RAFAEL EMILIANO
Acabou o sonho do São Paulo em conquistar o bi da Copa do Brasil.
Na noite desta quinta-feira (12), o Tricolor ficou no empate sem gols com o Atlético-MG, na arena rival em Belo Horizonte (MG), e não conseguiu reverter a derrota no jogo de ida do duelo das quartas de final em pleno Morumbi.
As dificuldades do escrete são-paulino já eram sabidas antes mesmo da bola rolar. O Tricolor não vence o rival mineiro em terras alterosas desde 2016. E não consegue um triunfo fora do Morumbi desde o início de julho.
Mas não se pode dizer que só os números pesaram contra o São Paulo.
Com novidade inesperada na escalação, o time até que conseguiu criar e articular. Mas um velho conhecido voltou a dar as caras: a ineficácia ofensiva. Apesar de amplo domínio de posse de bola (até pela postura dos mandantes), o Tricolor pouco conseguiu concluir, de fato. Foram só duas chances claras em todo o jogo.
Sem a Copa do Brasil, o São Paulo se mantém vivo em um mata-mata, talvez o mais importante, a Copa Libertadores, onde inicia a disputa das quartas de final contra o Botafogo a partir da semana que vem.
O clube volta a campo no domingo (15), novamente na capital mineira, mas desta vez para enfrentar o outro lado da cidade, o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro.
O técnico Luis Zubeldía surpreendeu em sua escalação para a decisão contra o Atlético em busca da vitória para levar o São Paulo à semifinal da Copa do Brasil. E no lugar de Bobadilla, desgastado por jogar como titular os dois jogos do Paraguai nas Eliminatórias como titular, escalou Liziero, em sua primeira oportunidade no chamado 'time principal' do Tricolor neste retorno de empréstimo do futebol suíço.
Na prática, os primeiros minutos de jogo levantaram certa desconfiança são-paulina. Isso porque o time do Morumbi parecia meio perdido, sem conseguir acertar sua marcação e com o ataque encaixotado. Mesmo que isso não signifique criação de oportunidades muito claras por parte dos mandantes.
Mas aí veio o golpe de sorte, sem falsa modéstia. Otávio, a principal peça de marcação atleticana no meio-campo, se contundiu e deixou o jogo, cedendo seu lugar para o zagueiro Bruno Fuchs.
A alteração descompactou um pouco o esquema atleticano e permitiu ao São Paulo tomar as rédeas e crescer de produção, melhorando o rendimento e aumentando intensidade ofensiva, novamente sem que isso significasse necessariamente a criação de oportunidades.
Pelo contrário, a única chance 'concreta' (bem entre aspas) do Tricolor aconteceu aos 33, quando Liziero cruzou da intermediária para um sozinho Luciano testar na mão de Everson.
Liziero, aliás, merece um capítulo à parte. Isso porque sua entrada foi para permitir uma maior ofensividade de Welington, liberando Lucas para atuar pelo meio e empurrando Luciano para jogar mais enfiado.
Por parte do volante, a coisa funcionou. Liziero e Welington se entenderam. Mas o restante do ataque decepcionou. Lucas novamente foi presa fácil da marcação, enquanto Luciano insistia em sair muito para buscar jogo. E Wellington Rato era peça até certo ponto nula. No meio disso tudo, um isolado e apagado Calleri.
Mas havia outro ponto fraco. Luiz Gustavo. Em dia infeliz, errou saídas de bolas e se perdeu na marcação, permitindo chegadas perigosas do Galo em contra-ataque aos 39 e 48, ambas com Paulinho finalizando passes enfiados de Hulk para defesas de Rafael.
Na volta do intervalo, para quem esperava um Tricolor mais atuante na zona ofensiva, pode ter se frustrado um pouco. Os paulistas até tentaram sair mais à frente, mas novamente esbarraram na falta de objetividade.
Mais tranquilo com a vantagem favorável, o Galo criou a arapuca, se fechando mais na defesa e apostando nos contra-ataques como forma de surpreender. Deu certo em duas ocasiões, aos 8, quando Hulk desviou cobrança de falta de cabeça para defesa de Rafael em cima da linha, e aos 30, quando o atacante recebeu passe dentro da área e bateu forte cruzado acertando de raspão a trave do arqueiro tricolor.
Com o campo a seu favor e espaços deixados no seu setor defensivo, o clube do Morumbi insistia no passe de bola sem objetividade e sem conseguir criar.
Só apareceu com perigo aos 35, quando Liziero (de novo) fez grande passe enfiado para Luciano na grande área, mas o camisa 10 não aproveitou e bateu em cima de Everson, que saiu do gol.
Vendo o espaço dado para articulação no campo defensivo, Zubeldía mexeu, colocou André Silva para jogar com dois centroavantes, Igor Vinícius para dar mais opção de velocidade e infiltração, mas não foi o suficiente e o empate sem gols termina com duro gosto amargo para o Tricolor
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