Zagueiro argentino durante partida contra o Goiás na Copa do Brasil (Rubens Chiri/SPFC) |
RAFAEL EMILIANO
A relação entre o São Paulo e o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ganhou mais um capítulo de estremecimento nesta quarta-feira (16), na vitória sobre o Vasco pelo Campeonato Brasileiro.
Somente na hora do anúncio da escalação é que o clube do Morumbi divulgou que o zagueiro Alan Franco estava suspenso para o confronto. Isso após o próprio jogador postar em suas redes sociais que estaria na partida e ter fotos suas com a delegação no Brinco de Ouro publicada.
Mas a culpa passa longe dos dirigentes e comissão técnica do Tricolor.
Na verdade, houve insegurança jurídica por causa do STJD para que Alan Franco pudesse estar em campo. Por isso acabou cortado até do banco de reservas.
"Sabe quando soube que o Alan não poderia jogar? Hoje. Nos confirmaram hoje que o Alan não poderia jogar. Às 16 horas. Apenas as 16 horas nos inteiramos que o Alan não poderia jogar. Mas não teve desculpa. Falei com os jogadores e coloquei o Ruan. Pode ser que falte uma ou outra peça, mas valorizo o que fazem os jogadores", disse o técnico Luis Zubeldía na entrevista coletiva após a partida.
Franco foi expulso no duelo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Goiás, fora de casa.
Nos minutos finais do empate sem gols, o argentino chutou a bola em direção à torcida adversária, gerando um princípio de confusão que culminou até mesmo em uma agressão ao rival Thiago Galhardo, segundo a arbitragem.
O zagueiro cumpriu a suspensão automática no jogo seguinte do São Paulo no principal mata-mata nacional, a derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG, no duelo de ida das quartas de final, no Morumbi, em 28 de agosto.
Só que Franco acabou denunciado pela Procuradoria do STJD por provocar a torcida (artigo 258-A) e praticar agressão física (254-A).
O jogador acabou julgado em 30 de setembro, quando o Tricolor já havia sido eliminado pelos mineiros da Copa do Brasil. E acabou pegando um jogo de suspensão.
Um jogo. Seria o cumprido por Franco no primeiro jogo da eliminatória ante o Atlético? Essa foi a dúvida do departamento jurídico do São Paulo, que procurou o STJD para tirar a dúvida em duas ocasiões, no último dia 10 e na manhã desta própria quarta. Nas duas, a resposta foi a mesma: Franco teria que cumprir um jogo.
Entendeu? Nem os advogados do São Paulo, que por precaução recomendaram que Franco não entrasse em campo e foram atendidos, para evitar problemas maiores.
Nos bastidores, é mais um episódio tratado como desrespeito ao clube do Morumbi por sua diretoria, que se sente vítima de más arbitragens.
É o segundo episódio 'polêmico' com o STJD envolvendo o São Paulo, que viu na semana passada o Pleno do Tribunal rejeitar por unanimidade o pedido de anulação da derrota para o Fluminense, no Maracanã, no que considerou um erro de direito a seu favor.
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