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Alexandre Pato já foi barrado por Rogério Ceni ainda goleiro no São Paulo: ex-Tricolor revela motivo do veto ao atacante

Alexandre Pato e Rogério Ceni na época de jogadores pelo clube (Foto: Rubens Chiri/SPFC)

MARCIO MONTEIRO

A relação entre Rogério Ceni e Alexandre Pato nunca foi das melhores no São Paulo. Tanto na época de jogadores, quanto quando Ceni virou treinador, alguns ruídos entre a dupla se tornaram públicos.

Desta vez, o também ex-jogador do Tricolor Michel Bastos revelou mais um atrito entre o maior ídolo do clube e o atacante, que teve três passagens no time do Morumbi.

“O Pato era nosso artilheiro no Campeonato Brasileiro e todo mundo se perguntando por que no final do campeonato o Pato tá no banco. O Pato treinava... A galera sabe pô... E depois foi para o Villareal”, começou as explicações Michel Bastos, em entrevista ao programa Domingol com Benja, da CNN.

“Naquele período o Pato estava voando. Tinha potencial incrível, mas às vezes ele deixava a desejar na vontade, no dia a dia, no treinamento e tudo mais. E o Rogério cobrava muito isso dele, porque via potencial nele”, seguiu Michel sobre a situação ocorrida em 2015.

Segundo as declarações do ex-jogador, Rogério Ceni, em seu último ano de carreira, tinha uma moral absurda dentro do Tricolor, com poder até mesmo para vetar a presença de atletas que ele achava que estava prejudicando o clube.

“Chegou um dia que fomos treinar, fazer o tático de escanteio, e o Pato lá, comendo mosca, os caras falaram: ‘Para’, e o Rogério: ‘Ah, deixa ele lá...’, e foi por essa e outras atitudes que Pato foi perdendo espaço e deixou o clube ao final da temporada 2015.

“Quando ele (Ceni) tinha essa postura, era para beneficiar o São Paulo. Eu achava muito desperdício ele (Pato) não ter chegado muito mais além de onde chegou, teve carreira gigantesca, mas era um cara que tinha muito potencial. Eu nunca me achei um craque, mas eu achava o Pato um craque”, completou Michel Bastos. 


Alexandre Pato teve três passagens pelo Tricolor, a primeira delas emprestado pelo rival Corinthians, entre 2014 e 2015, quando teve seus melhores números: foram 38 gols e 15 assistências em quase 100 partidas.

Após anos sem muito brilho pela Europa e China, retornou ao São Paulo para mais 35 jogos, com nove gols e duas assistências entre 2019 e 2020.

Depois rumou ao Orlando City, dos Estados Unidos, antes do último retorno ao Tricolor, no início de 2023, para reencontrar Rogério Ceni, desta vez já treinador do clube. E Pato temia pela relação.

"Eu tinha na minha cabeça que no São Paulo tinha preocupação (de não ser bem-vindo), tinha o Rogério Ceni. A gente teve estresse antes. (Quando estava) No Corinthians, ele infelizmente chutou meu pé, o que machucou o pé dele. Quase ficou sem jogar, mas não fiz por querer, mas aconteceu”, explicou Pato em entrevista ao podcast Flow no início deste ano de 2024. 

“A gente brigava muito, ele falava uma coisa, eu vinha e pedia reunião para falar com ele. Criei um caos, mas sempre profissional. Nunca fui maldoso (com Ceni), segundas intenções, paguei um preço sobre algumas coisas. Ao mesmo tempo, foi maravilhoso e não me arrependo", disse Pato à época.

Se recuperando de lesão no joelho já aos 33 anos, Pato ficou no Reffis tricolor no início de ano e seguiu treinando no CT durante um tempo em sua recuperação. Somente após a demissão de Rogério Ceni, em 19 de abril, que o atacante foi contratado em definitivo em 26 de maio para sua "última dança" pelo clube.

"Tivemos atritos. Quando saí, acabamos desencontrando. Criei esse caos na minha cabeça 'o Rogério (já de técnico) não quer que eu vá'. Falei para o Kaká 'Vê aí se tem alguma coisa (com o Rogério)'. Kaká foi parceiro, o Rogério me ligou e disse 'Pato, não tem nada. A hora que quiser voltar as portas estão abertas'. Eu falei para o Rogério que pensei um monte de coisas (dele). Conversei com o pessoal (da diretoria), acabei indo para o São Paulo", explicou Alexandre Pato.

Com Dorival Junior no comando, Pato não teve grande rendimento, atuou apenas em dez partidas, com dois gols marcados. Depois desta última passagem pelo São Paulo, nunca mais voltou a jogar, apesar de ainda não ter declarado oficialmente sua aposentadoria dos gramados. 

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