RAFAEL EMILIANO
Armadilha. Assim pode ser definida a vitória do São Paulo por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, na noite deste domingo (15), pelo Campeonato Brasileiro, no Mineirão.
Tudo bem, sabemos. O Tricolor quebra vários jejuns com o resultado. Volta a vencer um jogo fora de casa após mais de dois meses. Volta a marcar um gol após três jogos de seca.
Mas, o gosto que a partida em Belo Horizonte (MG) deixa é de que o time reserva são-paulino vem jogando melhor que o titular.
Geralmente contando com William Gomes, o 'segundo quadro' do Tricolor vem se apresentando de maneira mais efetiva, com mais afinco, criando mais oportunidades.
Neste domingo, o técnico Luis Zubeldía escalou logo as suas duas peças de maior capacidade de quebra de linhas adversária, com Erick pela direita.
Deu mais do que certo. Ao torcedor são-paulino, era como se o Cruzeiro fosse um espelho do Tricolor principal atual, dominando a posse de bola, mas sem conseguir chegar com efetividade à frente.
Melhor para os paulistas, que com sua dupla infernal de pontas foi arisco e efetivo quase que por todo os 90 minutos. Mostrando talvez a dependência da equipe em ter as características de Ferreirinha em campo (esse afastado por contusão sem ter data para voltar).
Nesse contexto, melhor para William Gomes. A joia poderia ter saído do Mineirão ainda maior, afinal abriu o placar aos 7 minutos do primeiro tempo, mas viu o lance ser anulado por indicação de impedimento do VAR.
No segundo tempo, contudo, não teve como para os cruzeirenses. E a maior das pérolas das categorias de base são-paulinas marcou o seu tento após receber lançamento enfiado, definindo as coisas.
A vitória era essencial para o São Paulo, por se tratar de um confronto direto para se manter no G-6 do Brasileirão, a zona de classificação para a Copa Libertadores. E o resultado deixa o Tricolor isolado na quinta colocação, com 44 pontos.
O São Paulo volta a campo pelo Brasileirão às 18h30 (de Brasília) do próximo domingo (22), para o duelo contra o Internacional, no Morumbi.
Antes, contudo, o jogo que todo tricolor espera. O duelo de ida das quartas de final da Libertadores contra o Botafogo, na quarta-feira (18), no Rio de Janeiro (RJ)
A partida começou o Mineirão já com polêmica ao lado são-paulino. Logo aos 7, William Gomes recebeu lançamento de Igor Vinícius na ponta-esquerda, disparou sozinho, saiu na cara de Cássio e completou às redes. Mas o lance acabou anulado pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio (GO) após indicação de impedimento no VAR.
Correta ou não, a marcação acabou apontando qual seria tônica tricolor no jogo. Com os reservas em campo, uma escalação com três zagueiros, Igor Vinícius e Michel Araujo atuando de maneira mais ofensiva e William Gomes e Erick como pontas abertos, o cenário do São Paulo na partida estava desenhado. E tinha tudo para dar certo.
A sistematização permitiu uma equipe são-paulina que deu campo ao Cruzeiro, viu o rival dominar a posse de bola, mas se apresentou ineficaz para furar as linhas defensivas armadas. E com jogadores de alta velocidade, era evidente que a aposta seria nos contra-ataques. E isso fez o Tricolor liderar as estatísticas de finalização. Algumas com muito perigo.
Aos 20, novamente William Gomes mostrou seu cartão de visitas. Zé Ivaldo vacilou ao tentar sair jogando na linha de fundo e perdeu a bola para André Silva, que encontrou William Gomes dentro da área. A joia finalizou e a zaga desviou o lance que parecia ter destino certo nas redes.
Seis minutos depois, foi a vez do próprio André Silva aparecer. Ele recebeu passe pelo direito do campo, limpou a marcação e finalizou rasteiro, para a defesa de Cássio.
O ex-adversário do rival Corinthians se firmava como a melhor peça cruzeirense no jogo, dada a dificuldade mineira de efetivar a articulação criada. E que piorava a situação por conta do risco de contra-ataque do São Paulo.
Como aos 35, na maior das chances do primeiro tempo (salvo, claro, o gol anulado). Em contra-ataque rápido (que novidade), André Silva encontrou Erick na direita. Ele cortou a marcação e bateu forte, exigindo brilhante defesa do goleiro celeste.
Na volta do intervalo, a tônica seguiu a mesma. Um Cruzeiro dominando a posse de bola, mas ineficaz na construção ofensiva para quebrar as linhas tricolores. Aos 5, contudo, deram o seu primeiro chute de fato no alvo: Vitinho pegou um rebote depois de escanteio e chutou com veneno para fora, mas passou perto.
Mas, não tinha jeito, o dia parecia mesmo ser são-paulino, que em um esquema eficaz usava e abusava da velocidade para surpreender a pesada marcação dos mandantes e parecia muito mais sólido na busca pelo gol.
Aos 10, quase o tento veio. William Gomes limpou a marcação pela esquerda e mandou com perigo à área na cabeça de André Silva, que testou e viu a zaga desviar o que seria um gol certo.
Três minutos depois, contudo, o Cruzeiro não teve a mesma sorte. Ainda bem. Erick arrancou pela ponta-direita e lançou na medida William Gomes. A joia nem dominou, chegou batendo já caindo ao chão e conseguiu acertar o canto superior de Cássio para abrir o placar.
Com a vantagem no placar, Zubeldía resolve fechar de vez a casa para garantir os três pontos. Os dois pontas deixaram o jogo, prejudicando a velocidade do contra-ataque. Mesmo assim, aos 30, quase André Silva anotou o segundo, após finalizar de dentro da área ever Cássio fazer mais uma boa defesa.
No restante do tempo, contudo, o que se viu foi um Cruzeiro de muita posse e pouca objetividade (acho que você já leu isso aqui). A partir dos 35 minutos, a busca celeste foi de finalizações de fora da área, diminuindo ainda mais as chances que eram parcas e selando a vitória tricolor.
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