torcedores foram processados por envolvimento em casos de desacato, agressão e semelhantes entre 2021 e 2024. Não há um levantamento específico sobre o alcance desse tipo de medida ou quanto ela contribui, isoladamente, para prevenir ações violentas por parte de torcedores.

A adoção da torcida única nos clássicos de São Paulo passou a ser adotada em 2016. Desde então, a restrição aumentou e passou a incluir jogos de Guarani e Ponte Preta.

Conforme o AMT apurou, o clube do Morumbi é contrário à torcida única interestadual por pressão de suas torcidas organizadas. E as agremiações são contrárias necessariamente pela aliança que possuem com organizadas de outras unidades da Federação. Nos estados citados, por exemplo, a Independente, a maior facção são-paulina é aliada de Cruzeiro e Vitória.

Além disso, o São Paulo entende junto com outros clubes que as partidas fora de terras paulistas servem justamente para que torcedores desses locais possam acompanhar os jogos de suas equipes.

"Basicamente uma medida dessas fará com que não tenhamos mais torcedores em Minas Gerais, por exemplo. Como o cara vai ser são-paulino lá se não pode ver o time jogar do lado de casa", destacou um dirigente tricolor.

Mas a torcida única é o menor dos problemas para o clube do Morumbi. O que pega mais é o cerco pretendido nos arredores dos estádios para barrar a venda de bebidas alcoólicas.

O São Paulo quer entender direito como funcionária a medida. Pelo projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa, a ideia é proibir venda e consumo em um raio de até três quilômetros em um período de até cinco horas.

Nesses termos, o Tricolor é contra. Não necessariamente por caridade com os vendedores ambulantes. Mas porque afetaria os camarotes do Morumbi, importante fonte de renda.

Atualmente a venda de cerveja e afins nas praças esportivas paulistas já é proibida, desde 1995 aliás. 

Mas os clubes em entendimento com o MP-SP conseguiram brechas para os camarotes, com a cerveja liberada até uma hora antes do início do jogo e imediatamente após o apito final. Destilados são vetados.

Caso o projeto passe nos termos atuais, praticamente baniria o fornecimento de cerveja nesses espaços, com ingressos mais caros justamente por ter esse atrativo.

No ano passado, o São Paulo por meio do presidente Julio Casares foi voz ativa na discussão pela liberação da cerveja nos estádios junto ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O dirigente alegava na ocasião que os clubes perdiam fonte de receita sem poder vender a bebida a todo o público. Até mesmo acordos comerciais seriam afetados. 

Sem apoio dos rivais na discussão, Casares recuou, apesar de manter a opinião nas reuniões na FPF.



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